Por Ricardo Ranauro, CEO da Calper
A minha trajetória de 30 anos como CEO da Calper foi impulsionada pela vontade de romper com o convencional na arquitetura. Esta paixão começou na infância, em São Cristóvão, onde a desigualdade arquitetônica entre diferentes regiões me intrigava. A fundação da Calper foi motivada por esse desejo de democratizar a arquitetura, independentemente da classe social.
A partir desta visão, comecei a estudar e a viajar internacionalmente para absorver diferentes estilos arquitetônicos. Enfrentei resistências internas, mas persisti, organizando viagens de estudo para minha equipe, desde engenheiros a pedreiros, a cidades como Barcelona, Londres, Manhattan e Dubai. Essas experiências ampliaram a nossa perspectiva e capacidade técnica.
Na Calper, o lema é desafiar o comum, buscando inovação em cada projeto, valorizando estética, bem-estar e saúde. Para quem gosta do assunto, indico a palestra “Arquitetura que Cura”, de Michael Murphy, que enfatiza a influência da arquitetura na qualidade de vida. Murphy teve uma experiência pessoal que foi decisiva na sua escolha pela profissão de arquiteto: o pai, com câncer, o convidou para reformar alguns ambientes da casa e o Murphy percebeu como estes momentos fizeram o pai ter mais alegria de viver mesmo enfrentando um problema tão grave. Desde então, o arquiteto se dedica a fazer obras que curam as pessoas. A sua forma de projetar mostra que a construção vai muito além de um arranjo de tijolos. Ele destaca, por exemplo, a importância da circulação do ar e da iluminação. Ou seja, estamos falando de arquitetura e de saúde.
Também admiro arquitetos como Antonio Gaudí e profissionais brasileiros inovadores como Paulo Jacobsen, Arthur Casas e Marcio Kogan, pois eles representam a ousadia que almejo. Na Calper, elaboramos projetos para diversos padrões, todos com design e funcionalidades diferenciadas. Exemplos disso são o CDesign Hotel, no Recreio dos Bandeirantes, e o Contemporâneo, em Campo Grande.
E agora tenho orgulho de apresentar o projeto Cidade Arte Barra, que é o auge da minha carreira. Estamos desenvolvendo um bairro planejado na Barra Olímpica que representa a concretização de um sonho e de um legado para as futuras gerações.
Respondendo a dúvidas sobre rentabilidade, afirmo: é possível aliar arquitetura distinta e lucro imobiliário com planejamento e uma margem de lucro justa. O valor real está na satisfação de clientes e investidores.
Finalizo com um convite para você também desafiar o status quo (estado das coisas) e entregar sempre o seu melhor.