O polêmico projeto de revitalização do Jardim de Alah, na divisão dos bairros de Ipanema e do Leblon, acaba de receber a pré-certificação SITES nível Platinum. Anunciada no final do ano passado, a intervenção prevê obras e paisagismo que transformarão a área verde. As obras, que estão paralisadas devido a uma liminar, incluem a adição de pontes para pedestres e instalações culturais e esportivas.
O projeto de arquitetura é assinado pela Opy Soluções Urbanas, dos arquitetos Miguel Pinto Guimarães, Sergio Conde Caldas e João Souza Machado. A revitalização também contempla a construção de um estacionamento, garantindo maior integração do parque com o bairro. Uma grande área verde será mantida, assim como as construções tombadas, mas o espaço ganhará novas estruturas, aproveitando os diferentes níveis existentes.
A certificação SITES, do Green Business Certification Inc. (GBCI), é uma referência internacional para o design e gestão de paisagens sustentáveis. O SITES é dedicado a espaços como parques, ruas e áreas abertas. A pré-certificação nível Platinum confirma que o projeto do Jardim de Alah irá transformar a paisagem em um sistema regenerativo, capaz de oferecer serviços ecossistêmicos como sequestro de carbono, regeneração da biodiversidade e reconexão das pessoas com a natureza.
A conquista marca uma nova era para o espaço, posicionando como um exemplo de urbanismo sustentável no país. O projeto de revitalização do Jardim de Alah é uma realização do Consórcio Rio + Verde, encabeçado pelo empresário Alexandre Accioly, sócio da rede Bodytech e responsável pela revitalização do Cine Roxy, em Copacabana.
O investimento total será de R$ 110 milhões, além de outros R$ 20 milhões anuais destinados à manutenção. O Jardim de Alah tem uma área de 95 mil metros quadrados, que será transformada em um exemplo de urbanismo sustentável, integrando paisagem, meio ambiente e comunidade de maneira inédita no Brasil.
Vale lembrar que, em abril, a Justiça do Rio de Janeiro chegou a determinar a suspensão da reforma do Jardim. A decisão foi proferida pela 6ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital, que atendeu ao pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e distribuiu uma multa diária em caso de descumprimento. A justificativa para a suspensão foi a preocupação de que as intervenções prejudicariam a configuração original das obras de arte encontradas no local.
A discussão e toda a celeuma sobre a concessão de um simples jardim à iniciativa privada, que na verdade está um mafuá, diz muito sobre o Brasil, principalmente sobre a fauna da zona sul, petista e psolista.