Quintino: Dia Contra a Gordofobia no Rio? Vamos saudar a diabetes!

A Câmara dos Vereadores criou o dia da luta contra a gordofobia, para combater o “preconceito contra gordos”. Mas o que tem de ser combatido mesmo é a obesidade.

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Foto de Andres Ayrton

Eu pesava 130 quilos durante a pandemia, estava a pouco de ficar diabético. Um amigo – e contemporâneo – teve um enfarto fulminante e faleceu, outro – gorducho como eu – entrou em coma com Covid-19. Isso deu um estalo em minha mente: preciso emagrecer, não por questões estéticas, de seguir moda, ou qualquer outra besteira deste naipe. Digo até mais, eu até gostava de ser um gordo excêntrico, fazia parte do meu estilo.

Mas, ser obeso traz uma série de problemas, que vai de hipertensão arterial ao acúmulo do colesterol e triglicérides, diabetes, apneia do sono, acúmulo de gordura no fígado, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e além disso este estado pode estar associado ao surgimento de alguns tipos de câncer.

Nestas invenções de “novos preconceitos”, criou-se o neologismo da gordofobia. E, nossos vereadores, com a falta do que fazer que lhes parece ser característica, acabam de criar o “Dia da Luta contra a Gordofobia“. O objetivo da novidade seria “para a conscientização acerca da diversidade de corpos e sua aceitação, mas vai além disso. Ela se apresenta de diversas formas: a luta contra a gordofobia médica, por exemplo, que impede ou dificulta o acesso pleno à saúde por pessoas gordas, é muito relevante para garantir às pessoas um atendimento digno, humanizado, uso de máquinas e aparelhos adequados e um tratamento eficiente.” A efeméride passa a ser celebrada todo dia 10 de setembro.

Verdade que é importante lutar contra o bullying e todo o preconceito que acompanha quando uma pessoa é gorda. Mas há de se entender que um dia da contra a gordofobia não é para ser celebrado e sim deveria se combater a obesidade, não por “padrões de beleza rígidos amplamente disseminados“, mas pela simples questão de saúde pública que ela representa. Substituição de ultraprocessados por lanches saudáveis, diminuição de impostos e subsídios para vegetais, peixes e alimentação balanceada.

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E volto ao meu caso, hoje estou com 90 quilos, e lutando para chegar ao peso de 85 quilos. Não sinto mais dor nas costas, não estou mais próximo de ser diabético, consigo caminhar normalmente e tenho um sono melhor. Se continuo motivo de piadas? Continuo, senão por ser gordo, por outras razões. Talvez eu peça para que criem o dia contra a Quintinofobia.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Por serem obesos, perdi alguns amigos na pandemia, outros tiveram suas doenças preexistentes agravadas e sendo assim, há de se conscientizar as pessoas contra ao mal da obesidade e, se estas não se dão conta do quanto se agridem, acho muito válido se promover dias ou meses contra a gordofobia!
    Assim, foram tantas outras campanhas (setembro amarelo, outubro rosa, novembro azul, dia contra o tabagismo, dia da consciência negra, etc.), para chamar essas pessoas a se engajarem ou acordarem para o fato.

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