Bem, se fosse outra cidade teríamos de botar como título que seria cenário, mas o Rio é, sim, personagem. Os atores trabalham junto com a cidade, pega uma cena de "Mandrake", uma excelente série da HBO, a cidade ali está contracenando com o Marcos Palmeira. "Pequeno Dicionário Amoroso" e "Cidade de Deus", filmes completamente diferente, mas que marcam momentos de renascimento do cinema nacional, o Rio de Janeiro é o personagem principal… os atores, excelentes, são coadjuvantes perto da cidade.
E, interessante, a forma de mostrar a violência de filmes como o "Tropa de Elite" e "Cidade de Deus", é diferente da forma que, por exemplo, a novela "Duas Caras" ou mesmo a imprensa, mostam. Há ali no cinema a tonalidade da ficção, da distância, como se dissesse Los Angeles não tem uma gang por esquina, Tóquio não é semanalmente invadida por monstros gigantes e o Rio de Janeiro não tem uma bala perdida por turista. Quando visto na tela grande, o Rio de Janeiro é só lindo, é o Rio do "Bossa Nova".
Bem, isso foi para comentar que começou no Rio, na quinta-feira, as filmagens de "Budapeste", baseado no livro de Chico Buarque, é o que noticia o CCSP.
A história tem como protagonista José Costa, um ghost-writer exaurido por seu próprio talento, que se vê em um impasse criativo e existencial, dividido entre duas cidades – Rio e Budapeste -, duas mulheres e dois idiomas.
José Costa será interpretado pelo paulista Leonardo Medeiros. A brasileira Giovanna Antonelli e os portugueses Ivo Canelas e Nicolau Breyner são outros nomes confirmados no elenco.
As filmagens devem durar oito semanas, entre Rio de Janeiro e Budapeste.
Não li Budapeste, fiquei tão decepcionado com o estilo confuso de Chico Buarque em "O Estorvo" que não me empolguei para ler outros livros dele.
Foto retirada do Flickr de Eloisa.