A Prefeitura do Rio de Janeiro e a zona econômica do Aeroporto de Zhengzhou (ZAEZ), na China, formalizararão nesta sexta-feira, no evento U20, durante a programação do G20, um acordo de cooperação para o desenvolvimento da aerotrópole do Rio de Janeiro. A parceria une a expertise da maior aerotrópole do mundo, com mais de 700 km² de área, à visão estratégica para transformar o entorno do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) em um polo de desenvolvimento urbano e econômico.
O evento contará com a presença de John Kasarda, criador do conceito de aerotrópole e responsável pela implementação de mais de 25 projetos ao redor do mundo, incluindo o de Zhengzhou. “A rápida expansão de instalações comerciais relacionadas a aeroportos está transformando esses locais em âncoras de desenvolvimento metropolitano, criando cidades-aeroportos funcionais, conectadas e vibrantes”, explicou Kasarda durante o painel sobre aerotrópoles no U20.
O potencial estratégico do Rio
O Diretor-Presidente da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), Gustavo Guerrante, destacou a posição geográfica privilegiada do Rio de Janeiro, com o aeroporto localizado na Ilha do Governador, próximo ao centro urbano e cercado pela Baía de Guanabara. “O Rio tem o privilégio de ter um aeroporto numa ilha integrada à cidade, o que poucas metrópoles possuem. Isso oferece uma oportunidade única de aumentar a eficiência, melhorar a conectividade e agregar valor à região, aproveitando a experiência bem-sucedida de Zhengzhou como referência”, afirmou Guerrante.
A Aldeya Life Park como marco inicial
O projeto da aerotrópole do Rio começou há quatro anos, com o desenvolvimento da Aldeya Life Park, um polo econômico de 150 mil m² no sítio aeroportuário. A iniciativa conecta o mar e o ar, utilizando a Baía de Guanabara e o Aeroporto Internacional Tom Jobim como eixos de mobilidade.
André Bendavit, um dos criadores da Aldeya e líder do projeto da aerotrópole, detalhou a visão multimodal da iniciativa: “A Aldeya é o núcleo do conceito de ‘airport city’. Planejamos incluir um terminal de barcas que conectará o aeroporto ao Centro e ao Santos Dumont, expandindo a mobilidade para além das rodovias Linha Vermelha e Avenida Brasil. A conectividade multimodal é essencial para o sucesso do projeto.”
Cooperação internacional e visão de futuro
A parceria com Zhengzhou traz ao Rio de Janeiro a expertise de um modelo já consolidado, oferecendo estratégias para transformar a aerotrópole carioca em um centro de inovação, negócios e transporte integrado. “Não estamos começando do zero. O aprendizado de Zhengzhou nos permitirá acelerar o desenvolvimento de um projeto que integrará o aeroporto às dinâmicas econômicas e sociais da cidade”, concluiu Guerrante.
O que é uma aerotrópole?
Uma aerotrópole é uma região urbana cujo desenvolvimento econômico e infraestrutura são centrados em um aeroporto. O termo combina “aero” (relativo à aviação) e “metrópole”, refletindo a ideia de uma cidade ou região metropolitana que se organiza em torno de um aeroporto, funcionando como núcleo de atividades econômicas e logísticas.
Nesse modelo, o aeroporto não é apenas um ponto de partida e chegada de voos, mas atua como catalisador para o crescimento de diversos setores, incluindo:
- Indústria de alta tecnologia e manufatura avançada: Empresas que dependem de transporte aéreo rápido para distribuição de produtos.
- Logística e centros de distribuição: Armazéns e centros de distribuição que utilizam a proximidade ao aeroporto para agilizar entregas.
- Comércio eletrônico: Empresas que necessitam de transporte rápido para atender clientes globalmente.
- Hotéis, centros de convenções e entretenimento: Infraestruturas que atendem tanto viajantes quanto a população local.
- Serviços de saúde e bem-estar: Clínicas e hospitais que se beneficiam da conectividade aérea para atender pacientes de diferentes regiões.
A ideia é que a proximidade ao aeroporto oferece vantagens competitivas, como redução de custos de transporte e maior eficiência logística. Cidades como Dubai, Amsterdã e Hong Kong são exemplos de locais que adotaram o conceito de aerotrópole, integrando o aeroporto ao planejamento urbano e econômico.
Em resumo, uma aerotrópole representa uma evolução no planejamento urbano, onde o aeroporto se torna o centro de uma rede de atividades econômicas e sociais, impulsionando o desenvolvimento regional e conectando a cidade a mercados globais.
Vão roubar a aeropole inteira. Um consórcio formado por políticos, teceé, cevê, milicianos e empresas de ônibus. Tudo coordenado pelo pesol.
Como imaginar coisas é fácil… A realidade é bem diferente… RJ já era. Infelizmente.
Quero ver quando os projéteis de .50 tiverem caindo, numa comemoração após um gol do time dos urubus, advindos de uma das trocentas favelas do entorno. O que farão!? Um Aerodrome, como em Israel!? Ou mandarão algum ministro lá (sem nenhum esquema de segurança) na “comunidade” pra negociar a paz!?
Ainda que não se consiga reproduzir a situação de uma Hong Kong por exemplo, entendo que o Galeão tem sim condições favoráveis que possam viabilizar algo nesse sentido. Mais ainda, acrescentando-se uma área econômica estratégica, vai induzir a atração de mais infraestruturas de interesse público (inclusive segurança) ao Galeão e aos seus acessos.
O primeiro passo já foi dado ao se restringir operações no Santos Dumont (as quais nunca deveriam ter ido pra lá). Com isso o Galeão já vem recuperando o papel que lhe cabe, porém novos incentivos devem ser empregados.
Sou de São Paulo, e concordo que não tem cabimento um único grande hub nacional tão concentrado em Guarulhos e Congonhas como é hoje.
Há demanda e mercado de sobra para mais de um grande hub nacional/internacional no País, e certamente cabe ao Rio de Janeiro ser um deles.
Finalmente alguém com comentários lógicos e que caminham pra frente!
Como sempre, a China colaborando com o desenvolvimento de países parceiros.
Quem aproveita as oportunidades, se desenvolve.
Você, com certeza, como excelente repórter, sabe que existem condicionantes urbanas e geoeconômicas para a constituição de uma aerotrópole que não existem no Galeão. Também sabe que no Galeão opera uma base aérea militar (o correto é dizer que a base aérea convive com o aeroporto comercial, nesse caso). Também sabe que o comércio internacional brasileiro é centrado no transporte marítimo pelas características das mercadorias, de menor valor agregado. Sabe que não existem aerotrópoles no hemisfério sul porque as principais rotas do comércio internacional, seja marítima ou aérea, se concentra em uma faixa do hemisfério norte.
Com tudo isso, você, como excelente repórter, sabe a diferença entre marketing e realidade, além dos graves danos que o uso indevido de terminologias e seus significados podem causar até para a estruturação de planejamentos viáveis.
Você, obviamente, sabe de tudo isso e eu só estou, para variar, sendo chato.
Pra variar está sendo chato, como uma boa parte dos cariocas que vem aqui comentar, que insistem em torcer contra a própria cidade.
Jonnyjonny, eu realmente sou o chato da sala, sempre. É que, para um viciado se tratar, precisa reconhecer o problema do vício. Não torço contra a cidade, o estado ou o país. Se soubesse quem sou, certamente entenderia que minhas colocações são apenas para colocar as peças nos lugares corretos do tabuleiro. Não é porque uma ideia é boa, que deu certo nos lugares certos que é aplicável e vai funcionar em todos os lugares. Estou apenas dizendo quais são as condições necessárias, mas não suficientes, para se iniciar um processo de aerotropolização de uma região. O Rio de Janeiro possui diversas potencialidades, mas ser uma aerotrópole não é uma delas, por questões de estrutura econômica da cidade, do estado e do país.
Talvez, conhecendo melhor o tema, perceba que estou torcendo a favor, tanbto quanto quando me posiciono contra o projeto destrambelhado de construir um trem de alta velocidade entre o Rio de Janeiro e São Paulo, o que, para defender, precisa estar em um dos dois grupos: 1) absoluta falta de informação; 2) interesse em colocar algum no bolso com um projeto natimorto que só geraria enormes prejuízos aos financiadores, normalmente instituições públicas. Só para constar, a primeira proposta surgiu ainda na década de 1960 e foi rechaçada ao longo das décadas pela inviabilidade.
Parabéns pela aula
Mas uma brincadeira de Xingling. O Rio de Janeiro é nossa primeira Narcometropole e o entorno do aeroporto do Galeão está rodeado de favelas e altíssimo nível de criminalidade, ninguém vai investir um tostão ali. Isso aqui é mais uma propaganda paga disfarçada de notícia como aquelas que vez ou outra aparece anunciando bilhões de dólares de investimento por parte dos chineses em alguma pequena cidade do nordeste.
Exatamente.