RJ tem aumento de 36% no número de pessoas em situação de extrema pobreza

Dados referentes ao ano de 2021, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (02/12), mostram que mais de 4 milhões de pessoas viviam nessas condições no estado

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Rovena Rosa/Agência Brasil

Dados divulgados nesta sexta-feira (2/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que, em 2021, mais de 4 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza no estado do Rio de Janeiro. Entre elas, 1,2 milhão de fluminenses estavam em situação de extrema pobreza – um aumento de 36% em relação a 2020.

Para o Banco Mundial, estão em situação de extrema pobreza as famílias que sobrevivem com menos de US$ 1,90 por dia. À época, esse valor correspondia a R$ 168 mensais por pessoa – um pouco mais de R$ 5 por dia.

Proporcionalmente, o Rio de Janeiro é o estado com mais pessoas nessa condição: 7,3% da população fluminense.

Ainda segundo o Banco Mundial, as famílias consideradas pobres são as que contam com menos de US$ 5,50 por dia. Na conversão do dólar em 2021, o valor equivalia a R$ 486 mensais por indivíduo – cerca de R$ 16 por dia.

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“Os dados apresentados pelo IBGE referentes ao aumento da pobreza, aliado ao resultado do PIB relativo ao terceiro trimestre, abaixo das expectativas do mercado, demonstram que o Brasil está fadado aos voos, por vezes de pato, por vezes de galinha. E, o motivo é singelo. Só há pobreza, porque não há geração de riqueza e uma repartição justa e igualitária da renda produzida. E, somente se gera riqueza com investimento nacional e estrangeiro, os quais só se dão quando um país apresenta-se atrativo aos empresários, responsáveis pela realização de um investimento produtivo e não especulativo. Esse cenário atraente há décadas não é presente no Brasil. Não há investimento em educação, que encontra-se sucateada desde o ensino básico ao doutorado. Sem educação, não há mão de obra qualificada. Do mesmo modo, não há investimento em infra-estrutura. Não há meios de escoar qualquer produção com eficiência e a baixo custo, já que não existem rodovias, ferrovias, portos e aeroportos aptos a exercer essa função. Além disso, inexiste investimento em ciência e tecnologia. Sem elas, não há inovação e resta apenas uma economia pautada em venda de commodities, tal como na época em que éramos colônia. Ou seja, continuamos a vender petróleo bruto, ferro, aço, soja e carne bovina. Sequer beneficiamos minimamente tais produtos. Como se não bastasse, temos uma legislação fragmentada entre os vários entes federativos, complexa, e em constante mudança, muita das vezes para pior. A criação legislativa é intensa, e por vezes, associada ao ativismo judicial, gera um contexto de enorme insegurança jurídica extremamente hostil ao investidor. Exemplo disso, é o projeto de lei 3293/2021, em trâmite na Câmara dos Deputados. Como está posto, ele vem a inviabilizar a lei de arbitragem no país. E, justamente a condição para o estrangeiro aportar recursos aqui, é que nos contratos celebrados figurem cláusulas a dispor que, em caso de litígio, eles serão dirimidos pela via arbitral, ou seja, pela jurisdição privada, célere, especializada e qualificada, em substituição ao poder judiciário. Com tais mudanças legislativas nocivas, aumenta-se ainda mais a dificuldade de captação de recursos internacionais produtivos. Importante mencionar ainda, a questão da segurança pública. Os Estados Modernos surgiram para dar segurança pública e permitir que houvesse a possibilidade de trocas comerciais até então restrita aos feudos. E, 2022 anos depois de Cristo, o Estado Brasileiro é incapaz de prover o povo de segurança pública e, consequentemente, de viabilizar o livre trânsito de pessoas e coisas em todo território nacional e a qualquer hora do dia. Infelizmente, são chagas que não vêm sendo enfrentadas pelos sucessivos governos. Sem esse eficaz enfrentamento, não será surpresa, ano a ano, o aumento da pobreza, da miséria e da fome”, disse Gabriel de Britto Silva, advogado no RBLR Advogados, diretor jurídico do IBRACI e participante da Comissão de Arbitragem da OAB/RJ

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3 COMENTÁRIOS

  1. Enquanto isso, o Governo do Estado e Prefeitura pegam o dinheiro dos nossos impostos e distribuem em aumentos pros funcionarios publicos. Uma elite já privilegiada, que continua no topo da pirâmide com um abismo de diferença salarial com relação ao setor privado. Não sobra dinheiro pra nada, essas pessoas que estão nas ruas vão morrer de fome pq o setor público leva o dinheiro todo pra trabalhar “home office”.

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