Projeto sobre História do Rio através das charges abre processo de captação de recursos

“Através das charges, podemos ver a cidade de uma maneira que os textos históricos muitas vezes não conseguem capturar", afirma Sérgio Lamarão, um dos autores do trabalho

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Charge: Único meio de se andar pelas ruas do Rio de Janeiro durante as obras da companhia de esgoto

O projeto “O Rio de Janeiro Através das Charges: 1860 a 1906” visa resgatar tais obras, além de apresentar um design moderno que dialogue com diversos públicos. O projeto editorial, orçado em R$ 143.440,78, está em fase de captação de recursos até dezembro deste ano, por meio da Lei Rouanet. A obra é de autoria dos pesquisadores Elizabeth Dezouzart Cardoso e Sergio de Niemeyer Lamarão, que uniram as suas expertises em geografia e história social para realizar a contextualização do período, marcado por profundas mudanças.

Com o livro, os autores pretendem abordar através de uma coletânea de charges as críticas sociais e transformações urbanas do Rio de Janeiro no final do século XIX e início do século XX. O trabalho enfatiza o humor como forma de reflexão.

“As charges são mais do que uma simples forma de humor; elas são um testemunho visual das lutas e conquistas da sociedade carioca em um momento crucial de sua história,” afirma Elizabeth Dezouzart, acrescentando que o trabalho objetiva não somente a apreciação da arte, mas também a compreensão das “narrativas sociais por trás de cada traço.”

Sergio de Niemeyer Lamarão destaca que a obra se propõe a apresentar um painel do cotidiano carioca, retratando, temas como saneamento, insalubridade, epidemias, transporte e as contradições vividas pela população.

“Através das charges, podemos ver a cidade de uma maneira que os textos históricos muitas vezes não conseguem capturar. É uma viagem no tempo que revela a complexidade do Rio de Janeiro,” pontua Sergio Lamarão.

As charges que abordam a Reforma Pereira Passos, no início do século XX, mostram as contradições das mudanças na cidade, com as suas melhorias urbanas e imposições à população mais pobre. As charges da época foram criadas por artistas como Angelo Agostini e Bordalo Pinheiro, e trazem uma crítica mordaz e bem-humorada a tais dualidades e condições da cidade.

Por estarem em domínio público, as charges são isentas de direitos autorais. O uso de charges em trabalhos de pesquisa ainda é pouco explorado na literatura sobre a história do Rio de Janeiro.

“Cada charge conta uma história, e queremos que elas falem por si mesmas, revelando aspectos interessantes e pouco conhecidos da nossa cidade,” conclui Sergio Niemeyer Lamarão.

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