Quintino: Insistência de Dr. Luizinho em se candidatar a Prefeito do Rio é sinal de ego frágil

A insistência de Dr. Luizinho em ser candidato a prefeito do Rio em 2024 pode ferir de morte sua carreira política como foi com Solange Amaral em 2008

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Foto: Daniel Martins/Diário do Rio

Uma vez assisti a um trecho do stand up comedy de Louis C.K. que dizia algo que um político tem que ser muito egocêntrico e que só isso explicaria ser alguém para se candidatar a um cargo como presidente e achar que é o único capaz de resolver os problemas de um país. Bem, nem sempre são estas as razões, mas ele estava certo. Políticos são em sua maioria vaidosos e com egos enormes, poucos repetem o romano Lucius Quinctius Cincinnatus que deixa de ser ditador romano para voltar a vida pastoril.

De Louis, passando por Lucius a Dr. Luizinho, o deputado federal do Progressistas, com base em Nova Iguaçu, colocou na cachola que quer ser prefeito do Rio de Janeiro O que não teria problema nenhum, talvez se o ano fosse 2020, quando o prefeito era o impopularíssimo e incompetentíssimo Marcelo Crivella, e o governador era seu padrinho político Francisco Dornelles, o Grande, que ocupava o espaço deixado vago pela esquisitíssima prisão de Pezão. Mas em 2023, com o prefeito Eduardo Paes sendo um avatar do carioquismo boêmio, e outros candidatos ocupando espaços de outros tipos de carioca, Professor Tarcísio (PSol) é aquela esquerda gente boa, Otoni de Paula (MDB) sendo o conservadorismo raiz, forte no subúrbio e nas classes mais populares, enquanto o vereador Pedro Duarte (Novo) representa um sonho para os liberais da Classe Média do Rio. O que sobraria para um candidato que nem do Rio é? Eu com experiência de mais de 20 anos de política, não consigo enxergar o que. E ainda há a possibilidade de Rodrigo Amorim (PTB) vir candidato pelo União Brasil e com seu discurso de Ordem Pública que ele exala com o olhar.

Será que Luizinho espera ser o candidato do governador Cláudio Castro (PL)? Como? Castro tem uma popularidade pífia na capital e não trabalha para melhorar. Talvez Luizinho poderia arrancar alguns poucos pontos como secretário de Saúde, mas é a parte mais criticada de qualquer gestão, mesmo com o triplo de orçamento teria pouco a fazer, o buraco é grande e as necessidades são imensas. Talvez se tivesse o carisma de Daniel Soranz (PSD), que conquistou as TVs e os jornais, mas não é o caso. Um amigo já disse, até o sorriso de Luizinho é triste.

O que sobra a Luizinho? Poderá ser líder do Progressistas na Câmara, mas o Governo Federal está com Eduardo Paes e usará a máquina para isso. A Prefeitura do Rio, bem, essa muito azeitada está a todo vapor já em plena campanha e deve estar um foguete em meados de 2024. A do Governo do Estado? As apostas não serão na capital e sim no Grande Rio, onde o governador é mais popular e pode firmar os votos necessários para fazer o seu sucessor e mesmo, quem sabe, conseguir o apoio necessário para conseguir a 2ª vaga para o Senado, a 1ª é de Flávio Bolsonaro.

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No Rio o PP não é inexistente, sempre houve a força de Dornelles que faleceu recentemente. Sem ele o partido já começa a rachar, só sua presença unia as diferenças dos caciques para poucos índios e que não aceitam a liderança de um político que surgiu apenas em 2013 com secretário municipal de Saúde em Nova Iguaçu. Por maiores que sejam suas qualidades, é difícil que políticos do calibre de Dionísio Lins, Julio Lopes e até mesmo o Lorde do PP, Marcelo Queiroz, que é mais jovem que Luizinho mas tem uma história política muito maior, fiquem muito tempo aceitando sua liderança.

Uma candidatura de Dr. Luizinho em Nova Iguaçu era pule de dez, especialmente com o apoio do prefeito Rogério Lisboa (PP). Mas no Rio de Janeiro ele pode enterrar uma carreira que tem tudo para um futuro brilhante, não por acaso seu nome é sempre pensado para ser Ministro da Saúde. Mas se tiver uma votação menor que Solange Amaral em 2008, na época com apoio do então prefeito Cesar Maia, talvez demore a recuperar o grande poder que ganhou em apenas 9 anos.

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1 COMENTÁRIO

  1. Sempre acho incrível como não conseguem ter uma visão mínima do “mercado político”. Vivem presos ao passado, ao ano que ganharam seu mandato.

    Esse cara nunca teve projeção. Na verdade, como o cenário político está árido, a imprensa fica procurando personagens para movimentar a “história”. Mas hoje só há dois grandes núcleos de poder: PAES e os UNIDOS DA BAIXADA (criei agora, rs).

    Fora esses dois polos, o restante são coadjuvantes. Até os Bolsonaro, no Rio, são coadjuvantes. Elegem legisladores. Mas o executivo mesmo… nem o Flávio se arrisca, porque sabe que vai tomar um pau do Paes.

    O Tarcísio de Freitas, quando se referiu ao Rio, essa semana, falou que o “Paes”não ia gostar. Tipo: um governador vê relevância no prefeito. Claudio Castro é um peso de papel.

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