O plano de reorganizar as linhas de ônibus da cidade do Rio de Janeiro tem encontrado diversas críticas. Uns falam que é para prejudicar o trabalhador, outros que é para manter o povão da Zona Norte longe das praias da Zona Sul (opinião que ganhou adeptos diante dos casos de arrastão dos últimos finais de semana).
O Rio de Janeiro tem um verdadeiro emaranhado de linhas de ônibus. São centenas de linhas que ligam todos os cantos a todos os outros cantos. Uma verdadeira confusão que é difícil de entender até para um Carioca. Quando preciso pegar um ônibus em Copacabana ou na Pinheiro Machado fico completamente perdido. Não conheço nenhuma outra cidade do mundo onde um ponto de ônibus comum é ponto de parada de 15 linhas de ônibus, ou mais. No Rio isso é comum.
E não é nada eficiente.
O resultado disso: ônibus completamente vazios em um lugar e horário, superlotados em outros; centenas de ônibus desnecessários entupindo as vias da cidade, provocando engarrafamentos; velocidade média dos ônibus mais baixa.
A reorganização tem por objetivo deixar o sistema mais eficiente, mesmo que para isso seja necessário que o passageiro mude um pouco seus hábitos. É preciso deixar claro que somente a reorganização não vai solucionar os problemas de mobilidade urbana da cidade. A reorganização e racionalização das linhas faz inclusive com que seja ainda mais importante uma revisão no sistema de tarifação já que uma baldeação apenas pode não ser mais suficiente.
O que não é possível é se negar a fazer qualquer tipo de mudança e continuar com o sistema medíocre que temos. Novamente, mudanças são necessárias e vão além da reorganização das linhas. Para citar algumas que vão além da revisão do sistema tarifário: Piso Baixo, Bilhetagem 100% eletrônica, Ar condicionado em 100% da frota, maior facilidade para aquisição dos cartões RioCard.
Ainda há um logo caminho para que a mobilidade urbana Carioca tenha uma qualidade aceitável. A reorganização atual não é a primeira e não será a última, mas tudo indica que é um passo na direção correta.
