O Rio de Janeiro vive um ótimo momento no turismo. Segundo o Sindicato dos Meios de Hospedagens do Município, no meio-tempo entre o Réveillon e o Carnaval, a cidade possui 42.640 de seus 52 mil quartos de hotéis ocupados, o que corresponde a 82%.

No mesmo período no ano passado, a taxa era de 79,6%. Para o Carnaval, especificamente falando, a Riotur espera 300 mil visitantes a mais do que em 2019, quando a cidade recebeu cerca de 1,6 milhão de turistas.

”Hoje, o preço do dólar favorece, faz o brasileiro viajar menos para o exterior e os estrangeiros virem mais para cá. Ao longo do ano passado foi feito um grande esforço para divulgar o Rio, e a ideia de um calendário com 50 dias de carnaval ajudou. Antes, existia uma lacuna entre o réveillon e o carnaval. O cenário agora é diferente, oferece atrativos. Há quantas semanas estamos falando de blocos e eventos? O momento é favorável”, diz o presidente do sindicato, Alfredo Lopes, que já celebra um aumento de 6% na busca por hotéis para a 2ª metade do mês de fevereiro.

No segmento comercial, o panorama também é positivo. De acordo com Fernando Blower, presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio, é perceptível um aumento considerável de turistas na cidade, principalmente vindo de outros estados.

”Janeiro costuma ser um mês bom para bares e restaurantes, mas, este ano, está melhor porque o turismo aumentou, devido à alta do dólar ao caráter festivo da cidade, que já entrou em clima de carnaval. Percebemos isso principalmente nos estabelecimentos da orla. Alguns comerciantes falam que, em relação ao mesmo mês do ano passado, o movimento cresceu em torno de 15%, impulsionado pelos turistas”, diz Blower.

Para Roberto Medina, mandatário do Rock in Rio, uma segurança pública melhorada e um calendário de eventos mais prolongado colaboram com o atual cenário:

”No Brasil e no exterior, a imagem do Rio como um lugar inseguro sempre atrapalhou muito. Temos uma estrutura para os visitantes que não a justifica. O índice de criminalidade vem caindo de maneira expressiva, e isso tem sido divulgado”, opina Medina, que aproveita também para dizer que que é necessário dar fim à mentalidade de que eventos são despesas. Para ele, pelo contrário, podem ser a solução.

”O turista brasileiro deixou US$ 17,5 bilhões lá fora no ano passado. Se fôssemos capazes de vender uma imagem mais positiva para os outros estados brasileiros, teríamos algo entre 15% e 20% desse valor injetado na cidade. O Rio tem tudo que o visitante quer, a gente precisa de pouco para melhorar”, conclui o empresário.

Vice-presidente da Associação Embaixadores do Rio, Bayard Boiteux diz que o período de pré-carnaval, com desfiles de blocos e alguns eventos, está dando resultado no segmento de turismo doméstico, mas não tem um panorama otimista da situação.

”A decisão da Prefeitura de aumentar os dias de folia, de forma intempestiva, não ajuda, em absoluto, o turismo internacional. Pode estar dando resultado, sim, no turismo doméstico, junto a moradores de Minas Gerais e São Paulo. Mas acho que a crise da água pode acabar reduzindo a quantidade de visitantes”, diz Bayard.

Já o presidente da Associação, Cláudio Castro, diz que o turismo é o ”carro-chefe” do Rio de Janeiro.

”A cidade do Rio tem uma vocação turística que é o que mais pode gerar riqueza econômica para seus habitantes. Então, qualquer iniciativa a favor do turismo, é a favor da cidade do Rio, que depende disso como alguém no deserto precisa de água”, diz Cláudio.

Bairros com maior número de procura

A expectativa pelo Carnaval é ainda mais aumentada pelos bons números de janeiro. Os hotéis 5 estrelas já têm 100% de suas reservas para o período. Além disso, existe um aumento de 13% em relação a 2019 na busca por acomodações na Barra da Tijuca e em São Conrado e 18% por quartos no Flamengo e em Botafogo, segundo o sindicato correspondente.

No site Airbnb, pertencem ao Rio os 5 bairros mais procurados em todo o país para hospedagem entre os dias 22 e 26 de fevereiro: Copacabana, Ipanema, Barra, Leblon e Botafogo.

”No ano passado, tivemos uma curva de crescimento médio no turismo de 10% em relação ao anterior, e estamos numa crescente desde o Réveillon. Para o Carnaval, esperamos 1,9 milhão ou até 2 milhões de visitantes”, diz Marcelo Alves, presidente da Riotur.