Rogério Amorim: A Frente Ampla Que Ficou de Lado

Da Frente Ampla prometida pelo presidente Lula, ficou-se a promessa, é o que diz o vereador Rogério Amorim. Afinal, só se nomeiam petistas de carteirinha

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Foto: Ricardo Stuckert

Hoje podemos perceber que a campanha eleitoral para presidente de 2022 foi antecipada, graças ao “monstro chamado coronavírus que ainda bem foi criado pela Natureza” (como chegou a dizer o atual presidente). Na ocasião, o debate sobre todos os planos de governo foi deixado de lado, substituído por eventuais falas do então presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia da COVID-19. E como efeito eleitoral, é mais eficaz mostrar um presidente que, segundo ele próprio, não estava se posicionando bem do que brigar com os números de um governo que foi efetivamente muito bom – e não sou eu que estou dizendo, é o IBGE, que anunciou nesta terça-feira (28/02) que o Brasil atingiu no ano passado o mais baixo índice (9,3%) de desemprego desde 2015.

É possível perceber claramente por que o atual presidente recém-empossado só queria discutir a tal da Pandemia, certo? O discurso é mais fácil e ele ainda aproveitou para criar a “frente ampla”, reunindo “todos os partidos” de “todas as tendências ideológicas”. Desde a “direita” (?) representada pela ex-senadora Simone Tebet até o “centro” do vice-presidente Geraldo Alckmin, curiosamente filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Enfim, era a Frente Ampla.

Eis que na mesma quinzena temos duas nomeações muito interessantes – e que dizem muito sobre a tal “Frente Ampla”. Os sindicalistas Alexandre Telles e João Fukunaga foram indicados para chefiar, respectivamente, as unidades federais de Saúde do Rio e a Previdência dos funcionários do Banco do Brasil (Previ). O primeiro era presidente do Sindicato dos Médicos. O segundo? Era um dos secretários do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Ambos diretamente ligados ao petismo mais radical, ambos sem nenhuma experiência ou conhecimento de gestão. O presidente da Previ ainda exibe em seu currículo um mestrado em História.

Segundo reportagem d’O Estado de S. Paulo, já há questionamento de aposentados do banco quanto ao novo presidente não atender a critérios técnicos necessários para ser gestor da Previ. Uma carta foi enviada ao órgão do governo federal que regula a previdência privada. Mas não tenham dúvidas: nada mudará.

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 “Uma vez que o indicado não detém experiência nem conhecimento técnico para a função, sendo, no momento atual, Secretário de Organização e Suporte Administrativo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, tendo a formação de Mestre em História, somos levados a concluir que a indicação ateve-se apenas a conexões políticas” – é o trecho publicado pelo Estado de São Paulo. Como se diz muito na internet, “para surpresa de zero pessoas” houve indicação política de sindicalistas para cargos estratégicos na administração pública -sem contar a indicação da esposa de um petista para um importante tribunal de contas. Sim, ainda temos a história de Aline Peixoto, que é candidata à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos municípios da Bahia, com todo apoio de seu marido, ministro da Casa Civil, o ex-governador baiano Rui Costa, do PT. E adicione-se: a sra. Aline ainda trabalhou na secretaria estadual de Saúde em cargo de confiança mesmo durante o mandato de governador do marido. 

Quem poderia imaginar? Todos, claro. E agora, como ficam aqueles que acreditaram na Frente Ampla? Devem estar se sentindo como Chapeuzinho Vermelho ao acreditar que o lobo era uma velhinha pedindo um pouco de seus doces. E viu, em vez de bombons, dentes afiados.

O jeito é esperarmos pela volta do caçador.

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1 COMENTÁRIO

  1. Chapéu de alumínio pra vc captar melhor os sinais da nave mãe…

    Em 2021 a taxa de desemprego era de 13,2%. Em 2022 9,3%. A “recuperação em V” do Guedes sequer recompôs. Vai ver tu acha 3,9% de diferença uma coisa insignificante.

    Sem contar o aumento 14,9% de trabalhadores sem carteira assinada. O maior da história. Isso pq nem vou falar dos trabalhos precarizados e dos informais…

    Sobre a Frente Ampla, tu queria que o Lula botasse o Bolsonaro como Ministro? O Pazuello como secretário? O Guedes como tesoureiro do PT? Que isso, cara!

    Só o União Brasil do Sérgio Moro tem 2 Ministros. Daniele Carneiro, miliciano min do Turismo e o Bolsonarista Juscelino Filho como min da Comunicação. Isso só pra falar do primeiro escalão, fora outros cargos dados a direita e extrema direita.

    Sobe na Pedra da Gávea com o capacete de alumínio que o sinal vai ficar forte e a nave mãe vai vir te buscar.

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