A Frente Parlamentar contra a Fome da Câmara Municipal do Rio de Janeiro vistoriou, nesta sexta-feira (15/10), o Restaurante Popular de Campo Grande, um dos únicos 3 que continuam em funcionamento na capital fluminense. Ao contrário do anunciado pela prefeitura na reinauguração de 2017, a unidade não abre mais nos fins de semana, nem mesmo para servir o café da manhã. E as 4 mil refeições diárias foram reduzidas para apenas 1.5 mil, mesmo diante do agravamento da fome e do desemprego no município.
Além da redução no número de refeições, os vereadores Dr. Marcos Paulo, William Siri e a deputada estadual Renata Souza se depararam com problemas estruturais. Banheiros alagados, sem portas nos reservados e falta de papel higiênico. E valas com esgoto correndo dentro da cozinha. Segundo os próprios funcionários, a unidade precisaria de ampliação no quadro de colaboradores para oferecer um serviço de mais qualidade, inclusive com mais atenção aos banheiros.
Na próxima segunda-feira (18/10) a Frente contra a Fome fará um debate para o qual já convocou a Prefeitura e o Governo do Estado para discutir a reabertura dos cinco restaurantes populares que se encontram fechados na cidade (Irajá, Cidade de Deus, Méier, Madureira e Central) e para cobrar mais investimentos para os três que ainda se encontram abertos no município (Bonsucesso, Bangu e Campo Grande).
”O que constatamos hoje é o reflexo dos cortes de R$ 2,2 milhões promovidos pela Prefeitura em janeiro deste ano no orçamento destinado aos três restaurantes populares que sobraram na cidade. Com essa redução, a Prefeitura deixará de servir 495 mil refeições em 2021 e isto acontece num momento em que 1.6 milhão de pessoas estão desempregadas em todo o estado. Prefeitura e Governo do Estado precisam se entender e apresentar um cronograma de reabertura dessas unidades, que são tão importantes para população carioca”, ressalta Dr. Marcos Paulo, presidente da Frente Parlamentar contra a Fome da Câmara RJ.
Abandono em outras unidades
A Frente Parlamentar contra a Fome também vistoriou, há uma semana, o Restaurante Popular de Bonsucesso, onde os usuários reclamaram da qualidade da comida e foram constatados graves problemas estruturais. Quem procura o serviço prestado pelo Restaurante não tem acesso a sabonete ou papel toalha, nem nas únicas duas pias da área comum e nem nos banheiros, todos bastante sujos e sem tábuas nos vasos sanitários. Os banheiros também não tinham portas nos reservados e nem puxadores para as válvulas de descargas.
Um levantamento do gabinete do vereador Dr. Marcos Paulo (PSOL) revelou que o orçamento de 2021 da Prefeitura do Rio foi aprovado, no fim de 2020, com um recurso de R$ 4.2 milhões para a reabertura do Restaurante Popular de Madureira. A Frente Parlamentar contra a Fome visitou a estrutura que está em ruínas e sem o menor sinal de obras.