Pedra do Arpoador. Sexta-feira, final de verão. Pôr do sol. Armadilha para turistas.
A região estava cheia de policiais, mas um “adolescente em conflito com a lei” resolve, mesmo assim, assaltar várias pessoas.
Agride e rouba um casal de turistas alemães. Dá um soco na cara de um turista americano que tenta ajudar.
Isso no meio de uma multidão. O “menor infrator” não liga.
Ele sabe que não dá em nada.
Ele assalta, agride e sai correndo. Várias pessoas correm atrás dele. Um policial do Segurança Presente o segura lá na frente.
O final da história todo mundo conhece: amanhã ele estará de volta ao Arpoador, impune.
É o que manda nossa lei, nossa jurisprudência, nossa Constituição.
Eu encontro o casal de americanos tentando se comunicar com policiais. O homem sangra muito pelo nariz.
Converso com eles. São do Colorado. Indico o hospital mais próximo.
Resolvo acompanhá-los até um local seguro onde podem pegar um táxi.
Enquanto caminho com eles, passam outros vagabundos ao lado e ameaçam dar o bote. Desistem quando percebem que sou brasileiro.
Coloco o casal no táxi, digo ao motorista para levá-los ao hospital, peço a eles desculpas em nome do Rio.
E fico com uma vergonha profunda, interminável, de viver em lugar assim: em um país sem lei, que trata seus visitantes – e seus cidadãos – com crime e pancadas.
Rio, Brasil, terra da impunidade.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
Pois é…Já estive em países vizinhos nossos e posso afirmar que, Argentina e Uruguai estão a quilometros de vantagem do Brasil em turismo. Vou dar exemplos: as cidades não fedem como o Rio, você logicamente tem que ficar atento a assaltos nas grandes cidades de lá, MAS nada igual ao Rio. Em Montevideo, país governado na época pela esquerda, testemunhei 2 policiais abordando um desocupado deitado num banco de praça, que logo, depois de identificado, teve que sair do local, pois não era lugar para dormir…aqui, sabemos que não só ninguém o incomodará como até montará moradia no local. Nossas autoridades preferem gastar em propaganda turística do que fazer o que tem que ser feito. Aqui, no Brasil, o único lugar que realmente me senti tranquilo como turista foi em Gramado, que realmente vc pode andar tranquilo de dia ou de noite, além da cidade ser limpíssima. E olhe que o Rio de Janeiro, bem administrado, com bons programas sociais e com leis realistas viveria ótimamente bem apenas com o turismo, pois a cidade é linda, mesmo maltratada ao extremo.
Roberto Motta não é vereador