Em 1968, uma frase dita pelo vice-presidente Pedro Aleixo – sim, um civil – ficou eternizada: “O que me preocupa são os guardas da esquina”. O então vice-presidente até que estava certo – aliás, sempre bom lembrar que havia um vice civil durante um período que é frequentemente usado para denegrir os nossos militares. Aleixo usou a frase para se referir ao Ato Institucional Número 5, que cassava diversos políticos, dentre estes alguns que apoiavam o terrorismo. Segundo Aleixo, o temor era em relação a pessoas fora da escala de comando se sentirem à vontade para ações solitárias, pessoais.
Pois mais de 50 anos depois, minha preocupação maior não é com o guarda da esquina, este sim, a nossa última fronteira diante do caos. A preocupação é com o INVASOR DE ESQUINA, ou melhor, com o Sem-Teto de Ocasião. Quando chega ao poder um partido que incentiva o Movimento dos Sem-terra, que fecha os olhos para invasões de prédios (aliás, que deverá ter Guilherme Boulos como ministro, algo inacreditável), qual a mensagem que se envia para as bases? A de que a propriedade privada pode ser relativizada.
Tal raciocínio é o começo do fim de qualquer sociedade organizada, uma vez que se abala a Confiança, um dos maiores ativos do século 21. Não à toa, a revitalização do Centro do Rio, uma de nossas maiores batalhas, tem sofrido duros golpes na forma de invasões absurdas, de prédios que pertencem a entes públicos e privados. E isto porque o governo de esquerda sequer começou!
Quero propor a todos os investidores e donos de imóveis no Centro que comecemos agora uma grande cruzada em defesa da região e contra as invasões absurdas. O vereador Carlos Bolsonaro inclusive já denunciou nas redes que um prédio ao lado da Câmara Municipal foi invadido – e que o PSOL queria dar medalhas pros invasores! Repito: o governo de esquerda sequer começou mas já estão abolindo o direito de propriedade!
Temos que unir a Prefeitura, o mercado imobiliário, trazer as principais lideranças deste – como Cláudio Castro, da Sérgio Castro Imóveis – para a criação de um Plano Anti-Boulos pro Centro do Rio. Quero começar esse movimento, nem que para isso eu tenha que largar a secretaria de defesa do consumidor e voltar para a vereança. Que venham a Guarda Municipal, o Segurança Presente, o Disque-Denúncia. O que está em jogo é o futuro. Um futuro que precisa sobreviver aos próximos quatro anos, que pelo jeito serão favoráveis apenas ao invasor da esquina. Chamem o guarda!
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.