No livro “Metrópole à beira-mar: o Rio moderno dos anos 20”, o escritor Ruy Castro destaca que nos anos 1920, o Rio de Janeiro tinha mais luzes que Paris – conhecida mundialmente como cidade luz. Essa vocação para a luminosidade e para o brilho é antiga. Foi no Rio o primeiro espaço a receber luz elétrica na América do Sul e em nosso estado também fica o primeiro munícipio a ter serviço público de iluminação.
A Estação Central da Estrada de Ferro D. Pedro II (hoje Central do Brasil), no Rio de Janeiro, foi o primeiro espaço a receber luz elétrica na América do Sul. A eletricidade era gerada por um dínamo acionado por locomóveis (máquinas a vapor usadas para transportar cargas pesadas). Isso foi em 1879.
Contudo, a primeira iluminação pública externa, registrada e documentada, foi instalada em 1881, em um trecho da atual Praça da República, no também no Centro da cidade do Rio.
Documentos históricos mostram que no referido ano de 1789, o então imperador Dom Pedro II autorizou que Thomas Edison chegasse ao Brasil trazendo suas invenções para utilização da energia elétrica na iluminação das ruas.
Já em 1883, D. Pedro II inaugurou em Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro, o primeiro serviço público de iluminação pública do Brasil e da América do Sul.
“Nessa época, a eletricidade era gerada pelo vapor das caldeiras à lenha. Esse foi o início do serviço público de iluminação na América do Sul”, enfatiza o portal Esfera, especializado no tema.
De acordo com um texto da historiadora Graziela Escocard, publicado no jornal Terceira Via, a história da energia elétrica em Campos começou em 15 de julho de 1881, quando a Câmara Municipal, pelo seu presidente Dr. Francisco Portela, propôs a substituição das duas fontes de iluminação, a gás e a querosene, que havia na cidade, pela luz elétrica.
“Em sua proposta à Câmara, ele se disse responsável pela iniciativa de implantar a luz elétrica e, inclusive, alegou que haveria economia nos custos. Além disso, Portela também se mostrava preocupado como a série de acidentes graves e fatais que vinham ocorrendo na cidade. Os jornais da época, como o ‘Monitor Campista’, sempre traziam notícias relacionadas aos acidentes e ao número de mortes causadas por explosões de lamparinas de querosene. Acidentes esses que geralmente vitimavam as escravas que tinham a responsabilidade de acender as lamparinas. No ano de 1883, no dia 24 de junho, D. Pedro II, considerado um grande incentivador das novas conquistas científicas, esteve em Campos para a inauguração da luz elétrica. De acordo com o memorialista Júlio Feydit, às 19 horas, as ilustres autoridades dirigiram-se à usina elétrica, ‘Estação da Luz Electrica’, localizada na Avenida Pedro II (Beira Rio), pouco acima da Rua do Ouvidor, e o Imperador acionou a chave, ligando a luz, e 20 mil pessoas aplaudiram, em delírio”, relatou Graziela.
‘Documentos históricos mostram que no referido ano de 1789, o então imperador Dom Pedro II autorizou que Thomas Edison chegasse ao Brasil’. A data está errada.