Hoje faz 25 anos que o Rio de Janeiro virou capital mundial do Rock, quando com um show de Ney Matogrosso começa o Rock in Rio, que aconteceu entre os dias 11 e 29 de janeiro de 1985 e reuniu mais de 1 380 mil pessoas na Cidade do Rock (então Jacarepaguá, agora Barra, por aqueles mistério que só os corretores de imóveis podem explicar). E botou o Rio no roteiro dos grandes shows.
Eu tinha 5 para 6 anos e me lembro de muita coisa. De minha mãe não me deixar ir, do meu irmão passando só para tomar banho e voltar para a Cidade do Rock, matérias no Fantástico, o Erasmo Carlos sendo vaiado (botar ele no mesmo dia que metaleiros foi brabo) e de gente dizendo que todos iam morrer porque Nostradamus tinha previsto.
Foi show com Queen, Iron Maiden, AC/DC, Ozzy, tudo isso no palco e 5 mil metros quadrados, o maior até então, em um terreno de 250 mil metros quadrados, com dois imensos fast foods, dois shopping centers com 50 lojas, dois centros de atendimento médico… e tudo em um país que até então não estava acostumado com mega shows e nem no mundo havia algo parecido com a idéia do Roberto Medina. E na época ainda estávamos sobre governo militar, com Figueiredo, que só sairia em março dando lugar a Sarney. Deve ser por isso que tinha gente quando entrava na Cidade do Rock beijava o chão.
Parar para pensar que foram 10 dias de show de rock´n roll, 90 horas de música… em Jacarepaguá, em um terreno que teve de ser construído rapidamente já que era pantâno antes. A iluminação emprestada pelo Queen, o Paralamas usando como cenário um vaso de planta. E nestes 25 anos teve mais duas edições no Rio de Janeiro e virou franquia internacional, com shows na Espanha e Portugal. Parabéns pela coragem do Roberto Medina!
O Rock in Rio também mudou o Rock Nacional, com shows do Paralamas, Barão Vermelho (com Cazuza), Kid Abelha e Lulu Santos, a geração dos anos 80 pôde pela primeira vez tocar para uma grande platéia.
E neste aniversário de 25 anos Medina deu um presente para os cariocas, em entrevista para jornais declarou sua vontade de trazer mais uma edição para o Rio de Janeiro em 2011, no final do ano!!! Além de Rock teria uma rave, dia pop (lembrar que no Rock in Rio 3 teve Sandy & Junior e Britney), e um dia clássico. Veja o que disse Medina na entrevista para o G1:
G1 — Que atrações você sonha em trazer para esse próximo Rock in Rio? Medina — Não pensei nisso ainda, pois essa ideia ainda é muito nova. O primeiro passo é discutir um pouco com as autoridades, o que eu já fiz. Se isso criar corpo, uma coisa que eu gostaria de ter no conteúdo do festival é a diversidade. Ter uma tenda eletrônica, uma roda gigante, uma área dedicada a atividades mais radicais, uma tenda de jazz… Se puder, quero ser mais abrangente ainda. Mas, se tivesse que montar um elenco hoje, faria de novo em cima dessa ideia de dias temáticos. Para o dia infantil, Hannah Montana e Tokio Hotel. Para o dia de heavy metal, AC/DC. Para o dia pop, Shakira, Rihanna, Ivete Sangalo. Quem sabe Lady Gaga e Beyoncé. Talvez fizesse um dia com o Red Hot Chili Peppers e o Radiohead. E outro mais clássico, não sei se com o Neil Young outra vez. Bem, quatro dias já estariam praticamente resolvidos (risos). Entre as bandas brasileiras acho que o Capital Inicial não poderia faltar.
Gostaria também de fazer uma grande festa eletrônica, uma espécie de rave com todos os DJs mais importantes do mundo, sem exceção. E isso é facílimo de conseguir. Seria um dia não convencional. Outra coisa muito legal seria juntar um artista de cada banda numa grande jam session. Um músico dos Paralamas, outro do Barão Vermelho, e assim por diante.
Eu gostaria que incluísse umas bandas como Pearl Jam, Megadeth e talvez o Queen com George Michael como vocalista. Seria inesquecível como o primeiro Rock in Rio.
Bem, para quem não sabe a canção tema do Rock in Rio é do Roupa Nova:
Tema Rock in Rio
Todos numa direção Uma só voz, uma canção Todos num só coração, Um céu de estrelas Se a vida começasse agora, E o mundo fosse nosso outra vez, E a gente não parasse mais de cantar, de sonhar… Que a vida começasse agora E o mundo fosse nosso de vez E a gente não parasse mais de se amar, de se dar, de viver
uou uou uou uou uou Rock in rio (2x)
Que a vida começasse agora e o mundo fosse nosso outra vez E a gente não parasse mais de cantar, de sonhar…
Que a vida começasse agora, e o mundo fosse nosso de vez Que a gente nao parasse mais de se amar, de se dar, de viver…
uou uou uou uou uou Rock in Rio (8x)
Lista de shows da primeira edição do Rock in Rio:
11 de janeiro de 1985 (300 mil pessoas) Queen Iron Maiden Whitesnake Baby Consuelo e Pepeu Gomes Erasmo Carlos Ney Matogrosso
12 de janeiro de 1985 (250 mil pessoas)
George Benson James Taylor Al Jarreau Gilberto Gil Elba Ramalho Ivan Lins
13 de janeiro de 1985 (90 mil pessoas) Rod Stewart The Go-Go’s Nina Hagen Blitz Lulu Santos Os Paralamas do Sucesso
14 de janeiro de 1985 (30 mil pessoas) James Taylor George Benson Alceu Valença Moraes Moreira
15 de janeiro de 1985 (50 mil pessoas) AC/DC Scorpions Barão Vermelho Eduardo Dusek Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens
16 de janeiro de 1985 (40 mil pessoas) Rod Stewart Ozzy Osbourne Rita Lee Moraes Moreira Os Paralamas do Sucesso
17 de janeiro de 1985 (20 mil pessoas) Yes Al Jarreau Elba Ramalho Alceu Valença
18 de janeiro de 1985 (250 mil pessoas) Queen The Go-Go’s The B-52’s Lulu Santos Eduardo Dusek Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens
19 de janeiro de 1985 (250 mil pessoas) AC/DC Scorpions Ozzy Osbourne Whitesnake Baby Consuelo e Pepeu Gomes
20 de janeiro de 1985 (200 mil pessoas) Yes The B-52’s Nina Hagen Blitz Gilberto Gil Barão Vermelho Erasmo Carlos
Curiosidades de artistas no Rock in Rio:
– OS ARTISTAS E O ROCK IN RIO
Rock in Rio I
AC/DC: O final da eletrizante apresentação do AC/DC foi marcado pelos disparos de dois canhões, um de cada lado do alto do palco em "For those about rock". Os australianos só iriam tocar no festival se o sino de meia tonelada viesse com eles. O aparato em questão é aquele que é marretado pelo vocalista Brian Johnson durante Hells Bells. O sino veio de navio, mas a estrutura do palco não o agüentou e um dos cenógrafos do Rock in Rio fez escondido e as pressas um sino de gesso para a ocasião.
Iron Maiden: Os integrantes da banda, que estava na bem sucedida World Slavery Tour 84/85, consideram sua aparição no evento uma das experiências mais marcantes de suas carreiras. Esta foi a 2ª maior platéia da história do grupo, que tocou para 200 mil pessoas (a maior foi na 3ª edição do evento, onde a banda se apresentou para 250 mil pessoas).
James Taylor: O cantor enfrentava maus momentos, com dependência de drogas e o divórcio da também cantora Carly Simon. Taylor declarou que pensava em abandonar a carreira logo após o Rock in Rio I, do qual participaria apenas por compromisso contratual. O cantor declarou-se, porém, comovido com a inesperada recepção do público, e ali decidiu que retomaria as rédeas de sua carreira. Em homenagem ao ocorrido, Taylor compôs a balada Only a Dream in Rio (Apenas um sonho no Rio), na qual declama versos como "I was there that very day and my heart came back alive" ("Eu estava lá naquele dia e meu coração voltou à vida"). Anos mais tarde, ao ser convidado para participar da terceira edição do evento, em 2001, Taylor declarou que para ele era "questão de honra" participar do Rock in Rio.
Ozzy Osbourne: No que foi qualificado como "falha de organização", sua apresentação foi marcada logo antes da de Rod Stewart. Ao assistir dos bastidores a passagem de som de escocês, Osbourne disse haver pensado que seria vaiado e expulso do palco, pois seu estilo era diametralmente oposto ao do ex-vocalista do The Faces, e não acreditava que fãs do primeiro pudessem apreciar sua música. Ao contrário, Osbourne foi aplaudido como muitas vezes em sua carreira e declarou que jamais vira público tão versátil e caloroso como o carioca. Alias, ele quase não teve presença confirmada por causa do famoso episódio do morcego que teve a cabeça arrancada a dentadas pelo próprio Ozzy num show em 82. Os organizadores do festival colocaram no contrato dele uma clausula que o proibía de comer qualquer tipo de animal vivo no palco e o Mr. Madman fez valer ao dar para um roadie uma galinha viva jogada por um espectador. Ozzy também se apresentou usando uma camisa do Flamengo (presente dado por um fã), imagem essa que chegou a virar capa de revista no Brasil.
Queen: Estrelas máximas do evento, todos os integrantes do Queen concordam em qualificar aquela apresentação como uma das cinco mais emocionantes do grupo, e Freddie Mercury qualificava a execução da canção Love of My Life como a melhor jamais feita pela banda.
Rod Stewart: Com sua característica voz rouca, Rod fez a platéia cantar com ele vários sucessos, coisa que o deixou surpreso por não julgar-se popular no Brasil.
Scorpions: Os cinco alemães desvairados do grupo Scorpions deram um show de movimento, luz, distorção, onde, sempre rindo, não paravam um só momento quietos, exceção nas baladas "Holiday" e a tão aguardada "Still Loving You", que na época fez parte da trilha sonora da novela Corpo a Corpo, que foi exibida na TV Globo durante a realização do festival. No show do dia 15, o vocalista Klaus Meine pegou uma grande bandeira do Brasil e a tremulou para delírio da platéia. No show do dia 19, o guitarrista Matthias Jabs usou uma guitarra parecida com a que está no logotipo do festival e com pequenas bandeiras do Brasil estampadas nela. A versão de Still Loving You executada no festival foi gravada para o disco ao vivo World Wide Live, de 1985.
Yes
: O Yes realizou o sonho de muitos roqueiros brasileiros, mostrando ao vivo seu eletro sinfônico de rock progressivo, realçado por incrível iluminação e algumas aparições de laser durante as músicas. Whitesnake: A princípio o Def Leppard estava no festival, mas teve que desistir depois que o seu baterista Rick Allen sofreu um grave acidente de carro, que danificou bastante o braço esquerdo, que teve que ser amputado, faltando uma semana e meia pro Rock in Rio começar. A solução foi chamar a banda liderada por David Coverdale (ex-Deep Purple), que teve que reformular o grupo as pressas, pois da formação que gravou Slide It In (1984) só tinha o saudoso baterista Cozy Powell. A Cobra Branca destilou seu veneno pela Cidade do Rock com John Sykes (guitarra), Neil Murray (baixo) e Richard Bailey (teclados). Quanto a Slide It In, é desse álbum que tem grandes hits como Guilty Of Love, Slow Am’ Easy e Love Ain’t No Stranger, essa ultima conhecida no Brasil na época por ter sido executado numa propaganda de cigarros Hollywood.
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