Não existem “fake news” no discurso privado. Existem mentiras. Todos têm direito a mentir. Se a mentira prejudicar alguém, há remédios judiciais. Policiamento de discurso é censura. Combate a “fake news” é uma desculpa patética para censura prévia.
O renascimento da censura é uma reação do Estado e da grande mídia ao fenômeno das redes sociais, que deram voz, alcance e impacto ao cidadão comum.
É claro que isso não pode ser permitido.
Imagine se as pessoas começam a ter, cada uma, a sua opinião?
imagine se elas começam a questionar as decisões das autoridades?
imagine se as narrativas que, durante muito tempo, sustentaram populistas, corruptos e tiranos no poder subitamente começarem a ser desmascaradas?
Imagine se um cidadão comum, um zé ninguém, sem poder algum, com apenas um computador, um microfone, acesso à internet e o seu cérebro mostra a todos que a suprema verdade era uma grande mentira?
Imagine se um tuíte de um desconhecido tiver mais valor, consistência, conhecimento e informação do que o editorial de um grande jornal?
Imagine isso, e você entenderá a urgência do “combate à desinformação”.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.