Prestes a completar 100 anos em junho, o engenheiro e empresário Adolpho Lindenberg, fundador da construtora que leva seu nome, morreu na capital paulistana, nesta segunda-feira (6), de causas não informadas. Lindenberg foi o grande responsável pela difusão do estilo neoclássico nos condomínios verticais de luxo da capital de São Paulo.
Foi na Universidade Presbiteriana Mackenzie que Adolpho completou, em 1949, a sua graduação em Engenharia Civil e Arquitetura. O ano de 1954 marcou o início da construção de um império de glamour e sofisticação, erigido a partir de um pequeno escritório de engenharia, que este ano completa de 70 anos e conta, inclusive, com escritórios fora do Brasil.
A década de 1960, marcou São Paulo com uma forte tendência de crescimento, embarreirada pela falta de terrenos. Diante de tamanho entrave, Adolpho Lindenberg convenceu a elite endinheirada da época, que as espaçosas e luxuosas mansões, poderiam dar lugar a um novo modelo de moradia em condomínios verticais com grandes apartamentos – muitos com a varandas e terraços com piscinas próprias. Até aquele momento, somente a classe média residia em prédios.
As mudanças no mercado imobiliário paulistano fizeram a construtora diversificar o seu portfólio, com a inclusão de apartamentos menores, nem por isso menos luxuosos. Mas, os espaços amplos continuam sendo a marca registrada da empresa, que tem no condomínio Groenlândia 77, localizado no exclusivo bairro no Jardim América, a sua atual empreitada. A construção fica nas proximidades do parque do Ibirapuera e conta com apartamentos cujo tamanho pode chegar a 772 m².
Com as mudanças no mercado, a construtora se diversificou, oferecendo também apartamentos menores, mas ainda seguindo o alto padrão. Os apartamentos amplos, no entanto, seguem sendo o forte da empresa. Um dos projetos atuais em construção é o Groenlândia 77, no Jardim América, próximo ao Ibirapuera, em São Paulo. Os apartamentos vão até 772 m².
No comando da empresa está Adolpho Lindenberg Filho, que fez a construtora registrar em 2023, um crescimento de 200,4% em relação a 2022, contabilizando R$ 560,6 milhões em vendas. Os distratos somaram R$ 58,4 milhões. A companhia chegou ao final do ano passado, com 95,4 mil m² em construção, distribuídos por 513 apartamentos em cinco empreendimentos residenciais, localizados na capital paulistana.
Por meio de nota, o Secovi-SP, entidade do setor imobiliário, ressaltou que Lindenberg deixou “um exemplo e um legado” para o mercado imobiliário, além de ser um “homem de valor, de princípios e grande humanista”.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) ressaltou, via nota, o pioneirismo do empresário: “Sua paixão pela excelência e compromisso com a qualidade estabeleceram novos padrões na indústria da construção, inspirando outros a seguirem seus passos”, como reportou a Folha de Paulo.
Adolpho Lindenberg era católico devoto, tendo criado a organização conservadora Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, em homenagem ao seu primo e líder conservador. Lindenberg foi ainda sócio fundador da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP).
O sepultamento do empresário aconteceu na manhã desta sexta-feira (3), no cemitério da Consolação, no Centro de São Paulo.
Com informações da Folha de São Paulo.