Rio das Artes: Obra em progresso

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Imagine que a partida está no intervalo, mas o placar já marca 2 x 2, com lances polêmicos, belas jogadas e muito a se jogar no 2º Tempo. Você vai esperar o apito final para ver todos os lances com o resultado definido ou correr para assistir aos melhores momentos, que te levarão a apostar em uma sequência na etapa final (no caso em questão, em sons, imagens e demais formas de percepções sensoriais, desenvolvidas pelo binômio arte+tecnologia)?

Metáfora à parte, é uma experiência do que já se fez e ainda pode se fazer que propõe a ArtSonica, exposição que fica até 15 de setembro no Oi Futuro. Definido como o resultado em andamento de uma residência artística, a mostra é o principal desenlace do primeiro ano do #LabOiFuturo, laboratório de experimentação em artes do centro cultural, que “materializa o propósito de atuar como um catalisador criativo, estimulando a cocriação e o acesso à cultura na era digital”, como define Roberto Guimarães, gerente executivo de cultura do espaço.

Idealizador da exposição de obras em progresso, o produtor cultural Júlio Zucca, ressalta que a ArtSonica não se atém a resultados finas. “Não é uma exposição de obras de arte acabadas, é uma exposição de processos, que mostra de onde de onde que eles vieram com essas pesquisas e para onde eles vão”, explica, sobre a mostra que reúne nove desses processos de criação.

Houve trabalhos que, de fato, foram concluídos, mas isso não foi uma exigência para entrar na mostra. “Alguns processos criativos ganharam vida própria e seguem trilhando novas fontes de pesquisa, outros foram finalizados. Há, ainda, projetos que nasceram com uma ideia, mas mudaram ao longo do trabalho. É isso que o público vê”, especifica Zucca.

Confira a escalação:

Ouvido chão Cartas Quilombolas
A videoinstalação Ouvido chão Cartas Quilombolas, é montada pelo artista multimídia pernambucano Gabriel Muniz, radicado em Porto Alegre, e a artista e técnica de som direto pernambucana Irla Franco.

Rio das Artes: Obra em progresso
Gabriel e Irla captam sons para ‘Ouvidochão Cartas Quilombolas’ (Reprodução)

Eles reuniram suas pesquisas formando um sistema polifônico que reproduz as ambiências de Magé (Baixada Fluminense), Cais do Valongo (Zona Portuária) e Camorim (Zona Oeste), remontando à ancestralidade dos negros no Rio, inclusive com efeitos sonoros sintetizados pela toque em plantas como dendezeiro e peregum.

Heterotopia
Poltrona de massagem cujo sistema vibracional muda conforme sons captados em diversos locais do Rio, a instalação do artista sonoro, mestre em Comunicação e doutorando em Sociologia pela UFPE Yuri Bruscky baseia-se nos sons que integram a vida cotidiana e como eles podem ser percebidos não só pelos ouvidos, como por todo o corpo.

Máquina de Contato
Com artistas do Rio e de São Paulo, o coletivo Machina apresenta receptores para captação de ondas eletromagnéticas cerebrais, manipuladas de formas digital e analógica, com efeitos sonoros que eles definem como “xamânicos e esotéricos”.”

Espectros Computacionais 3D 360º

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Espectros Computacionais 360° (Foto: divulgação / Cristina Lacerda)

Com óculos de realidade virtual, o público acessa a mostra eletroacústica que utilizou tomografias computadorizadas de cérebros humanos para criar sons e imagens, em um trabalho a seis mãos da artista multimídia Luiza Guimarães com o professor argentino Ricardo Dal Farra e o game designer e creative coder Alberto Assumpção.

Aurora Cassino do Sol
Mais um trabalho mostrado em óculos de realidade virtual, a obra do estilista Brayann Ivanovick e mostra em seus próprios processos criativos, na experiência imersiva de uma instalação visual.

Perspectivas do Helicóptero
Pesquisa do coletivo Fluxos Urbanos aborda a violência na cidade por realidade virtual, contrapondo a visão de dentro da favela e do helicóptero ao sobrevoá-la com armas de fogo. 

Som, Uma Coreografia Para Surdos
Projeto da cineasta e dançarina flamenca Clara Kutner, em parceria com outros dançarinos, músicos e produtores. Recebe o visitante (surdo ou não) sobre uma plataforma de madeira que receberá estímulos vibratórios emitidos pelos sons graves de músicas da dança.

Memorial Para um Apagamento

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Ismael Monticelli mostra, em um painel de fatos e fotos, como as de Augusto Malta – fotógrafo oficial da prefeitura, um século atrás –, a demolição do Morro do Castelo, cujo desmonte, concluído em 1922 pelo então prefeito Pereira Passos, para a abertura de ruas largas, no estilo parisiense, como a Avenida Central (atual Rio Branco) motivou sua investigação.

Seu Quebra Barragem
Parte da pesquisa “Altamira 2042”, de Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha, utiliza artes visuais e audiovisual em instalação tecnológica criada a partir do testemunho das populações indígenas e ribeirinhas das margens do rio Xingu, as quais tiveram que deixar para a construção da usina de Belo Monte.

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Seu Quebra Barragem (Foto: divulgação / Cristina Lacerda)


ArtSonica Residência Artística Oi Futuro (Rua Dois de Dezembro, 63, Largo do Machado. Tel.: 3131-3050). Terça a domingo, das 11h às 20h. Até 15 de setembro. Entrada gratuita. 

Mais exposições em cartaz

Rio – Energia em movimento
Outra exposição que aborda modificações da cidade, como a demolição do Morro do Castelo. Com fotos antigas, de Augusto Malta, e recentes, de André Cyriaco, ela mostra a chegada, no início do século 20, de serviços hoje mais do que comuns, como iluminação, transporte, gás e energia elétrica. Até 30 de agosto, de segunda a sexta (9h/19h), no Centro Cultural Light (Avenida Marechal Floriano 168, Centro). 

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(Foto: Augusto Malta)


Longevos
Flavio Shiró, Carlos Vergara, Anna Bella Geiger, Martha Pires Ferreira, Nelson Leiner, Regina Vater e Thereza Miranda estão entre os artistas, todos com mais de 60 anos, em exposição com técnicas que vão da pintura à gravura, do desenho à fotografia, no espaço Zagut (Shopping Cassino Atlântico. Av. Atlântica, 4240, loja 315, Copacabana-Posto 6). Tel.: 2235-5946. Das 10h às 13h e das 14h às 18h, de segunda a sexta. Sábado, só das 10h às 13h, até 13 de setembro. www.espacozagut.com 

Da linha, o fio
Com 23 artistas, entre eles Pedro Varela, Rodrigo Mogiz, Laura Lydia e Bispo do Rosário, a mostra reúne técnicas diversas como esculturas, instalações, pinturas, fotografias, vídeos, desenhos e objetos que têm em comum o uso da linhas e fios, até 20 de setembro, de segunda a sexta, das 10h às 19h. no Espaço Cultural BNDES (Av. Chile, 100, Carioca). Tel.: 2172-7447

Campo
Coletiva no Parque Lage reúne obras de ex-alunos de sua Escola de Artes Visuais, como Beatriz Milhazes, Adriana Varejão, Luiz Zerbini e Daniel Senise, sob a curadoria de Ulisses Carrilho. EAV-Parque Lage. Rua Jardim Botânico, 414. Tel.: 3257-1800. De quarta a segunda, das 10h às 17h. 

Ai Weiwei – Raiz
CCBB. Rua Primeiro de Março, 66, Centro (em frente à Candelária). Tel.: 3808-2020. De 21 de agosto a 4 de novembro, de quarta a segunda, das 9h às 21h. culturabancodobrasil.com.br/portal/rio-de-janeiro

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(Foto: João Pequeno)

+Mais:

Nas telas..Entre os filmes que estrearam nesta semana, brinquedos são as estrelas de dois títulos bem diferentes. No infantil “Os Brinquedos Mágicos”, animação do chinês Gary Wang, figuras de porcelana que ganham cores diferentes quando humanos despejam chá em seus corpos. Já o remake o clássico terror “Brinquedo Assassino” traz um Chucky mais moderno, como robô de inteligência virtual passa a abrigar o alter ego do funcionário da loja que desativa todos os seus dispositivos de segurança, antes de se suicidar.Também estrearam o italiano “Entre Tempos” e o colombiano “Pássaros de Verão”, respectivamente sobre a história de um casal e sobre clãs do interior da Colômbia a partir do dilema de plantar ou não maconha para o tráfico internacional, nos anos 1970. 
(Horários nos links)

Nos palcos…

Antígona

Amir Haddad dirige a tragédia de Sófocles, adaptada por ele e Andréa Beltrão, a qual interpreta a princesa que enfrenta Creonte, rei de Tebas, para enterrar seu irmão. Teatro Poeira. Rua São João Batista 104, Botafogo. Tel.: 2537-8053. Quinta a sábado, às 21h. Domingo, às 19h Até 29 de setembro. R$70 (inteira) / R$ 35 (meia).
Hamlet

Patrícia Selonk faz, em  versão feminina, a princesa da Dinamarca que tem suas visões do pai assassinado e se vê na missão de vingá-lo. Fundição Progresso. Rua dos Arcos, 24, Lapa. Tel.: 2210-2190. Quarta a sabado, às 19h30. Domingo, às 18h. Até 1º de setembro. Entrada: R$ 40 (inteira) / R$ 20 (meia).

Um TartufoBruce Gomlesvsky dirige a comédia de Moliére, sobre o religioso de araque que engana uma família, mas adaptada em uma montagem totalmente sem teto. Maison de France. Av. Presidente Antônio Carlos, 58, Castelo. Tel.: 2544-2533. Quinta a sábado, às 20h. Domingo, às 18h. Ingressos de R$ 20 a R$ 60.

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Jornalista especializado em versatilidade desde 1998, de polícia a política, já cobriu das eleições de 2010 à recessão econômica de 2015/2016. Colabora com o canal Rio das Artes, divulgador de cultura e entretenimento na Cidade Maravilhosa.

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