Em uma última cartada o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, abandona a pré-candidatura de Eduardo Paes e passa apoiar o pré-candidato do PT, Alessandro Molon, e como candidato a vice, Regis Fichtner.
Antes de falar de Molon, vale dizer que o maior derrotado destas eleições, que nem começou, foi Eduardo Paes. Cabral seduziu Paes com o canto de sereia, prometendo, jurando, que este seria o candidato a prefeito pelo PMDB, fazendo com que Paes saísse do PSDB e se queimasse com o antigo partido e quase levando os aliados juntos. Uma traição feia de Cabral, mas que Paes realmente mereceu.
Sobre a aliança PT e PMDB, como tudo do PMDB, é complicado dizer se a aliança vai vingar. Provavelmente vai, já conta com o apoio de Sergio Cabral e de Jorge Picciani, dois grandes players do partido, mas falta ainda Garotinho e o pré-candidato Marcelo Itagiba. Como ambos, aparentemente, não foram consultados e tem como fazer alguma marola.
Molon entra com praticamente a obrigação de ser bem votado, senão for, é o fim de seus sonhos eleitorais. Afinal, é muito tempo de tv, apoio do governador e do presidente. Somando o tempo de Tv, PT e PMDB dominam uma grande parte do horário político, com direito a vários spots. Muito tempo pode até ser prejudicial, especialmente se repetirem o erro do Vladimir Palmeira na eleição para governador, mas duvido que isso aconteça agora.
Jandira Feghali pode ir procurar no PDT e PSB um apoio para ganhar tempo de Tv, mas e aí como ficam os seus candidatos a vereador?
Por incrível que pareça, quem pode sair bem nessa é Solange Amaral (DEM), que acaba sendo a única candidata forte fora do grupo de Lula, ou seja, acaba não sendo atingida pela quase certa pulverização de votos que vai ocorrer com esta série de candidatos do mesmo perfil político.
Mas, repito, a única coisa certa é a grande derrota de Eduardo Paes, que sentiu o gostinho do próprio veneno.