Quem são os possíveis nomes para governador no lugar de Cláudio Castro?

Caso haja eleição indireta para governador do Rio em 2025 quem seriam os favoritos? O presidente do TJRJ Ricardo Rodrigues Cardozo, André Ceciliano ou o deputado Dr. Luizinho

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Desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo Presidente do TJRJ - Foto: Brunno Dantas/TJRJ

O processo contra a chapa do governador Cláudio Castro/Thiago Pampolha no TRE-RJ tem andado a passos largos, causando espanto em quem conhece o Direito Eleitoral. Para esses mesmos especialistas, o processo que também cassa o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, ainda caberá recursos que podem ser julgados antes de dezembro ou depois, e isso muda todo o cenário político do estado.

O processo é devido à acusação de abuso econômico nas eleições de 2022, decorrente de contratações supostamente irregulares no financiamento de projetos e programas da Fundação Ceperj (Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Castro vive uma tempestade perfeita, com pouco apoio na Alerj, onde está para começar a CPI da Transparência, ou CPI do Fim do Mundo, assim chamada pela jornalista Berenice Seara/Tempo Real. A CPI é para investigar possíveis fraudes no governo do Estado em processos colocados sob sigilo eterno.

Não por acaso já se aposta se o governo Claudio Castro vai cair ou não. E se o Tribunal Superior Eleitoral confirmar, também sairia o vice-governador Pampolha e Rodrigo Bacellar. Assumiria assim o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Ricardo Rodrigues Cardozo. Isso se Rodrigues ainda for o presidente no momento da cassação, já que foi eleito para o biênio 2023-2024. Então fica a dúvida, quais são os possíveis nomes para governador no lugar de Cláudio Castro?

Tudo depende, como informado no início, se o processo terminará antes ou depois de dezembro de 2024. Os artigos 141 e 142 da Constituição Estadual do Rio de Janeiro dizem:

Art. 141 – Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador, ou de vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo o Presidente da Assembleia Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça.

Art. 142 – Vagando os cargos de Governador e de Vice-Governador do Estado, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período governamental, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pela Assembleia Legislativa, na forma da lei. 
§ 2º – Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Ou seja, a eleição pode ser direta, com o voto dos eleitores, indo às suas zonas eleitorais. Ou indireta, cabendo aos deputados estaduais do Rio de Janeiro a escolha do novo governador. E, claro, são cenários completamente diferentes.

Dificilmente o processo acabará antes de dezembro, mas caso aconteça, deputados federais e estaduais terão a chance de disputar o cargo de governador sem perder o mandato. Um banho de água fria nas pretensões de Eduardo Paes (PSD) de ser candidato a governador em 2026, já que ele não deixaria a Prefeitura do Rio para ser candidato em uma eleição suplementar e o vencedor da eleição seria o favorito para a outra eleição.

Mas o PSD poderia tentar nomes como Daniel Soranz, Eduardo Cavalieri ou mesmo Pedro Paulo, todos de confiança do atual prefeito e que mesmo perdendo conseguiriam um recall para suas reeleições. O MDB de Pampolha, que o MPF pede a cassação mas não a inelegibilidade, pode tentar o nome do atual vice. Enquanto o Bolsonarismo teria como favorito o senador Flávio Bolsonaro (PL). São apenas possibilidades em um cenário quase impossível.

Caso haja realmente a cassação da chapa, ela aconteceria no próximo ano e com eleições indiretas. O sucessor natural seria o presidente da Alerj, acontece que o próprio Rodrigo Bacellar está no processo e com risco de perder o mandato. Os deputados poderiam preferir manter o presidente do TJRJ, e possível governador em exercício, Ricardo Rodrigues Cardozo, para cumprir o mandato tampão, sabendo que ele não seria candidato a reeleição.

Andre Ceciliano 1 Quem são os possíveis nomes para governador no lugar de Cláudio Castro?

Outra possibilidade aventada é que fosse um político sênior, mas hoje está em falta no Rio de Janeiro, especialmente com a partida de Francisco Dornelles (PP). O único nome experiente, e que não tentaria uma candidatura em 2026, é o ex-prefeito e vereador Cesar Maia (PSD), mas por ser ligado a Paes, teria a resistência de grupos que pretendem lançar candidatos próprios na próxima eleição para governador.

A esquerda no Rio de Janeiro é muito fraca, mas o nome do ex-presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), não seria mal visto. Até hoje ele é muito querido pelos políticos de todo o estado, mas pesa contra ele a mosca azul e a vontade de ser candidato a reeleição. Neste caso temos de imaginar um nome que una as maiores bancadas da Alerj PL, PP e União Brasil. Dentro da casa não há nenhum nome que se gabarite para governador, não no momento.

DSC 3669 Quem são os possíveis nomes para governador no lugar de Cláudio Castro?
Foto: Daniel Martins/Diário do Rio

A solução seria buscar um nome na Câmara de Deputados, e quem tem melhor trânsito seja na Baixada, Capital, interior e na própria Alerj, é o deputado federal Dr. Luizinho (PP). Ele já é pré-candidato a governador do Rio em 2026, e com um grande acordo na Alerj se torna o favorito em uma eleição indireta. Com seu jeito apaziguador, mudaria pouco as forças políticas do estado.

Enfim, é um exercício de futurologia com muito “se”. Mas saiba, muitos políticos já estão fazendo as contas e pensando nas possibilidades.

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3 COMENTÁRIOS

  1. A política em no RJ fede e nós, cariocas, não fazemos nada para mudar essa situação, pois insistimos em eleger SEMPRE as mesmas desgraças, seus parentes ou seus indicados…assim fica impossível mudar a situação do estado.

  2. Vai ser a Mega-Sena! Seis governadores com problemas penais ou processuais: Cabral (preso), Garotinho (preso), Rosinha (presa), Pezão (preso), WWitzel (perda do cargo) e agora Claudio Castro (possível perda de cargo). Desde 1999 não conseguimos eleger um nome que preste e que comece, trabalhe e saia sem sem preso ou posto pra fora. Isso com certeza mostra o quanto o Rio de Janeiro está mal das pernas, se compararmos com outras unidades da federação, como SP, MG e ES. Sofrível.

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