A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio realizou um estudo técnico que mostrou que a retomada de voos no Rio de Janeiro ficou abaixo da média nacional. A pesquisa cita que a concorrência e a falta de coordenação entre os aeroportos Santos Dumont e Galeão pode ser um fator prejudicial à economia local e a retomada pós-pandemia.
Segundo as informações publicadas pelo jornal “O Globo”, a nota técnica que vai embasar a argumentação da Prefeitura contra a intenção do Governo Federal de designar o Santos Dumont (SDU) como aeroporto internacional, será apresentada ao prefeito do Rio Eduardo Paes nesta semana.
O estudo traz dados que mostram que a falta de coordenação dos aeroportos fez o Rio se sair pior que a média nacional. Entre eles, estão o de recuperação em novembro de 2020: enquanto o país recuperou 60% da oferta de assentos pré-pandemia, o Rio recuperou só 50%. Sem concorrência, Brasília recuperou 61%, Florianópolis, 60%, Salvador, 64%, Recife, 78% e Campinas, 98%.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio, Chicão Bulhões, afirmou que os estudos da pasta mostram que o modelo de concessão que pretendem adotar para o Santos Dumont irá prejudicar a economia do Rio:
“Nós não somos contrários à concessão do SDU, somos contrários ao modelo que estão adotando, porque nosso estudo mostra que irá prejudicar a economia da cidade e do estado do Rio. As premissas regulatórias da Anac precisam se adequar à realidade local“, disse ao “O Globo”.
A nota técnica cita estudos de Richard de Neufville, especialista em infraestrutura aeroportuária e professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology ), que mostram que a falta de coordenação entre sistemas multi-aeroportos (SMA) — isto é, cidades atendidas por mais de um aeroporto — onde a demanda é inferior a 30 a 35 milhões de passageiros, gera ineficiências, com concentração em um e enfraquecimento do outro.
Isso ajuda a explicar porque nem mesmo a redução de ICMS e, na pandemia, a oferta de redução de tarifas aeroportuárias para as companhias aéreas têm sido suficientes para estimular a demanda no Galeão.
Bulhões afirmou ao jornal que “é fundamental para a economia do Rio fortalecer o Galeão como hub doméstico para que seja também um hub internacional, conectado às cadeias globais de produção e de fluxo de pessoas“. A Prefeitura defende que o Santos Dumont seja destinado exclusivamente à Ponte Aérea e à aviação executiva.