Quatro pessoas são indiciadas pela Polícia Federal por mortes de girafas importadas pelo Bioparque

De acordo com investigações realizadas pela Polícia Federal, as girafas teriam morrido em razão de maus tratos

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Girafas em galpão do Portobello Safári, em Mangaratiba: animais ficaram em quarentena (Foto: Brenno Carvalho)

O relatório final da investigação da Polícia Federal sobre a importação de 18 girafas provenientes da África do Sul para o Bioparque, no Rio de Janeiro, indiciou quatro pessoas pelas mortes de três animais. Pelo documento, as girafas teriam morrido em razão de maus tratos. O Ministério Público Federal e a Justiça Federal receberem o relatório final da investigação, no dia 1º de novembro.

Com base no relatório da PF, dois representantes da empresa importadora das girafas foram indiciados por maus-tratos. Segundo a Polícia Federal, a dupla prezou “pela redução de custos em detrimento do bem-estar e da segurança dos animais”. Neste caso, a pena para os infratores é de três meses a um ano de detenção. Ainda segundo a PF, o crime teria sido cometido 18 vezes, uma para cada animal.

Mais dois servidores públicos também teriam sido indiciados por prestação de declarações falsas em um procedimento de licenciamento ambiental. De acordo com a Polícia Federal, faltavam “requisitos fundamentais” para a importação dos bichos, tais como: recintos com uma metragem mínima e outras condições básicas para a sobrevivência dos animais no Portobello Resort & Safári, em Mangaratiba. Neste caso, a pena é de um a três anos de reclusão, além de multa.

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Por meio de nota, o BioParque do Rio reforçou que colaborou com as investigações, que os funcionários indiciados não trabalham mais na empresa, e que o relatório do inquérito contraria laudos da perícia.

 “O BioParque do Rio reitera o seu compromisso intransigente com o bem-estar dos animais sob sua gestão e não poupará esforços para esclarecer os fatos objeto do relatório da Polícia Federal. A empresa informa que acompanhou e colaborou com as investigações. O relatório final do inquérito contraria os laudos técnicos periciais elaborados por perito judicial e as conclusões de inúmeras diligências realizadas por outras autoridades no local, todas atestando o bem-estar das girafas. Quanto às pessoas indiciadas, elas não fazem mais parte da empresa. Saíram em busca de novos desafios profissionais em suas respectivas áreas”.

As 18 girafas importadas de Joanesburgo, na África do Sul, desembarcaram no Aeroporto Internacional do Galeão, no dia 11 de novembro de 2021, através de um processo de compra realizado pelo BioParque do Rio, do qual alguns dos animais se tornariam atrações. Após 2 meses, os animais não haviam sido repassados ao parque. Eles teriam ficado no Portobello Safári (para onde foram transportadas em grandes caixotes içados por caminhões), em Mangaratiba, que havia fechado uma parceria técnica com o zoo para “pesquisa, conservação e manejo” dos bichos.

No dia 14 de dezembro, ao tentarem levar as girafas para um solário, veterinários acabaram deixando seis girafas fugiram dos galpões onde estavam. Os animais foram resgatados, mas 3 morreram posteriormente.

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1 COMENTÁRIO

  1. É inacreditável como tudo aqui tem sido feito da forma mais escrota e vagabunda possível: a exemplo da Prefeitura desta cidade. E nós que já fomos o centro e a referência, em tudo, para este país: viramos isto!.
    Imagina um Villa-Lobos, um Olavo Bilac, um Pereira Passos, um Oswaldo Cruz, Machado de Assis, um Marc Ferrez e tanto outros, ver no que nos transformamos!.
    É revoltante!…

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