Em meio ao caos ocasionado pela pandemia de Covid-19 no setor cultural em geral, com a impossibilidade, por exemplo, de realização de shows com presença de público como era antes de março de 2020, o Rio de Janeiro ganha, a partir deste sábado (06/03), a Associação das Rodas de Samba, Pagode, Choro e Expressões Culturais Afro Tradicionais do Estado (Batucada-RJ).
Trata-se de um coletivo composto por sambistas, pagodeiros e produtores artísticos que se uniram com o propósito de debater junto às esferas municipal, estadual e federal a inserção deste tipo de manifestação cultural na agenda das políticas públicas do Rio, prospectando recursos e acesso a espaços para a realização de atividades, o cadastramento das rodas de samba e pagode, e, em especial, a obtenção do alvará que regulamenta a realização de eventos em locais/logradouros públicos em todo o estado.
”Desde a pandemia, músicos e sambistas estão sem trabalho, passando dificuldades. Tem gente que não tem de onde tirar o sustento. São muitas, muitas pessoas que estão desassistidas. Então, tive a ideia de criar esse projeto, que vai dar a representatividade que a gente precisa para lutar por nossos direitos, buscar parcerias e apoio do poder público. Esse é um projeto para o estado todo”, diz o músico, compositor e produtor cultural Iverson Mendes, antes de complementar.
”A gente vai fazer um mapeamento das rodas de samba e choro que existem em todo o estado. Pouca gente sabe que Três Rios tem um núcleo muito forte de rodas de samba, que só em São Gonçalo existem 426 rodas de samba, que o projeto Criolice, no Rio, reúne um público de mais de 5 mil pessoas por evento. Por meio da Batucada-RJ, queremos dar visibilidade a esses projetos, propor um calendário de eventos, criar um circuito turístico de rodas de samba, criar alternativas como oficinas de instrumentos e lives para dar oportunidades aos músicos, criar um ambiente propício para empreender e buscar meios para esse segmento tão importante da cultura fluminense continuar vivo, principalmente com os eventos culturais suspensos por causa da pandemia.”
Quando os restaurantes fecharem às 17:00 h, todos vão para a roda de samba…
Difícil vai ser não convidar o vírus que adora um sambinha…