Quintino – Claudio Castro mudou para melhor?

O governador, no encontro com a imprensa carioca, se comunicou bem melhor que a comunicação do governo. Mesmo sem ser carismático, seu governo tem números e fatos a narrar, que, se bem utilizados, valem mais que o blablablá dos políticos de sempre

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Cláudio Castro durante o ''Brazil Summit'', em Nova York - Foto: Aline Mendanha

O governador Claudio Castro juntou parte da imprensa do Rio de Janeiro na segunda-feira, 11/12, para um almoço no Palácio Laranjeiras sobre as entregas do governo do Estado em 2023. Tenho de dizer que vi um governador diferente do que estava vendo na Tv, bem mais assertivo, com mais vontade e mais solto. Talvez eu seja um dos que mais criticam Castro, mas ali estava um político que não é o mesmo sobre quem escrevo em minhas colunas. Parecia outra pessoa, ou será que foi impressão minha? Onde está a falha de Castro?

Não tentem dizer que sou chapa branca com o governador, ao contrário. Durante o almoço alguém brincou me chamando de Diário do Eduardo Paes; quando isso ocorre com alguém da Prefeitura, dizem que sou o Diário do Pedro Duarte; falar bem deste é algo que assumo, pago pau mesmo. Acho excelente vereador, e o bom trabalho precisa ser noticiado e recompensado. Mas deixemos de devaneios.

Antes do almoço brinquei com um grupo de jornalistas se a entrega de que Castro falaria seria a do Rio de Janeiro para as milícias. Mas a verdade é que foi só o governador falar que senti uma pitada de esperança no futuro do Rio de Janeiro, e olha que ele está longe de ser um grande orador. Não por ser gago, palhaçada, eu também sou, mas tem gente que conquista falando pela esquerda como Lula, ou pela direita como Bolsonaro, no centro como Sergio Cabral e na faceta populista Garotinho. Já Claudio Castro, por não ter o carisma deles, precisa transmitir de forma clara os números e fatos do seu governo, que são até muito bons. Ele tem o que comunicar. Mas às vezes parece que não comunica.

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Problemas nas finanças? Deu uma explicação razoável: os salários dos funcionários serão pagos, a questão é que o orçamento tem de ser discutido ano a ano. Deu esperança com um processo – uma tese espetacular e lógica – a ser discutido no STF mudando a forma de cobrança dos juros pela União do Estado do Rio que, se bem sucedida e aceita pelos Ministros pode praticamente zerar nossas dívidas.

Quanto à Segurança, foi sincero, em algo que todos sabemos. Diz que agradeceu penhoradamente pelos menos de 500 homens da Força Nacional de Segurança, que se juntaram às dezenas de milhares que já existem no Rio. Mas ele acharia que seriam melhor usados patrulhando nossas estradas federais por onde entram diariamente drogas e armas. Está certíssimo. O Rio não é uma ilha.

Foi a fundo sobre um problema que já falei é que é realmente uma obviedade: não adianta a Polícia só prender e prender e prender de novo o mesmo cara que já foi solto 10 vezes. Que deve também o Poder Judiciário é o Ministério Público assumirem a sua culpa neste problema. Lembrou o caso do jovem fã da cantora Taylor Swift assassinado em Copacabana por um criminoso com dezenas de passagens pelo Judiciário e que foi solto em um dia, e dois dias depois cometeu o homicídio. Vivemos no mundo de Bobby, onde temos peninha do encarcerado – coitadinho, vai ficar apertado na cadeia – e rimos da cara das vítimas. Foi além, e chegou a afirmar que a progressão de pena é um acinte. E é. Vou além: é menor acinte que a ridícula audiência de custódia, ou a estúpida proibição de se recolher os cracudos que vagam pelas ruas.

Castro comentou sobre o crescimento econômico do Rio de Janeiro, claro, floreou seu lado, deixou de lado o que queria. Era para mostrar suas entregas, e não o que deixou de entregar. Era um político falando, não um cientista político ou um sociólogo. Mas consegui enxergar além do político inexperiente e agora sim um governador, brincando com o fato que era só um vereador escolhido como vice no último dia. Isso demanda um senso de humor e do seu próprio senso de ridículo como ser humano frente à imensidão da história, que talvez signifique que ele esteja fazendo uma importante auto-análise.

Finalmente, continuarei falando em meus artigos mal de Claudio Castro. Seria muito bom pra ele e pro estado que o governo seguisse mais a linha de como ele próprio se expressou no evento. Já tenho fama de não ter filtro entre o cérebro e a boca, mas precisamos elogiar nos momentos certos, mesmo que alguém aqui venha dizer que este é o Diário de Cláudio Castro, quando nada mais é que o DIÁRIO DO RIO.

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5 COMENTÁRIOS

  1. “Cláudio Castro mudou para melhor?”

    Definitivamente não. Hoje o irmão dele foi pego em uma operação envolvendo corrupção. Além disso o STJ quebrou o sigilo bancário do Cláudio Castro.

  2. Inacreditável o que acabo de ler. Das poucas funções do Estado o atual desgoverno não conseguiu cumprir nenhuma.
    Privatizou a CEDAE => conta aumentou para toda a população e o dinheiro já acabou (nem vimos nenhum uso útil)
    Segurança Pública => Descalabro gigantesco que gerou até milícias em Copacabana.
    Metrô => governador em pânico pq não tem dinheiro pra tapar o buraco da gávea (cade o dinheiro da CEDAE)
    Dívida do Rio => orçamento mandado com déficit e sem QUALQUER previsão para recuperação do Estado.
    “Tese espetacular e lógica” => uma grosseria tão absurda que nem o PGE sustentou o cargo.
    Castro é um Crivella a níveis estaduais… nos faz ter saudades de governos passados que atolados em corrupção ao menos nos garantiam o mínimo de eficiência.

    Resumo. Não entregou nada em seu governo. Gastou o dinheiro todo e agora só lhes resta notinhas da ASCOM para tentar angaria 5 votos e eleger RAMAGEM na capital.

    • Exatamente. Pra onde foi toda a bolada da venda da CEDAE?

      O que o Cláudio Castro & associados fizeram com a grana?

      Governador fraco. Fazem o que querem com ele e ele leva o dele por fora. Um dos mais fracos que eu já vi.

  3. Caiu o Pix do Diário da Cláudio Castro.

    Claudio Castro. Grande Estadista. O maior governador de todos os tempos.

    E que Estado é o RJ. Números e soluções excelentes vistos aos olhos de todos que saem nas ruas todos os dias.

    Um espetáculo de não-governo.

    • Verdade. Aqui no Diário Do RJ é um dos pouquíssimos lugares que eu vejo tanta condescendência e até elogios e aplausos para o governador nulo, Cláudio Castro.

      O contraste entre Prefeitura e Estado é enorme em termos de governo, mas a mão pesa demais para o prefeito e para o governador ela pega leve e afaga.

      O ponto positivo disso é que sabemos a explícita direção de apoio do jornal e não fica essa idiotice de mídia isenta.

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