Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019 (PeNSE 2019) apontam que mais de 1/3 dos estudantes do município do Rio de Janeiro com idades entre 13 e 17 anos se sentiram oprimidos por provocações de colegas ao menos uma vez nos 30 dias anteriores ao levantamento.
Segundo os alunos, o principal motivo da humilhação foi a aparência do corpo, sendo a causa de 16,6% das provocações. Em seguida, a razão mais citada foi a aparência do rosto. Religião, orientação sexual, cor e região de origem não foram alvos tão intensos de ofensas.
Vale ressaltar que as provocações não estão restritas às salas de aula. Isso porque 13,6% dos estudantes cariocas se sentiram ameaçados, ofendidos ou humilhados também nas redes sociais ou em aplicativos de celular nos 30 dias anteriores à pesquisa.
Além de tudo, ainda mais preocupante são os números referentes à frequência com que os alunos foram agredidos fisicamente por algum colega de escola. Aproximadamente 20% dos entrevistados afirmaram terem sido violentados pelo menos uma vez nos 30 dias anteriores ao relatório.
Por fim, a PeNSE 2019 também investigou a frequência com que os colegas de escola são prestativos entre si. E os dados não são animadores. Somente 60% dos respondentes declararam que os colegas os trataram bem e/ou foram prestativos com eles na maior parte do tempo ou sempre nos 30 dias anteriores à pesquisa.
”É importante que a escola não se ausente e interfira em caso de humilhações e ofensas. Não é aceitável que um estudante se sinta ameaçado em um ambiente de ensino e onde passa a maior parte de seu tempo. É de extrema importância que as escolas cultivem um espaço seguro e busquem integrar seus alunos ao máximo”, diz Carolina Carvalho, pesquisadora do Instituto Rio21.