Roberto Motta: Galeão ou Santos Dumont? O Debate do Faz de Conta

Roberto Motta: o debate sobre a concessão do Santos Dumont não leva em conta a questão da segurança e a do direito de escolha do passageiro

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Aeroporto Santos Dumont - Foto: Alexandre Macieira | Riotur

O Rio é um local curioso. Certas questões são discutidas como se vivêssemos na Suécia ou na Dinamarca. Um belo exemplo é o debate sobre os aeroportos do Galeão e Santos Dumont, que está ocorrendo no meio da autoproclamada “sociedade organizada fluminense”.

Uma parte significativa desses debatedores defende que o Galeão deve ter primazia, e que o Santos Dumont deve ser relegado a um papel secundário, com opções restritas de voos. Na prática isso significa que a maioria dos cariocas e fluminenses, na maioria de suas viagens aéreas, passaria a usar o Galeão.

Essa discussão, em determinados momentos, se torna extremamente técnica. Entram questões como a concessão do Galeão (comprada pela iniciativa privada por R$ 31 bilhões em 2009), projeções de demanda por viagens, competição com o aeroporto de Garulhos, em São Paulo, e o sonho – compartilhado por mim – de reviver o Rio como grande destino turístico internacional.

O problema é que a discussão parece ignorar totalmente dois elementos importantes. Um desses elementos é o usuário. O outro é a segurança.

O cliente que compra a passagem aérea deveria ter o direito de escolher de qual aeroporto ele prefere viajar. Esse direito é dele, e não de um planejador burocrata, sentado em um escritório governamental.

Isso é óbvio.

Mas a outra questão é ainda mais importante. Essa questão é o elefante na sala, que todos fingem que não estão vendo: a segurança do acesso ao Galeão. Esse acesso é feito por estradas – as linhas Vermelha e Amarela – que passam por algumas das regiões mais perigosas do Rio de Janeiro. É uma área que foi carinhosamente apelidada pelo carioca de “Faixa de Gaza”.

Até membros do STF – a então ministra e presidente Ellen Gracie e o ministro Gilmar Mendes – já foram assaltados ali, em dezembro de 2006. Imaginem como se sente o cidadão comum.

O debate Galeão versus Santos Dumont ignora solenemente a questão da segurança. Mas ignorar um problema não faz com que ele desapareça magicamente. Discutir a revitalização do Galeão – e mesmo a revitalização do turismo no Rio – ignorando a questão da segurança não faz sentido algum – nem moral, nem político e nem econômico.

Mas é isso que está acontecendo.

Já está na hora das lideranças do Rio de Janeiro pararem com esse faz de conta.

O preço que o povo carioca e fluminense paga por isso é alto demais.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Roberto Motta: Galeão ou Santos Dumont? O Debate do Faz de Conta

16 COMENTÁRIOS

  1. Esse artigo é um desserviço. Matar o galeão significa não ter voos diretos saindo do Rio, ou seja, para toda e qualquer viagem que seja internacional ou para uma capital que não seja hub ter q fazer escala e pagar mais caro. Significa perder arrecadação, mobilidade, eventos, etc. Mais um passo triste pro buraco que o Rio se enfiou.

  2. Gente, isso é criação de NARRATIVA política em ano de eleição. Estão se agarrando à qualquer custo em galhos de todo tamanho, como se não tivéssemos uma lista sem tamanho de problemas para resolver.

  3. Gente, isso é criação de NARRATIVA política em ano de eleição. Estão se agarrando à qualquer custo em galhos de todo tamanho, como se não tivéssemos uma lista sem tamanho de problemas para resolver.

    • Finalmente um artigo isento.
      Bando de hipócritas.
      O Galeão ou Tom Jobim, não sei como chamar, não tem acessibilidade.
      Obviamente que o Santos Dumont atrai o carioca. Tem bons restaurantrs e transporte público de primeiro mundo.
      Que se amplie o Santos Dumont até pq a css que administrava o Galeão, sumiu e vendeu sua parte. Lucrou na copa e nas olimpíadas e ciao…
      Tá rolando um lobby escancarado pelo Santos Dumont. A concorrência é saudável para o consumidor. Pq não querem concorrência?
      Quero ver quem vai escolher embarcar do Galeão. Talvez os saudosistas e os maratonistas.

  4. 0 Santo Dumont eh pequeno . O Galeao eh melhor em tudo. Eh problema político e que os paulista querem obrigar os cariocas a fazer os seus voos via Guarulhos. Não queremos isso . Deputados votem a favor do Galeão.

  5. “O cliente que compra a passagem deveria ter o direito de escolher o aeroporto…”

    Pois é. Isso deveria valer também para o cliente que não quer usar Guarulhos para fazer viagem internacional.

  6. Que me desculpe o jornalista, mas a decisão é técnica! O SDU é pequeno, não comporta aviões que fazem grandes vôos internacionais, a não ser com extrema dificuldade, ou ampliando as pistas fazendo aterros na baía de Guanabara, o que é proibido. Um pequeno erro e o avião cai no mar, simples assim. Obviamente os aviões evoluíram e os riscos diminuíram, mas mesmo assim não são desprezíveis. O Galeão é um aeroporto fenomenal, um dos maiores do mundo, que comporta qualquer tidpo de aeronave. A questão de segurança, me desculpe mais uma vez, são anos e anos deixando as favelas se expandirem, os jornalistas e a esquerda-caviar adoram favelas, acham bonito, ninguém nunca quis erradicar as favelas, agora reclamam da insegurança? Vale lembrar a favela que estava se formando atrás da UERJ, quando a prefeitura quis demolir os barracos alunos da univesidade, os canhotos “dasumanas” foram lá impedir a remoção, defenderam os pobres coitados dos favelados, entraram na justiça, e a prefeitura teve que parar. Hoje ninguém anda mais naquele local á noite e os alunos reclamam que estão sendo assaltados! Kkkk Bem feito! Isso ocorre no Rio inteiro, protegem as favelas, pra depois reclamar da falta de segurança.

  7. O Rio de Janeiro terá mais voos diretos quando sua economia conseguir sustentar voos diretos aqui. Todo mundo que tenta fazer sustentar Galeão matando o Santos Dumont tá tentando erguer castelos de areia sobre as ondas do mar. É burrice. A Concessionária de GIG já sabia da existência de SDU. Causa-me espanto como uma chusma de gente agora parece lutar todo dia pela concessionária lá.. Proponham-na como participante do leilão de SDU! Se ela for a operadora dos dois, poderá ter um subsídio cruzado.

    O Rio de Janeiro sairá da lama quando houver negócios, geração de renda que justifiquem a gente sair da lama. Não será forçando o viajante ir pro GIG que fará o voo aparecer.

    Os negócios, a geração de renda não aceitam desaforo: precisamos acabar com a desordem urbana que tanto impedem este estado de decolar. A única indústria que cresce hoje no estado é a energética e extrativa mineral – e isso só ocorre porque os recursos naturais não saem correndo por aí (porque se pudessem, talvez até eles já teriam ido embora para outro estado… e viajando pelo Santos Dumont, é claro!).

  8. A questão é justamente sair desse círculo vicioso. SDU, um aeroporto limitado e limitante. Menos turistas, menos arrecadação e consequente menos investimentos em projetos sociais e segurança pública.

    Uma cidade que depende quase exclusivamente do turismo e um estado que necessita aumentar seu PIB não podem prescindir de um aeroporto-indústria.

    A aposta não deve ser em um aeródromo que limita a conexão da cidade e estado com o mundo, principalmente com países asiáticos.

    Hoje, o turista internacional tem cada vez mais dificuldades em chegar aqui em voo direto. Dependem de aeroportos em outros estados.

    O Rio precisa voltar a se conectar com o mundo. Sem intermediários.

    • A escolha é do usuário e ele quer Santos Dumont. O obsoleto e ultrapassado galeao JAMAIS vai conseguir voltar com a mesma demanda Se varig,concorde,panair,747 viraram obsoletos e deuxaram de existir, então agora o mal localizado e perigoso galeao deve deixar de existir também. Passageiro NÃO quer trocar Santos Dumont por Galeão.

      • Galeão deixar de existir? Sem comentários.
        Obsoleto? Nunca pisou no Píer sul.
        Santinho-Dumont tão “muderno” que nem tem ar condicionado no desembarque. O embarque vive com aqueles ventiladores ridículos, que não resolvem nada.
        Choveu? Fechou.
        Derrapou na pista? Sem área de escape.
        Santinho seguro? Centro à noite é aquela “paz”. Túnel Marcello Alencar nunca tem assalto! Aterro idem. Aliás, vou até orientar turistas e mulheres a caminharem despreocupados pelo Aterro, portando joias e celulares. Afinal, a região dos aviõezinhos é muito segura…

        • Você deveria ler sobre o que está pre disposto em relação ao SDU antes de falar pouco, mas falar muita besteira… o SDU só é isso pq governo sempre comandou, na mão da iniciativa privada que visa o lucro vai ser ruim?!? E caminho praticamente todos os dias no aterro, acho que você não sabe da existência do aterro presente, né?!? Aqui dá pra andar com cordão, celular, só você ir e ver… agora passar pelas vias que ligam o Galeão 22 hrs( nem tão tarde), quero ver você fazer… você é um escritor de ficção kkkkkkk

    • Se ele é tão ruim, pq toda a preocupação em vendo lo e matar o Galeão?!? Nem percebe a besteira que fala, né?!? Kkkkkkkkkkkkk… adoro ver vocês defendendo o indefensável e passar vergonha kkkkkkk

      • Pois é, Thales. Não está em discussão se o sdu será privado ou não. Ele será. O que está em questão é o retorno do sistema multiaeroportos, que vigorou até 2009 no Rio.
        Não sei se o senhor sabe, mas após 22:00 nem há voos no sdu. Então não faz sentido falar em “vias que ligam ao Galeão” nesse horário.
        Não adianta ficar apertando k. Melhore seus argumentos.

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui