O estado do Rio de Janeiro perderá R$ 5,5 bilhões devido ao cancelamento do carnaval de 2021, que aconteceria a partir do dia 12/02 e chegou a ser transferido para julho de 2021, antes de ser anunciado o cancelamento definitivo da festa. A notícia é da coluna do Lauro Jardim do Jornal o Globo e os dados de Cláudio Considera e Juliana Trece, do FGV IBRE.
O valor que a cidade deixa de obter corresponde a uma parcela de 1,4% do PIB carioca. A conta foi realizada com base em dados de 2020 e de 2018 de pesquisa realizada pela FGV para o Ministério do Turismo. Na análise, considera-se o mesmo volume de turistas estrangeiros e não estrangeiros, mesmo tempo de permanência na cidade e equivalente gasto médio.
O setor de turismo é dos setores que mais serão abalados com ausência do Carnaval. A ocupação dos hotéis da cidade despencou para 41%. No ano passado, a hotelaria do Rio registrava cerca de 78% na mesma prévia, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih). Jápara Rio Convention & Visitors Bureau (RCVB), instituição internacional de turismo, o Rio de Janeiro vai perder R$ 4 bilhões.
Para tentar amenizar o impacto da pandemia ao longo de 2021 no turismo, o RCVB está apostando na retomada gradual das atividades turísticas, com foco em três áreas. No ano em que o Cristo Redentor completa 90 anos, o turismo religioso é uma das apostas do setor. Eventos esportivos, como o Campeonato Sul Americano de Remo, em março, que aproveitem o legado olímpico da cidade é uma das ideias para movimentar o turismo na cidade.
Haverá também congressos técnico-científicos, que reúnem principalmente pessoas da área de saúde. Ao todo, 125 eventos devem atrair para o Rio uma média de 614 mil turistas este ano, gerando uma receita de mais de R$ 2 bilhões. Em 2019, foram realizados 333 eventos.
A FGV também realizou um estudo de impacto econômico do Desfile Oficial das Escolas de Samba do Carnaval do Rio. Com base no Carnaval 2019, são gerados 36 mil empregos diretos e indiretos no Sambódromo. Já se for levado em consideração todo o período de preparação para o evento, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa estima a geração de 65 mil empregos.