Rio melhora sua classificação no Ranking de Competitividade, mas desafios persistem

Apesar dos avanços em saúde e saneamento, a cidade enfrenta problemas em educação e segurança, e vê queda em inovação e telecomunicações. O DIÁRIO DO RIO analisa as posições para entender a situação

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Após ocupar a 60ª posição no Ranking de Competitividade dos Municípios no ano passado, a cidade do Rio de Janeiro subiu 22 posições e alcançou o 38º lugar na atual edição da avaliação. Realizado pelo quinto ano consecutivo, o levantamento do Centro de Liderança Pública (CLP) revelou que outras cidades fluminenses também obtiveram bons resultados, ficando entre as 100 melhores do Brasil, com Niterói na 22ª posição e Saquarema e Macaé nas 58ª e 59ª posições, respectivamente. O pior desempenho ficou com Belford Roxo, que, apesar de avançar cinco posições, terminou em 401º lugar. O estudo contou com a parceria da Gove e da Seall. Para compreender as posições e os avanços da cidade, o DIÁRIO DO RIO apresenta uma análise detalhada e comparativa com anos anteriores.

Entre os pilares nos quais a capital avançou, nove entre 13, estão: Acesso à Saúde (+93), Saneamento (+83), Inserção Econômica (+47), Funcionamento da Máquina Pública (+24), Meio Ambiente (+18), Qualidade da Saúde (+10), Qualidade da Educação (+9), Acesso à Educação (+4) e Capital Humano (+1). A cidade, que apresentou um ligeiro recuo posicional (-1), ocupa a 11ª colocação geral em Inovação e Dinamismo Econômico. Embora esteja em 7º lugar entre todas as capitais, o Rio de Janeiro está em último lugar no Sudeste. Vale ressaltar que os estados de São Paulo e Florianópolis lideram o ranking.

Ao analisar o histórico de colocação geral do estado no ranking, observa-se um crescimento contínuo: 71º em 2020, 67º em 2021, 46º em 2022, 60º em 2023 e 38º em 2024. Contudo, esse progresso não se manifesta em todos os pilares, com alguns setores encarando desafios.

Apesar dos avanços em saúde e saneamento, a cidade enfrenta dificuldades em áreas fundamentais como educação e segurança. O principal indicador de qualidade da educação revela que o Rio de Janeiro possui uma das piores redes públicas de ensino médio do país, com nota 3,3 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A cidade ocupa a penúltima posição entre as redes estaduais, repetindo o desempenho de 2011. No Acesso à Educação, o Rio perdeu posições, caindo da 84ª em 2020 para a 109ª em 2024, embora tenha registrado uma leve melhoria em relação ao ano anterior, quando estava na 113ª posição. Na Qualidade da Educação, a cidade está em 184º lugar, um avanço em relação ao 193º do ano passado, mas ainda abaixo do 183º registrado em 2020.

Em Segurança, o estado mostra estabilidade, com um leve avanço de 209º em 2021 para 153º em 2022, mas perde posições em 2023, indo para 154º, e piora em 2024, chegando a 166º. Em Sustentabilidade Fiscal, a região está em 69º lugar, apresentando uma evolução constante, ainda que tenha perdido algumas posições em relação ao 62º lugar do ano passado.

No Acesso à Saúde, o município alcança a 40ª posição, subindo mais de 200 posições desde 2020, quando estava em 286º lugar. Em Qualidade de saúde, a região ocupa o 252º lugar, melhorando em relação ao 262º do ano passado, mas ainda abaixo do 238º de 2020. No quesito Capital Humano, a localidade ganha cerca de 30 posições desde 2020. Em Funcionamento da Máquina Pública, a cidade avança de 173º para 56º lugar desde 2020.

No entanto, apesar de ter um dos melhores índices municipais, o setor de Inovação e Dinamismo Econômico não apresenta progressos significativos. Nos últimos dois anos, a cidade maravilhosa caiu da 8ª para a 11ª posição. Em termos de Inserção Econômica, apesar do do avanço recente, o estado enfrenta uma perda de posições desde 2020, com quedas para o 188º lugar em 2021, o 133º em 2022 e o 122º em 2023, enquanto permanece na 75ª colocação geral. Já no que diz respeito ao Meio Ambiente, o Rio fez progresso ao sair da 217ª posição em 2023, mas ainda não conseguiu recuperar seu lugar anterior de 198º em 2021, ocupando atualmente a 199ª posição.

Em Telecomunicações, o estado apresentou um dos piores desempenhos, recuando significativamente nos últimos anos e chegando a 390ª posição em 2024. Esse setor é um dos que mais demandam atenção, dada a sua queda acentuada no ranking.

A respeito da pesquisa realizada pela CPL

Na edição atual do ranking, foram analisadas 404 cidades – seis a menos que na edição anterior -, pois para o recorte de 2024 foram usados os dados da população oficial do Censo Demográfico de 2022 (IBGE). Em contraste, a avaliação do ano passado utilizou a prévia da população de 2022, para definir os municípios com população acima de 80 mil habitantes que entrariam no estudo. Em razão da atualização dos dados, entraram no levantamento: Quixeramobim (CE), João Monlevade (MG), Timóteo (MG) e Cachoeira do Sul (RS). Saíram do estudo: Alenquer (PA), São Félix do Xingu (PA), Tailândia (PA), Aracati (CE), Viçosa (MG), Campo Limpo Paulista (SP), Ibiúna (SP), São Roque (SP), Vinhedon (SP) e Cianorte (PR).

De acordo com os critérios do Centro de Liderança Pública, as cidades foram avaliadas com base em 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos, que, por sua vez, estão organizados em três dimensões: InstituiçõesSociedade e Economia; sendo, a segunda a mais importante, com peso na avaliação (42,4%). Em seguida vêm Economia (38,1%) e instituições (19,5%), respectivamente. Desde 2020, os municípios também são avaliados sob os parâmetros de sustentabilidade, por meio da inclusão de avaliações adaptadas da ESG (Environmental, Social and Governance  Ambiental, Social e Governança) e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU).

Entre os indicadores investigados estão a taxa de matrícula no ensino básico, o tempo necessário para a abertura de uma empresa e a velocidade do desmatamento ilegal. Esses dados foram retirados de cerca de 35 bancos de dados públicos, e os índices utilizados têm divulgação obrigatória pelas prefeituras para garantir uma análise igualitária.

Os indicadores são distribuídos nos seguintes pilares fundamentais para a competitividade e melhoria da gestão pública: Sustentabilidade Fiscal, Funcionamento da Máquina Pública, Acesso à Saúde, Qualidade da Saúde, Acesso à Educação, Qualidade da Educação, Segurança, Saneamento, Meio Ambiente, Inserção Econômica, Inovação e Dinamismo Econômico, Capital Humano e Telecomunicações.

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1 COMENTÁRIO

  1. Crescemos ou os outros é que estão caindo? Para o peso do Rio na economia nacional, o trigésimo-oitavo-rabagésimo lugar não é motivo de comemoração, mas de decepção.

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