A saúde mental é um importante debate na sociedade. Muitos trabalhos, como os que envolvem segurança pública, podem afetar negativamente a mente de um agente pela violência diária. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, entre 2019 e 2022, os casos de suicídios entre esses profissionais aumentou 150% no Rio, de seis para 15 casos.
Buscando ajudar a saúde de seus servidores, o governo do Estado, o Ministério Público do Trabalho do Rio e o Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (Ippes), iniciam nesta terça-feira, (28/02), o Programa “Segurança QPrevine”, que prevê o suporte terapêutico e ações de prevenção.
No programa, haverá três eixos de atuação: pesquisa e diagnóstico; construção de boletins baseados em levantamento de dados com notificação de suicídios, tentativas de suicídios e homicídios seguidos de suicídios; treinamento, formação e apoio psicoterapêutico aos profissionais.
A iniciativa prevê a realização de oficinas de autocuidado e de gestão humana para gestores, agentes internos e operacionais, destacando a importância da saúde mental na segurança pública, além de rodas de conversa com multiplicadores de prevenção ao suicídio.
O objetivo final é que as instituições, com mentoria do Ippes, criem ações próprias de prevenção. Também será oferecido apoio psicoterapêutico pela PUC-Rio e psiquiátrico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de forma online. O Hospital São Francisco de Assis receberá internações de pacientes em situações críticas.
“O Segurança QPrevine é uma conquista coletiva, a oportunidade de construirmos juntos uma nova linguagem na segurança pública: uma cultura de cuidado e respeito a esse profissional que arrisca a vida em nome da sociedade. O programa vai fornecer conhecimento e dar apoio psicoterapêutico ao agente”, explica a presidente do IPPES, Dayse Miranda.
João Marcello Branco de Souza, diretor da Policlínica José da Costa Moreira, da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio, afirma que o programa veio em boa hora, pois os pedidos de licença ligados a problemas de saúde mental têm crescido. “Os principais fatores são relacionados a transtornos de ansiedade, depressão e problemas sistêmicos, de familiares e no trabalho. O programa será para que o policial não adoeça e possa prestar um bom serviço. Vamos fazer um trabalho integrado importante e esperamos que se torne modelo para outros estados do Brasil”.
O programa será inaugurado no 1º Encontro sobre Saúde Mental e Autocuidado na Segurança Pública, na Cidade da Polícia, e é patrocinado pelo Ministério Público do Trabalho do Rio (MPT-RJ). Os agentes da Polícia Civil, da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) vão receber capacitação em Prevenção e Posvenção de Suicídio pelo Ippes, uma organização sem fins lucrativos especializada no tema.
Informações do Portal O Globo.