Representantes do turismo brasileiro mostram preocupação com falta de liderança técnica na equipe de transição de Lula

Marcelo Conde, presidente da associação ''Rio Vamos Vencer'', afirma que escolha para o setor não pode ser por política ou em favorecimento a algum estado, mas sim por competência técnica

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Baía de Guanabara com o Cristo Redentor ao fundo - Foto: Cleomir Tavares/Diário do Rio

A associação ”Rio Vamos Vencer”, formada por empresários, políticos, advogados, jornalistas e profissionais do turismo que almejam um Rio de Janeiro melhor de maneira geral, tem se mostrado preocupada em relação às pessoas escolhidas para ficarem à frente da transição do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no que diz respeito ao setor turístico e de eventos.

A nomeação ocorreu em 16 de novembro e, de acordo com Marcelo Conde, presidente do movimento, a escolha mostra um perfil político em quase sua totalidade, não havendo uma representatividade técnica e com conhecimento das demandas do setor.

”O Turismo precisa de profissionais técnicos e com a capacidade de coordenar os investimentos necessários para a promoção do setor, a fim de triplicarmos o número de visitantes estrangeiros. Não podemos nos contentar com a atração de 6,5 milhões de turistas internacionais ao ano se temos capacidade de receber mais de 20 milhões de visitantes”, ressaltou Marcelo, acrescentando que todo esse esforço precisar ser coordenado por um ministro com gestão técnica, experiência setorial e com conhecimento profundo sobre o assunto.

”O novo ministro terá inúmeros desafios, dentre eles o de triplicar o número de turistas estrangeiros que visitam nosso país todos os anos; o de reverter a lastimável posição do Brasil, que ocupa o 52º lugar no ranking mundial de recepção de turistas; e o de diminuir o déficit acumulado na conta corrente de gastos de turistas, que nos últimos 15 anos chegou a U$ 156 bilhões. A escolha desse líder não pode ser motivada por política ou pela busca de favorecimento de algum estado, mas sim por competência técnica e conhecimento específico. Não podemos errar nessa nomeação”, complementou Conde.

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Já a presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc Brasil), Fatima Facuri, reforça que, na carta que será entregue pelo trade a Lula, reunindo as principais demandas do setor, a escolha de um nome técnico foi apontada como essencial.

”As principais entidades elaboraram um documento que apresenta os principais pleitos de Turismo e Eventos e diretrizes que levam ao avanço da atividade. Nesta carta, foi destacada a importância de um nome técnico e com experiência específica para liderar a transição da área de turismo no novo governo. Precisamos de um líder qualificado e com profundo conhecimento para que possamos progredir na captação de recursos e na promoção internacional do destino”, indicou Fatima.

O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Alexandre Sampaio, por sua vez, destaca que as entidades do setor têm total interesse em se reunir com o grupo recém nomeado.

”Temos certeza que o grupo gestor da transição terá sucesso ao propor nomes para o Turismo brasileiro, com os quais esperamos nos reunir o mais rápido possível”, revelou Alexandre.

Por fim, Marcelo Conde destaca que o turismo e eventos são uma oportunidade enorme para o aumento de emprego e renda no Brasil e que o próximo governo tem que investir, fortemente, para equilibrar a balança de gastos de turistas.

”Precisamos de fortes campanhas promocionais no exterior para atrair uma parcela dos 1,5 bilhão de viajantes mundiais. Não podemos ser tímidos nessa retomada do turismo mundial. A competição é imensa e o Brasil precisa investir pesado para evitar que tenhamos uma grande sangria de recursos e a perda de empregos e renda, conquistados pela atividade de turismo e eventos durante o período da pandemia. Não podemos aceitar passivamente um déficit de mais de US$ 17 bilhões ao ano que, ao invés de gerar emprego e renda para nós, brasileiros, cria emprego para portugueses, americanos, italianos, franceses”, concluiu

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3 COMENTÁRIOS

  1. Ownnn…Estão preocupados.

    Eu queria saber a opnião dessas pessoas em relação ao quadro “técnico” da atual gestão no setor.

    Um país com miséria, mendicância nas ruas, pessoas doentes (ainda) por Covid, alto número de violência armada. Uau! Que lugar bom para se visitar!

    • O turismo emprega 7 milhões de pessoas e responde por 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. O impacto chega a 53 segmentos da cadeia produtiva.

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