Em 1922 aconteceu a primeira transmissão de radiofônica do Brasil. Isso inspirou as pesquisas de um cientista que usou uma perna de rã para entender melhor como funcionavam as frequências sonoras. Isso mesmo, uma perna de rã.
“Com a primeira transmissão oficial realizada no dia 7 de setembro de 1922, em comemoração ao centenário da independência, quando foi transmitido o discurso do então presidente Epitácio Pessoa. O sucesso da transmissão fez com que Edgar Roquette-Pinto, médico, antropólogo, etnólogo e educador, tenha se encantado com o potencial do rádio para divulgar a ciência“, publicou o Portal de História da Ciência e da Tecnologia no Brasil.
E é aí que entra a perninha de rã nessa história…
“Foi assim: o professor Roquette-Pinto, absorvido em suas pesquisas científicas, fazia experiências de alta frequência, numa perna de rã. Atento às circunstâncias, notou qualquer correspondência entre a atividade da estação radiotelegráfica do Arpoador e os movimentos da perna da rã. Interessado, procurou amigos seus, conhecedores da radiotelegrafia, com os quais tivera contato em Mato Grosso, durante a viagem que legou à cultura nacional a monumental Rondônia“, conta Roberto Macedo no livro Curiosidades Cariocas.
Resumindo: com as vibrações da perninha do animal, o professor passou a entender melhor as frequências sonoras e aprofundou suas pesquisas.
No dia 20 de abril de 1923, Edgard Roquette-Pinto, Henrique Morize e outros membros da Academia Brasileira de Ciências fundaram a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.
Os fundadores da Rádio
Dez anos depois, em 1933, Roquete-Pinto se tornou presidente da Confederação Brasileira de Radiodifusão.
“Em 1936, a nova lei de comunicações do governo de Getúlio Vargas exigiu que todas as estações aumentassem a potência de seus transmissores. Roquette-Pinto, que dirigia a descapitalizada Rádio Sociedade, descartou a possibilidade de buscar capital na praça e tornar-se um empresário do ramo das comunicações, preferindo doá-la ao então Ministério da Educação e Cultura, na época chefiado por Gustavo Capanema. Na doação, porém, Roquette impôs as condições de que a emissora transmitisse apenas uma programação educativo-cultural e não fizesse proselitismo de qualquer espécie – duas marcas que prevalecem até hoje. Em 07 de setembro daquele ano, surgia assim a Rádio MEC, hoje Rádio MEC AM, que irradia Música, Educação e Cultura de qualidade aos quatro cantos do Rio de Janeiro e do Brasil”, informou o programa Todas as Vozes, em abril de 2018.
Com o passar dos anos, o rádio se popularizou e virou o veículo mais popular do país, imortalizando momentos históricos e grandes artistas. E tudo começou com uma perna de rã mexendo ao som de uma frequência sonora perdida no ar.