Em 2021 o prefeito Eduardo Paes promoveu a desapropriação do campus da antiga Universidade Gama Filho-UGF. Infelizmente, um pouco tarde, já que essa foi uma ação pedida ainda na década passada, pela maioria dos deputados estaduais, por professores e por estudantes. Visavam tentar salvá-la como instituição de ensino. No último fim de semana, depois de anos de abandono, quatro prédios da Gama foram implodidos pela Prefeitura, entre eles o edifício sede, projetado pelo arquiteto Edison Musa, e as instalações do antigo teatro Dina Sfat. Parte do campus deverá ser transformado num centro de educação e cultura da Fecomércio, e a outra parte num parque municipal.
A UGF teve sua origem no Colégio Piedade, comprado em 1939 por Luís da Gama Filho, futuro Ministro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, depois de uma carreira política. Muito antes disso, Gama Filho foi motorista de caminhão e vendedor de querosene. Em 1951, com a abertura do curso de Ciências Jurídicas, teve início a história da universidade. Em 1965, surgiu o curso de medicina e logo vieram os de engenharia, arquitetura, comunicação social, odontologia, serviço social, educação física, além de cursos de mestrado e MBA.
Muitos bons profissionais dessas áreas lá se formaram. Seus cursos eram bem considerados. Na educação física, por exemplo, a Universidade teve grande projeção, já que investiu em esportes de alto rendimento, participando de campeonatos estaduais e federais.
Em 2010 a UGF foi comprada pelo Grupo Galileo, que também se tornou proprietário da UniverCidade, e mais tarde foi acusado de ter desviado milhões de reais. Em 2011, a universidade chegou a anunciar investimento de 17 milhões de reais na área esportiva. No entanto, dois anos depois a qualidade do seu ensino foi questionada pelo MEC, o que impediu a entrada de novos alunos e a elaboração de novos contratos do Fies e de financiamento de bolsas do Prouni.
Em 2014 ocorreu o descredenciamento da Universidade pelo MEC, um golpe mortal, que levou ao seu fechamento. As avaliações mais detalhadas das instituições de ensino superior pelo MEC foram ações bem-vindas, mas, muitas vezes, como também ocorreu com a Santa Úrsula, ajudaram a empurrar para o abismo instituições que já vinham com problemas financeiros.
O encerramento das atividades da Gama Filho provocou gigantescos problemas para os alunos às vésperas de se formar, para os que, mesmo formados, ainda não tinham recebido seus diplomas e para os demais, que precisaram buscar a conclusão de seus cursos em outras instituições. A universidade era importante demais para o bairro de Piedade e para a Zona Norte. Para aquela área, ela tinha o peso simbólico que a PUC tem para a Zona Sul. Seus milhares de alunos movimentavam negócios no bairro, que entraram em crise com o fechamento da instituição.
Buscando uma solução para o enorme problema que se formava, em 2014 o então deputado Jorge Bittar propôs a desapropriação da estrutura da Gama para a criação de uma universidade pública. Naquele mesmo ano, o deputado Paulo Ramos apresentou projeto nesse sentido, que foi vetado pelo governador Pezão.
Em 2016, ano em que o Tribunal de Justiça decretou a falência do grupo Galileo, a Alerj aprovou novo projeto permitindo ao governo desapropriar o campus da Gama Filho, ainda com o intuito de torná-lo uma universidade pública. O projeto era da autoria dos deputados Paulo Ramos e Waldeck Carneiro e seria uma solução que, além de atender o interesse público, era aceita pelo grupo mantenedor da instituição.
Como nossos governantes são bem obtusos, o governador Pezão, demonstrando o seu desinteresse nesse tipo de solução, voltou a vetar o projeto de lei aprovado na Alerj. Esse segundo veto do governador foi derrubado pelos deputados, mas mesmo assim o governo não tomou nenhuma providência. Naquele ano, o atual prefeito do Rio estava no seu segundo mandato, portanto já bastante experiente. Mas, tampouco se moveu para evitar o fechamento da universidade.
É difícil aceitar que uma cidade como o Rio de Janeiro, e o Estado do Rio, tenham podido assistir ao fechamento de uma universidade, ainda mais uma do porte da Gama Filho, sem que os governantes nada tenham feito. Agora veio mais uma implosão. A do viaduto da Perimetral gerou uma área de lazer, mas a absurda implosão da antiga fábrica da Brahma só gerou um elefante branco plantado junto ao Sambódromo. O futuro parque e o centro de recreação e cultura poderão trazer benefícios a Piedade e vizinhança, e serão melhores do que um terreno abandonado. Mas, nunca terão o potencial de transformação de vidas que uma universidade tinha.
Triste situação da extinta Gama filho e univercidade mortas pelo descaso do Governo Brasileiro com a educação e tristemente o que vemos é que será um parque,espero que dê certo mas,se virar um antro de viciados também não ficarei chateado porém triste com a decisão do prefeito mas espero que o parque dê certo para o bem do bairro piedade,que assim como Quintino é um bairro abandonado e ruim de se viver.
Seu primo não se categorizou em lugar algum ele se graduou seu desinformado. ..Está universidade foi sacaneada por seus próprios do os que desviaram dinheiro e o governo que trabalhou para extinguir a massa falida não tinha nada a ver com o PT …Você deve ser mais um fascista admirador do Ulstra e do Ladrão de Jóias e a propósito Sassa Mutema está escrito errado o que mostra que você devia seguir o exemplo de seu suposto primo e cursar uma Universidade você também ao invés de atacar os políticos que se importam com o nosso País….
Agradeço os comentários ao artigo e sinto que o descaso do passado ainda existe no presente.
Amei a matéria e deixo registrado a decepçao com esta implosão! A Universidade Gama Filho era o orgulho do estado do Rio de Janeiro e da região da zona norte. Aqui não respeitam nada e ninguém. Querem implodir e construir o inevitável. Isto pra colocar um pouco de dinheiro no bolso. Um lugar que podia ser reaproveitado pra outra Universidade ou continuar como era antes. Quando querem conseguem fazer o melhor, mas ultimamente só querem dinheiro e poder. Universidade linda, grande e de grande potencial. Infelizmente acabou. Mas continuará no coração daqueles que sabem dar valor ao que é bom.
Amei a matéria e deixo registrado a minha decepçao com esta implosão! A Universidade Gama Filho era o orgulho do estado do Rio de Janeiro e da região da zona norte. Aqui não respeitam nada e ninguém. Querem implodir e construir o inevitável. Isto pra colocar um pouco de dinheiro no bolso. Um lugar que podia ser reaproveitado pra outra Universidade ou continuar como era antes. Quando querem conseguem fazer o melhor, mas ultimamente só querem dinheiro e poder. Universidade linda, grande e de grande potencial. Infelizmente acabou. Mas continuará no coração daqueles que sabem dar valor ao que é bom.
Excelente artigo. Sem dúvida, havia alternativas melhores no interesse público que implodir as estruturas e entregar a área à federação do comércio, logo, uma entidade privada…
O que teve de interesse foi maquiagem de interesse público de revitalização, na verdade, para beneficiar uma entidade privada…
Em Vaz Lobo estão fazendo obras na antiga Faculdade Nuno Lisboa (e depois UniverCidade), para ser um novo polo da Uerj. O local é super perigoso, rodeado por morros em conflito. Já sabemos que os alunos do curso noturno ficarão vários dias sem aula por conta da violência. Era muito melhor ter investido na reforma da Gama Filho, com excelente estrutura, biblioteca, anatômico, parque esportivo, etc. Há dez anos, quando ainda era possível reformar… Uma universidade pública ou uma FAETEC movimentaria também o comércio da região. Ahhh, lembrando que este ano houve um projeto de lei absurdo para acabar com a Uerj!!! Temos que escolher melhor nossos governantes e lutar para que a universidade pública e gratuita continue resistindo. Parabéns pelo texto!
Como jà citado em varios comentarios .jà estamos bastantes cheios de sistemas culturais…acho que nesse local poderia construir outra univercidade,pra levantar esse bairro .que esta morto em muitos sentido.
Essa implosão foi uma vergonha. Milhões jogados no lixo. Poderiam ter criado um campus universitário, já que salvo o da UERJ, os demais são bem distantes da zona norte. E esse seria tbm mais acessível à zona oeste, pois há saída da linha amarela ali próximo.
A estrutura ainda oferece piscina e um enorme ginásio, que foi inclusive usado para competições importantes.
Poderia ter virado uma escola, como a Faetec Quintino é – enorme.
Mas não! Mais um parque pra Prefeitura não cuidar, como o Parque de Madureira. Basta circular no trecho Rocha Miranda/Honorio pra ver. Nem tampa do ralo tem. Nem grade. Nem GM. Nem nada. Abandonado.
Mais uma obra pra desviar $.
Excelente matéria! As ações e soluções políticas são imediatistas e muito pouco planejadas e estudadas. A degradação permitida, e posterior implosão de prédios e infraestrutura que funcionavam como uma universidade é muito lamentável. A criação do novo parque em Piedade, depois da desgraça da desídia, é um alento. Mas, fiquemos atentos, pois o atual governo municipal, que paga pelo futuro Parque, prega e age depois para privatizar esses espaços antes públicos, como o Jardim de Alah, o antigo Autódromo da Barra, a Marina da Glória (que até loja de motos tem), o Parque de Deodoro, e não mantém nem as Vilas Olímpicas nas comunidades! Em todos os casos, primeiro se paga para publicizar, e depois diz que não tem dinheiro para manter, e se privatiza. Olho vivo, pois essa é a grande tradição de apropriação de terras públicas no Brasil desde sempre!
…..Meu xará, parabéns. “DESENTERROU” um defunto DOURADO. A coisa é mais embaixo ou pro lado, meu primo que se categorizou na entidade, Fez DOTOURADO em Cambridige, se tornou Diretor de uma Entidade e logo em seguida Presidente para América latina e Caribe, conseguiu um FINANCIAMENTO de um Fundo Internacional pra soerguer a Entidade, O Ministro da Educação (MERCADANTE), este mesmo que está no BNDES pediu 30% para o partido PT(GOVERNO DILMA MONGA). A instituição foi embora e não volta mais.Querem a população assim, MST SEM TETO CRACUDOS e o Saça Mutema na PRESIDÊCIA.