Quintino: Paes, o Rio e São Paulo concorrem entre si, sim

Para Eduardo Paes, o Rio de Janeiro e São Paulo não concorrem. Ledo engano; concorrem e muito, pensar diferente pode levar - e já leva - a um prejuízo gigante para turismo e negócios

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Eduardo Paes e Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo Foto: Beth Santos

Em uma das suas muitas falas durante o Rio Web Summit, o prefeito Eduardo Paes disse que é um ativo do Rio de Janeiro ter São Paulo próximo. Não vê as cidades como fatores excludentes, um erro do edil pois as cidades concorrem entre si, sim, e é preciso ter isso em mente para que a cidade continue trazendo eventos e volte a se recuperar.

Vamos pegar o Web Summit como exemplo, uma conquista do próprio Paes, melhor, do secretário Chicão Bulhões, que esteve durante a edição de Lisboa do evento e conseguiu pela primeira vez que este acontecesse fora da Europa. Se não fosse a iniciativa de Bulhões, mas de um secretário paulista, o Rio teria perdido um evento que trouxe milhares de turistas e colocou a cidade no centro da economia de inovação. E não seria difícil: em São Paulo já acontece vários eventos de tecnologia, e com muito mais estrutura que por nossas bandas. Evento que vai pra São Paulo pode sim vir pro Rio. Aliás, grande parte dos que ocorrem por lá, eram feitos aqui, antes.

O Rio de Janeiro sai atrás nesta corrida, também pelo estado de desalento que deixaram o Galeão, com poucos voos internacionais. A própria falta de boa infraestrutura para grandes eventos é uma realidade, o RioCentro é muito distante e, atualmente, pode ser considerado pequeno; inaugurado em 1977, não passou por nenhum grande processo de modernização desde lá. Sem contar que é distante do Centro e da Zona Sul, demora pra chegar lá mesmo saindo da própria Barra da Tijuca, se você ficar em algum hotel da orla.

O Rio Convetions & Visitors Bureau, que une empresas privadas ligadas ao turismo do Rio, luta para trazer eventos para o Rio de Janeiro, especialmente os de médio e pequeno porte. É aquilo, é de grão em grão que a galinha enche o papo. Não vejo o Poder Público trabalhando efetivamente para isso, a não ser a preocupação pelo Carnaval e o Réveillon, a Prefeitura do Rio passa distante de ter uma política de verdade para o Turismo, especialmente de negócios. Não por acaso, é São Paulo que tem mais procura para turistas, sem ter 1/4 dos atrativos do Rio. Sem a mesma riqueza natural, cultural e arquitetônica.

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Há Centros de Convenções de médio e pequeno porte espalhados pela cidade, muitas vezes vazios, exatamente porque nossos políticos creem que a cidade não concorre com ninguém. O Rio concorre com todas as outras cidades do Brasil e do mundo, eventos nacionais e internacionais são uma briga de foice, o turista de negócios não fica preso ao hotel, passeia pelo entorno, restaurantes, bares, boates, pontos turísticos, museus, igrejas e conjuntos tombados.

E aqui só falei do turismo de negócios; o Rio concorre com São Paulo quando se trata de vários outros setores, sede de empresas, investimentos internacionais, espaço de mídia. Empresários comentam sempre que nossa cidade não é “business friendly”; burocrática, aqui todos trabalham pra atrapalhar a vinda do empresário. Vale lembrar que os paulistas pensam diferente, e por essa forma de pensar que o ICMS de derivados de petróleo é um dos poucos cobrados no local de consumo e não de produção.

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9 COMENTÁRIOS

  1. São Paulo é a principal, maior, mais relevante, mais rica e mais importante cidade não só do Brasil mas também da América Latina, o Rio de Janeiro tem que comer muito arroz e feijão para chegar aos pés e competir com SP. A Capital paulista reina quase que sozinha no Brasil, é sede da Bolsa de Valores Brasileira – BOVESPA (Quinta maior bolsa do mundo), sede dos maiores bancos do Brasil, sede de 63% das multinacionais no país, sede da maioria esmagadora das empresas de tecnologia, sede de 99% das emissoras de TV aberta, TV Paga e streamings, é capital cultural do Brasil possuindo monumentos e os maiores e mais renomados museus do país como o Masp, Museu do Ipiranga, Memorial da América Latina e Museu da Língua Portuguesa, sede de grande eventos importantes e internacionais como a SPFW, GPF1. O Rio não tem 1 terço da relevância que SP tem, só vocês cariocas que não aceitam isso.

    • Tudo isso às custas de um Brasil… Pergunta pro brasileiro qual cidade é mais relevante no ideário dele? Por que será que os presidentes com “cara de paulista” não chegam à nenhum lugar? Destino? Surpresa?

      E ainda tem a cereja do bolo: cidade com risco constante de crise hídrica. Quando chegar, a gente vê quem é mais resiliente.

      Dinheiro não é tudo. Vá estudar história. 😉

      • Bom, se o “ideário” do brasileiro for a malandragem e tudo o que não presta certamente será o Rio de Janeiro, agora se o ideário da pessoa for o trabalho, a cultura de investimento e empreendedorismo obviamente será São Paulo. O RJ já não representa mais o Brasil, o brasileiro tem vergonha do que o RJ é e representa: violência, decadência, malandragem, sucateamento, imoralidade…

  2. A sorte do Rio é que São Paulo já está em rota de colisão com a realidade da pobreza que só aumenta no Brasil. É só uma questão de tempo até os eventos que aconteciam no Rio e São Paulo irem para… BRASÍLIA!

    O Rio só precisa de pequenos ajustes para se blindar da violência, vender facilidade e ser a estrela novamente. Vai demorar. Mas a pobreza de São Paulo e a seca de Brasília estão com dias e horários marcados.

  3. É isso mesmo Quintino, aliás eu digo isso há anos para os meus amigos. Fazem tudo para levar daqui tudo que puderem. Que papo é esse do Eduardo Paes?

  4. O Rio de Janeiro já era, acabaram que com tudo. Agora só resta aguardar a degradação que já vem ocorrendo a tempos pela cidade, afinal é mais fácil destruir do que reconstruir. E quando se quer reconstruir a velocidade é de tartaruga, a degradação é rápida. E Eduardo Paes é o símbolo da malandragem carioca que leve o povo na lábia.

  5. Esse prefeito vive em Nárnia.

    E outra: Esse Websummit foi uma vergonha. 3 á 4 horas para conseguir pegar um táxi um absurdo. Claramente eles venderam muito mais ingresso do que o local comportava e dane-se quem foi.

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