Único estabelecimento comercial remanescente do antigo mercado que ficava no Largo de Moura (onde hoje é a Praça Marechal Âncora), o Restaurante Albamar, com seus quase 90 anos de vida, faz parte da história da Cidade Maravilhosa.
No dia 12 de novembro de 1933, o empresário Rodolfo Souza Dantas inaugurou o Albamar em uma das torres do antigo mercado do Largo de Moura. A especialidade da casa, desde sempre, são os frutos do mar.
O mercado do Largo de Moura tratava-se de um comércio focado em peixes, graças à proximidade com o porto.
Embora estivesse localizado em uma área bastante popular e comercial, o restaurante, que sempre serviu frutos do mar da melhor qualidade e é privilegiado por uma vista fantástica, sempre foi frequentado por pessoas com poder aquisitivo alto.
No ano 1962, aconteceram dois fatos importantes na história do restaurante. O pavilhão onde funciona o Albamar foi tombado e o mercado demolido.
“O fim do mercado e, posteriormente obras na região da Praça XV, como a construção do mergulhão, a princípio, afetaram o Albamar. O restaurante ficou meio isolado. No entanto, com competência, a administração do estabelecimento, conseguiu se manter muito bem até hoje em dia” afirmou o historiador Maurício Santos.
Esse “se manter muito bem” teve seu auge nos anos 1970. Neste período, o restaurante era muito frequentado por políticos, diplomatas e outras pessoas influentes. Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek eram figuras constantes no Albamar.
Nas décadas seguintes, anos 1980 e 1990, o restaurante Albamar passou por um período complicado. O estabelecimento não estava mais lucrando como em outros tempos. Contudo, a fase ruim passou.
Em 2013, o Albamar, que é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), promoveu um grande evento para comemorar seus 80 anos de idade. Foi um sucesso – como boa parte do passado do local.
Três anos depois, em 2016, após a demolição do Elevado da Perimetral e a revitalização de parte da Região Portuária, o restaurante ganhou uma bonita praça e um bar no térreo
Alguns anos depois, com a chegada de novos sócios, o Albamar passou a se chamar Âncoramar. Recentemente, retomou o nome histórico, mantendo a tradição quase centenária. A nova gestão criou em seu último andar, todo envidraçado e com 360 graus de linda vista, uma sala de jantar e eventos particular para receber até 20 convidados. O restaurante é um dos únicos da região central que possui estacionamento.
Parabéns pela reportagem, Lucena! Lembro do Albamar que funcionava em uma das torres do antigo Mercado Municipal. Com as obras de remodelação da área da Praça XV e a construção da praça onde hoje o estabelecimento está localizado, o Rio de Janeiro ganhou um presente bonito.
Parabéns Lucena! Excelente reportagem! E fico muito feliz ao saber , que o meu Rio ainda mantém originais nichos de história, cultura e toda a beleza tão particular na tão particular Cidade Maravilhosa!