Em uma cidade que deu vitória a Jair Bolsonaro em 2022, o prefeito Eduardo Paes parece cometer um erro estratégico e deixa todo o seu flanco direito aberto. Ao contrário dos mais extremistas, estou longe de considerar Paes um político de esquerda, creio que, igual a um grande amigo, ele seja de “Extremo Centro“, o prefeito do Rio não é de ficar em cima do muro e nem é Centrão, mas seu perfil político é de gerentão e bem longe das disputas ideológicas. Mas até em uma cidade se governa ou pela direita ou pela esquerda, sim, definições ideológicas estão dentro de decisões políticas ambientais, urbanísticas e de ordem urbana, todas municipais.
Em 2008 e 2012, Paes governava pela direita, mesmo com partidos de esquerda em seu governo, questões de Ordem Urbana, como vans e ambulantes não eram toleradas. Mas o Paes que surge após a eleição de 2020 é bem diferente, e há uma piora após a eleição de 2022, a vitória de Lula e a entrada de vários partidos de esquerda em seu governo, especialmente o PT. E o que não ia muito bem, degringolou de vez.
Claro, não é como se Eduardo tenha começado a querer expropriar as fábricas, dar para os operários e cantando toda a manhã a Internacional na Gávea Pequena, a gente sabe que quem fazia isso era o Cesar Maia (piada, piada). Há entre seus pré-candidatos a vereador representantes dessa “direita de cidades“, o delegado Brenno Carnevale, secretário de Ordem Pública que vem combatendo as milícias e as propriedades ilegais. A subprefeita de Jacarepaguá Talita Galhardo, e sua defesa de patrimônio, ela que é uma versão moderna do Paes subprefeito da Barra dos anos 90, inclusive no tom acima que leva para as redes sociais (ele levava para o Globo e o JB Barra). E mais recentemente o subprefeito do Centro, Alberto Szafran, que tem lutado contra a desordem da região e se tornado um Xerife do Centro.
Um saco de problemas para o voto em 2024 da direita em Paes foi a nomeação da vereadora Tainá de Paula, do PT, para a Secretaria de Meio Ambiente. Tainá é excelente vereadora, em primeiro mandato, defendeu suas pautas como ninguém, e assim continua no Executivo. Só que o eleitor médio de Paes, bem, espera a retirada de invasões, coisa que não está nas prioridades da atual secretaria, por motivos óbvios, e nem deveria estar. É como se me colocassem no Governo Federal do PT, no Ministério da Economia, para defender Estatal, não teria como. Por outro lado, Tainá poderia ser uma das melhores secretárias de Habitação da história da cidade.
E político, tal qual um tubarão branco, é capaz de sentir cheiro de sangue no meio de um oceano a quilômetros de distância. E os grupos de política de direita já sentiram que tem espaço para nadar e mordiscar alguns votos que o PSD e seus aliados têm deixado solto nesse mar que é o Rio de Janeiro. E seus nomes vão começar a ser testados nas pesquisas que estão por vir, a Prefab Future, a única a acertar que Claudio Castro seria eleito governador no 1º turno, já vai às ruas para uma rodada.
E temos de lembrar, se o carioca foi capaz de levar Marcelo Crivella, o pior prefeito da história, para o 2º turno, o que dirá de um novo nome, e com Paes com o desgaste de material de 3 mandatos. O BRT e outros números já estão bem melhores que em 2021, mas será que há tempo até outubro de 2024 para que o carioca sinta essa melhora?
Por falar em Claudio Castro, ele apoia o nome do Dr. Luizinho (PP), seu secretário de Saúde. Só que Luizinho tem alguns problemas, ele não é exatamente de direita, ou é tanto quanto Eduardo Paes, é um nome de Centro, longe de agradar o eleitor. O fato de ser de Nova Iguaçu também não ajuda, o carioca nunca votou em um estrangeiro, não seria esta a primeira vez.
O favorito, no momento, é o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, dispensa apresentações. Ele juntaria, obviamente toda a direita, é alguém muito mais inteligente que o pai, nem precisamos falar a comparação com os irmãos. Dizem que dentro do núcleo duro que não quer, ou que o próprio núcleo duro prefere que não, já que uma derrota poderia ser uma derrota do próprio Jair Bolsonaro, prejudicando a eleição de 2026 para presidente.
Mais recentemente surgiu o nome do deputado federal Otoni de Paula (MDB), que ainda é visto como certa curiosidade. Conservador e bolsonarista de primeira hora, tem mais chances de ser engolido pela direita que Luizinho, e seria um nome a ter apoio da família Bolsonaro, caso estes não tenham candidato na cidade. Mas precisa vencer o trauma dos cariocas com evangélicos após a desastrosa teocracia Crivellista e seu ódio por Carnaval e tudo aquilo que não fosse aprovado por sua religião.
Óbvio, estes são os nomes de agora, fim de março de 2023, ainda tem muitas águas a rolar, inclusive as de março. Até agosto do ano que vem muita coisa pode surgir, quem sabe o próprio Novo não coloque um nome? Tem Pedro Duarte, George Neder e o próprio Paulo Ganime, pode surgir um forte defensor da Ordem Pública, que bata nas questões de favela e dos cracudos de forma veemente e ganhe o coração dos cariocas. Mas o fato é, o ponto fraco de Eduardo Paes está pela direita.
Kkkkk O seu mal é ter essa visão bobinha de esquerda e direita. Combateu a desordem ou coibiu algo: direita. Permitiu que as coisas aconteçam: esquerda.
Vamos qualificar o debate, Quintino. Dá pra ser melhor que isso
Prefeito do Rio não faz o dever de casa.
Ruas de Santa Teresa com paralelepídos espalhados, buraco que afunda carro, e faz o maior barulho o tempo todo. No 1746, Kombi na Rua? Solicitação mais de mês e meio, renovada a reclamação, e nada: [RIO-26374281-2].
O namorado dele sabe disso?