Em meio a diversos problemas estruturais que o município do Rio enfrenta, um deles tem gritado mais alto a cada dia, na mídia e no cotidiano dos cariocas: a desordem urbana, E antes de mais nada, trata-se de uma questão quase geopolítica – baseia-se em tentar entender como o espaço urbano (e aí incluo até as praias no raciocínio) deve ser ocupado no Rio de Janeiro. Há, historicamente, formas demagógicas de tratar o problema e que só criam “bolas de neve”, ou seja, soluções que trazem problemas ainda maiores.
O debate sobre a desordem que assola o Rio chegou até a Câmara no começo do mês, quando foi votada a escala nova, mais apertada, da Guarda Municipal – instituição que, como tenho denunciado com dezenas de vídeos, vive um momento de gestão desastrosa da SEOP e em total abandono. Eis que já temos um mês de “nova escala” e o Centro do Rio, que estaria sendo beneficiado pelo Reviver Centro, não avança em nada. A Praça Mahatma Ghandi, de um passado glorioso, cercada pela Biblioteca Nacional, pelo Theatro Municipal e pela Câmara dos Vereadores, é hoje tomada por mendigos, consumidores de drogas e batedores de carteira.
A Câmara está avaliando o Projeto de Lei Complementar nº 109/2023, que aumenta incentivos urbanísticos, e o PL 1732/2023, que cria benefícios tributários. O Poder Executivo propõe estimular construção de moradias e ocupar o espaço cada vez mais. Não está errado – na década de 1950 a americana Jane Jacobs, uma urbanista e escritora que legou a obra “Morte e Vida das Grandes Cidades” já dizia que a ocupação de espaços por pessoas é a grande solução para questões de ordem e de Segurança Pública. No entanto, as condições em que Jacobs pensava tal ocupação não eram as do Rio – tomado pela informalidade, pelas drogas e pela ocupação desordenada.
Mas medidas tributárias, incentivos, ofertas de imóveis, tais medidas não resolvem os nossos problemas no Centro. Ora, enquanto o comerciante tiver que concorrer com camelôs colocados desordenadamente na frente de seus estabelecimentos, enquanto o dono de restaurante enfrentar população de rua, pivetes, pedintes o tempo importunando seus clientes, enquanto viciados em crack continuarem infernizando os pedestres no espaço público, nenhuma medida dessas vale mais do que um dedal de água para apagar um incêndio. O dedal da SEOP, ocupadíssima com viagens à Colômbia (para que????), medidas lacrativas como “disque-racismo” ou “disque-assédio” e bravatas ocasionais como operação de repressão a quentinhas.
O Centro à noite, nos dias de hoje, se assemelha à distopia que vemos no filme Blade Runner, de Ridley Scott: fumaça, pessoas lobotomizadas, suspeitos circulando, ambulantes desordenados. Está otimista em excesso o cidadão que vê a renúncia de impostos como a salvação para essa região – ainda que fosse a merecida isenção total de impostos para nossos comerciantes ultrajados pela desordem e pela total inépcia da Secretaria de Ordem Pública. Um dedal de água não vai apagar esse incêndio.
Ou vamos mais uma vez apostar em deixar queimar e viver do carvão?
29/06/2023. Principalmente, não deixar nascer, porque se você deixar fica muito difícil tirar . A seop tenq colocar a guarda na Honda diariamente coisas que não acontecem e acabar com a vista grossa.
Rodrigo Amorim lacra e bravateia sobre a SEOP lacrar e bravatear ao invés de cumprir suas funções com eficiência.
Quais propostas o sr tem sobre o assunto?
Qual é o seu plano de ação?
Cronograma…existe?
Quanto custaria?
Inépcia e demagogia da sua parte, apenas.