O Rio Construção Summit 2023, maior evento do setor já realizado no Brasil, encerrou, nesta quinta-feira (21), os seus três dias de atividades, com o recorde de mais de 10.000 visitantes – o dobro do esperado pelos organizadores do evento, que aconteceu no Armazém 3 do Píer Mauá. Foram realizados 72 painéis, dos quais participaram 280 debatedores, palestrantes e moderadores.
Para Claudio Hermolin, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (SindusconRio), o retorno do evento à cidade foi extremamente positivo para os representantes do setor, que ficaram surpresos com o sucesso do Summit.
“Há muito tempo não fazíamos um evento da indústria da construção aqui no Rio de Janeiro. E isso fez com que as pessoas tivessem esquecido o tamanho, a pujança e a força do nosso setor. Retomamos com o pé direito em um evento que, certamente, vai ficar no calendário e na história da cidade do Rio”, disse Hermolin, destacando a importância educacional do evento, que atraiu 2.500 estudantes. “A Firjan SENAI SESI, o Sebrae, nós do Sinduscon estamos aqui ajudando a formar a mão de obra do futuro. Tivemos mesas falando sobre formação, relação do trabalho com a escola. Falamos da construção concreta, aço, madeira, mas teve também rodada de RH com estudante, rodada de negócios, isso é muita coisa. Foi um evento excepcional, acima das expectativas, que já eram altas”, concluiu Hermolin.
O presidente do Fórum da Construção da Firjan, Marcelo Kaiuca, por sua vez, defendeu a continuidade da iniciativa. “Criamos um evento para movimentar a cidade e o mercado que, aliás, vive hoje um momento glorioso. O Rio precisa disso, o mercado precisa desse movimento. Foi um trabalho que nos demandou bastante e gostaria de agradecer a absolutamente todos que contribuíram para esse evento”.
Já presidente da Federação, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, disse que Rio Construção Summit evidenciou a importância do setor de construção para a economia brasileira. “Os números são impressionantes. Foi um evento de porte internacional, com conferências e debates muito ricos. Movimentamos engenheiros, arquitetos, estudantes e a opinião pública e mostramos a grande contribuição da indústria da construção para o desenvolvimento econômico e social do Brasil”, disse Eduardo Eugênio.
Um das atrações do evento foi a transmissão da palestra de Jaechul Park, diretor financeiro da Songdo Project Management Company, que falou sobre o projeto de construção de Songdo, uma cidade inteligente da Coreia do Sul. A região, que foi construída do zero, entre 2003 e 2015, cresceu 5 vezes mais nos últimos 10 anos e, atualmente, conta com mais de 265 mil habitantes. Songdo atraiu mais de 2.170 empresas, por conta das suas propostas de sustentabilidade, conectividade e qualidade de vida para a população. “Três fatores foram muito importantes para esse sucesso: a localização, o apoio das autoridades e um diretor de projetos com muita experiência”, disse o executivo, revelando que o sistema de transporte da cidade foi inspirado no modelo curitibano. Park também participou do debate “Futuros possíveis para a construção e as smart cities”, ao lado de Marcelo Kaiuca, Isaac Plachta, Carla Pinheiro e Mauro Viegas – todos representantes da Firjan.
O uso da metodologia BIM no setor da construção foi outro assunto que atraiu a atenção do público. Na mesa-redonda sobre o assunto, os participantes do evento presenciaram o lançamento da 3ª fase do projeto Macro Adoption – A Global BIM Study, estudo que promete entregar uma visão global e tendências sobre o tema. “Por que escolhemos o Brasil para lançar o início desta terceira fase? Pelo menos 20% de nossos voluntários vêm do Brasil, o que é um dado incrível”, contou Eduardo Toledo, pesquisador e professor da Universidade de São Paulo (USP). Participaram do debate: Mohamad Kassem, pesquisador e professor de Nedw Castle (Inglaterra); Bilal Succar, fundador da BIM Initiative (Austrália); Cristiane Magalhães, da Firjan; e Danny Murguia, pesquisador associado na Universidade de Cambridge (Inglaterra).
Ainda sobre tecnologias e inovação, o Summit contou com a presença de um engenheiro gaúcho, que está à frente de um estudo financiado pela NASA, para a construção da infraestrutura de uma futura base lunar. Lucio Soibelman participou da mesa-redonda “Impulsionando a Inovação: Gêmeos Digitais e Desenvolvimento de Tecnologias para Construção na Lua”.
“Hoje a robótica está chegando muito na construção. Pode-se usar a realidade virtual para operar equipamentos. Temos impressora de concreto. A Inteligência Artificial não vai tirar empregos, pelo contrário. A IA vai gerar mais empregos”, afirmou Soibelman em sua apresentação.
Realizado pelo SindusconRio (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro), o Rio Construção Summit 2023 contou com a apresentação da Firjan e teve como parceiros estratégicos a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), o Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada – Infraestrutura), a FIIC (Federação Interamericana da Indústria da Construção) e a CNI (Confederação Nacional da Indústria). O evento ainda contou com o apoio do Governo do Estado do Rio e Prefeitura do Rio.