Não, não estamos na mira dos aviões militares de nenhum outro país. Não que isso seja público, pelo menos. Historicamente nunca estivemos em situações desesperadoras como as vividas por muitas populações ao longo da história. Mas, mesmo assim, a cidade do Rio de Janeiro tem seus abrigos antiaéreos, que foram construídos em outros tempos.
“O Brasil já teve uma legislação que obrigava a construção de abrigos antiaéreos, o Decreto 4.098, de 1942, editado por Getúlio Vargas dez dias após a entrada do país na Segunda Guerra Mundial. Em seu Artigo 3°, era determinado que edifícios com cinco ou mais pavimentos, ou área coberta de mais de 1.200 metros quadrados, construíssem esses abrigos. Estariam alcançados pelo decreto os edifícios de habitação coletiva, hotéis, hospitais, casas de diversão, estabelecimentos comerciais, industriais e de ensino”, escreveu o arquiteto e urbanista Roberto Anderson, em um artigo sobre este tema no DIÁRIO DO RIO.
Alguns abrigos antiaéreos foram construídos em edifícios de cidades brasileiras. Contudo, sem uso, eles foram transformados em garagens, depósitos, salões de festas, ou refeitórios.
“No Rio foram construídos alguns abrigos. Um deles no subsolo da Galeria Menescal, em Copacabana. De 1942, o edifício foi projetado pelo engenheiro Humberto Menescal, e contava com ‘o maior abrigo antiaéreo já licenciado pelo Serviço de Defesa Civil’. Da mesma forma, em Niterói, o edifício Moema, na Praia de Icaraí, conta com um abrigo antiaéreo, atualmente utilizado como bicicletário”, destaca Roberto Anderson.
O único abrigo antiaéreo construído para uso público no Rio de Janeiro é a atual garagem abaixo da Praça dos Expedicionários, no Castelo, Centro da Cidade. Privados, existem outros: um no edifício anexo do Copacabana Palace; um na Almirante Gonçalves 56 e um no prédio que fica na Barata Ribeiro 659, todos em Copacabana. Além do localizado na Rua Paissandu 200, Flamengo. De acordo com informações obtidas pelo DIÁRIO DO RIO, nas escrituras desses imóveis a garagem consta como abrigo.
E as estações de metrô, serviriam de proteção em caso de ataque aéreo ao Rio de Janeiro? “É uma informação difícil de se obter. Mas vale saber que a Estação Gávea, sob o estacionamento da PUC-Rio, ficará a 55 metros abaixo do nível da rua. Ela será a mais profunda da cidade. O problema é que atualmente ela se encontra inacabada e cheia de água, bombeada para dentro para impedir o colapso das paredes e estruturas já construídas. Já sob a Estação Carioca, existe uma plataforma inacabada, a 40 metros abaixo do nível da rua. Ela foi projetada para a passagem da linha 2 do metrô, que iria até à Praça XV. O governo Cabral optou por uma gambiarra, inserindo a linha 2 no trajeto da linha 1. Assim a plataforma na Carioca permanece inutilizada, a nos lembrar da má gestão dos recursos públicos por nossos governantes”, responde o arquiteto Roberto Anderson.
E agora, moradores do Rio de Janeiro? Se sentem mais seguros?
Tem que disponibilizar abrigos para toque de recolher da população de rua, depois de certo horário, ninguém mais pode ficar à toda sem razão na rua, criminalizar vadiagem.