Rio das Artes: Virgem de 50 anos e a volta dos que não foram

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Se eles são bonitos, sou Alain Delon. Se Hollywood tem “O Virgem de 40 Anos”, o Brasil tem uma de 50. Estrela da peça de Newton Moreno, que encenou nos palcos, em 2012, Lilia Cabral leva sua “Maria do Caritó” para as telas de cinema a partir desta quinta-feira, sob a direção de João Paulo Jabur, seu colega de casa em séries e novelas da TV Globo, coincidentemente em sua primeira vez no comando de um longa metragem. 

O próprio Newton Moreno assina a adaptação, em parceria com o roteirista José Carvalho. Além de protagonista, Lilia (que já tem 62) é coprodutora do filme, rodada em 2017, mas que só agora chega ao circuito comercial.

Denominação popular no Nordeste para prateleiras altas, onde objetos perigosos são deixados fora do alcance de crianças, “Caritó” acabou, por semelhança, se tornando também um apelido para quem nunca é…. tocado. 

Essa é a sina de Maria, que acumula décadas e teias de aranha permanecendo virgem – ressalte-se: muito contra sua vontade e apesar de diversas tentativas. O culpado, na trama ambientada na fictícia Úrsula, uma cidade do interior do Nordeste, é seu próprio pai, “graças”, que a prometera a um certo santo de nome Djalminha – lembre-se do ex-jogador e conclua se isso lá é nome de santo… Para piorar, ela se torna (novamente, contra a vontade) cabo eleitoral na campanha para prefeito de um típico coroné corrupto, interpretado por Leopoldo Pacheco, que tenta pegar carona em sua fama de milagreira – paradoxalmente, incapaz de operar o único milagre que a interessa.

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Em meio a tamanha palhaçada, sua esperança aflora com a chegada à cidade do circo de Teodora (Juliana Carneiro da Cunha), mais propriamente de um de seus artistas, o Galã Anatoli – assim mesmo, com o adjetivo adicionado ao nome, com aquele excesso de autoestima tão obrigatório a canastrões como Craque (sic) Neto e políticos que usam suas profissões na identidade eleitoral.

No dia do Halloween, estreia o primeiro longa em animação de “A Família Addams”, que rendeu três filmes – politicamente incorretíssimos – com atores de corpo em cena nos anos 1990. 

As vozes são de atores famosos. Oscar Isaac e Charlize Theron fazem as do casal Gomez e Morticia, enquanto Nick Kroll, Finn Wolfhard e Chloë Grace Moretz vocalizam, respectivamente, o tio Fester e os irmãos Pugsley e Wednesday (as versões brasileiras de seus nomes: Funéreo, Vandinha e, principalmente, Feioso, eram muito melhores).

É a partir da aproximação de Wednesday/Vandinha a uma colega de turma escola que começa a tensão, com a mãe de Parker não aprovando a amizade da filha com a menina estranha e, assim, promovendo uma guerra contra os Addams. Azar o dela.

Outro ícone dos anos 1990 que volta às telonas é Cyberdyne Systems Modelo 101, série 800 – T-800, para os íntimos. Apenas três meses depois de sua terceira cirurgia no coração, aos 72 anos, Arnold Schwarzenegger volta a viver o ciborgue que interpretou pela primeira vez em 1984, quando ainda era mais conhecido como fisiculturista e nem sonhava em governar a Califórnia, o que viria a fazer entre 2003 e 2011. Impossível não lembrar de outro fortão veterano Sylvester Stallone, que, aos 73, também voltou a aparecer como Rocky Balboa neste ano, em “Creed 2”.

Novamente com James Cameron no roteiro (escrito e reescrito durante três anos), “Destino Sombrio” marca a volta de Linda Hamilton, no papel da mesma Sarah Connor que o Exterminador, vindo ao (então) presente, tinha a missão de matar para evitar o nascimento de seu filho e, assim, a rebelião humana que ele viria a liderar contra os ciborgues. 

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Em sua quinta participação, nos seis filmes da série, o marombeiro nascido em Graz, na Áustria, vive um T-800 sem missão definida e em um mundo no qual, ao contrário do enredo clássico, o domínio das máquinas sobre os humanos acaba não acontecendo e Sarah é sua aliada.

Em uma coprodução de Argélia, França, Bélgica e Catar, Papicha chega ao circuito brasileiro depois de ser exibido no Festival de Cannes. Parceria com a distribuidora Pandora e a rede mexicana Cinépolis, este longa vem sendo cotado para a disputa do oscar de melhor Filme Estrangeiro, ao qual foi indicado pela Argélia. A história se passa durante uma guerra civil na Argélia, nos anos 1990, quando um grupo de jovens universitárias, sem véu, se recusa a deixar de se divertir, mas vê que, se não lutar de alguma forma, pode acabar perdendo suas liberdades para os terroristas que tentam impor um governo islâmico fundamentalista. À frente delas, está Nedjma (Lyna Khoudri), apaixonada pelo mundo da moda e sem nenhuma vontade de ser obrigada a se cobrir com uma burca. 

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+Mais!Cinema 

Outras estreias desta quinta (31)

Intruso
Paulo Fontenelle dirige o longa que começa com a vida do casal vivido por Danton Mello e Juliana Knust. Tudo é tranquilo até eles serem obrigados a receber um visitante desconhecido, interpretado por Eriberto leão, que passa a ditar regras  bizarras, principalmente a que os proíbe de sair de ccasa.

A Cidade dos Piratas
Otto Guerra dirige a animação baseada na obra do cartunista Laerte, que interpreta a si mesmo, fazendo a voz de seu desenho. Marco Ricca e Matheus Nachtergaele também dão voz a personagens dos “Piratas dos Tietê”, que Laerte decide cortar quando o roteiro já está praticamente pronto, em uma ficção sobre sua própria persona e profissão.

Rogéria, Senhor Astolfo Barroso Pinto
Com depoimentos como de Bibi Ferreira, Betty Faria e Jô Soares, o documentário de Pedro Gui conta vida pessoal e artística de Rogéria (1943-2017) uma das primeiras transformistas a fazer sucesso no Brasil.
(Locais e horários em links nos nomes de cada filme)

Música 

Moyseis Marques

O cantor e violonista toca composições dele, incluindo parcerias com Moacyr Luz e Zé Renato.

Dumont Arte Bar. Praça Santos Dumont 116, Gávea. Quinta (31), às 21h30. Ingressos: R$ 40. 

Nelson Sargento
Aos plenos 95 anos, o compositor mangueirense canta seus clássicos como “Agoniza mas não morre” e “Falso amor sincero”.

Sala Nelson Pereira dos Santos. Av. Visconde do Rio Branco 880, São Domingos, Niterói. Quinta (31), às 20h. Entrada: R$ 20 (inteira) / R$ 10 (meia). 

Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum
A cantora e o violoncelista se juntam para interpretar canções da autoria de Milton Nascimento.Espaço BNDES. Av. República do Chile 100, Carioca. Tel.: 2172-7447. Quinta (31), às 19h. Entrada gratuita, com senhas distribuídas a partir das 18h.

Exposições
ALMA DO MUNDO – LEONARDO 500 ANOSBiblioteca Nacional (Espaço Eliseu Visconti). Rua México, s/nº (fundos da biblioteca), Castelo. Visitação: segunda-feira, das 12h às 17h; terça a sexta, das 10h às 17h; sábado, das 10h às 14h30. Entrada gratuita.

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Zanine 100 anos – Forma e Resistência
Museu de Arte Moderna. Av. Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo (altura do Castelo). Tel.: 3883-5630. Terça a sexta, das 12h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h. Até 17 de novembro. Entrada: R$ 14 (inteira) / R$ 7 (meia). Grátis às quartas-feiras.

Ai WeiWei – Raiz
Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Primeiro de Março, 66, Centro (em frente à Candelária). 

Tel.: 3808-2000. Quarta a segunda, das 9h às 21h. Até 4 de novembro. Entrada gratuita.

Carlos Vergara – Prospectiva
Museu de Arte Moderna. Av. Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo (altura do Castelo). Tel.: 3883-5630. Terça a sexta, das 12h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h. Até 12 de janeiro de 2020. Entrada: R$ 14 (inteira) / R$ 7 (meia). Grátis às quartas-feiras.

Diversas
Animais coloridos, lendo livros, são o mote da mostra que Augusto Herkenhoff expõe até 12 de novembro no espaço Zagut (Shopping Cassino Atlântico. Av. Atlântica, 4240, loja 315, Copacabana-Posto 6). Tel.: 2235-5946. Das 10h às 13h e das 14h às 18h, de segunda a sexta. Sábado, das 10h às 13h. Até 12 de novembro.

Egito Antigo – do Cotidiano à Antiguidade
Rua Primeiro de Março, 66, Centro (em frente à Candelária). 

Tel.: 3808-2000. Quarta a segunda, das 9h às 21h. Ate 27 de janeiro. Entrada gratuita.

Teatro

A Ira de Narciso
Com Yara de Novaes na direção, Gilberto Gawronski interpreta o alter ego do uruguaio Sergio Blanco, que lhe rendeu o Prêmio Shell de melhor ator. O monólogo, que mistura ficção e experiências reais de Blanco, parte de uma viagem do dramaturgo à Eslovênia e a ausência de memória sobre o que aconteceu durante o encontro, no quarto do hotel, com um rapaz ao qual ele chega pela internet.

Espaço Sérgio Porto. Rua Humaitá, 163, Humaitá. Tel.: 2535-3846/2535-3927. Entrada: R$ 40 (inteira) / R$ 20 (meia)Sexta, sábado e segunda às 20h; domingo às 19h. Até 4 de novembro.

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Otávio Dantas/Divulgação

Agosto
Alexandre Dantas, Guida Vianna e Letícia Isnard integram o elenco dirigido por André Paes Leme que encena o texto do dramaturgo americano Tracy Letts sobre os conflitos de uma família. Os problemas crescem quando seu patriarca desaparece e leva ao embate entre a mãe, que luta contra um câncer, e as filhas, que escondem segredos.

Teatro Petra Gold – Sala Marília Pêra. Rua Conde de Bernadotte 26, Leblon. Tel.: 2529-7700. Sexta a domingo, às 19h30. Entrada: R$ 70 (inteira) / R$ 35 (meia), às sextas e R$ 80 (inteira) / R$ 40 (meia), aos sábados e domingos. Até 3 de novembro.

Ricardo III

Gustavo Gasparani interpreta o polêmica rei inglês do século 15, no clássico texto de William Shakespeare, adaptado pelo ator e por Sérgio Módena, que assina a direção. 

Teatro Cesgranrio. Rua Santa Alexandrina 1.011, Rio Comprido. Tel.: 2103-9682. Entrada R$ 60 (inteira) / R$ 30 (meia) / R$ 15 (estudantes de teatro). Sexta a domingo, às 20h. Até 3 de novembro.

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Jornalista especializado em versatilidade desde 1998, de polícia a política, já cobriu das eleições de 2010 à recessão econômica de 2015/2016. Colabora com o canal Rio das Artes, divulgador de cultura e entretenimento na Cidade Maravilhosa.
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