Rio de Janeiro retoma “foto de família” do G20 após dois anos; Biden não participa

Líderes mundiais posam nos jardins do MAM sob o tema “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”

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Chefes de Estado se reúnem para foto oficial após reunião do G20 — Foto: Ricardo Stuckert/PR

A cúpula do G20 no Rio de Janeiro trouxe de volta, após dois anos, a tradicional “foto de família”. O registro oficial, feito na tarde de domingo (17) nos jardins do Museu de Arte Moderna (MAM), teve como cenário o Pão de Açúcar e contou com a presença de 40 líderes. No entanto, a ausência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou atenção. As informações são do G1.

Sob o palanque duplo, um painel destacava a mensagem: “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, uma iniciativa do governo brasileiro que recebeu apoio de todos os membros do G20, incluindo a Argentina, que aderiu na última hora.


Retomada da tradição: um marco para o Brasil

A última foto oficial havia sido registrada em Roma (2021). Nos anos seguintes, em Bali (2022) e Nova Déli (2023), a prática foi suspensa devido à guerra na Ucrânia e ao constrangimento de incluir a Rússia no retrato oficial. Este ano, apesar da continuidade do conflito, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, representou o país, mantendo a tradição.

Especialistas consideram a retomada da foto como uma vitória diplomática para o Brasil. Para o professor de Política Internacional da UERJ, Paulo Velasco: “Esses registros são marcantes em cúpulas internacionais. Eles simbolizam diálogo e entendimento, algo que tem faltado em um mundo mais fraturado e dividido nos últimos anos.”

Já o cientista político Maurício Santoro, da Marinha, destacou que, embora a foto tenha caráter formal, sua retomada reforça os esforços do governo brasileiro para reposicionar o país no cenário global: “Para o governo Lula, a imagem é uma representação do slogan ‘o Brasil voltou’, simbolizando a retomada do protagonismo diplomático que o país perdeu nos últimos anos.”


Conflito e tensões persistentes

A guerra entre Rússia e Ucrânia continua a impactar as relações internacionais. Apenas no domingo (17), a Rússia lançou 120 mísseis e 90 drones contra a infraestrutura de energia ucraniana. Apesar disso, os líderes presentes se alinharam para o registro, representando um gesto de mínima convergência em um contexto de tensões geopolíticas.

O chanceler Sergey Lavrov, que desde 2022 substitui Vladimir Putin nas cúpulas, participou da foto, enquanto Biden, ocupado com reuniões paralelas, não apareceu no registro.


A importância da cúpula para o Brasil

Além da retomada da tradição, o governo brasileiro buscou avanços concretos, como a aprovação consensual da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Segundo Velasco, isso poderia marcar a cúpula como mais produtiva que as anteriores:
“Se houver um documento que inclua medidas práticas como essa, será um grande resultado para o Brasil e para o G20.”

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