Rosane Ventura, colunista do Diário do Rio, conta sua experiência na Índia após anos como executiva no Rio

Ela narra sua experiência nas cidades sagradas e como a Índia pode ser transformadora

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Foto: Divulgação

Fui executiva por quase duas décadas e sempre amei viajar. Buscando sempre aprendizados que novas culturas poderiam me mostrar. Mas a Índia passou a fazer parte da minha lista de desejos quando iniciei minha jornada espiritual. O Yoga foi o meu grande portal e agora estou aqui honrosamente escrevendo esse texto da grande mãe Índia. E farei uma sequência de textos para compartilhar minhas experiências sob um olhar sensível de quem vive em gratidão por todas as benções que recebeu dessa filosofia milenar que nasceu aqui, o Yoga.

Sempre ouvi dizer que a Índia era um lugar que chocava por seus contrastes. Muita pobreza, trânsito caótico, vacas e elefantes pelas ruas, rio poluído. Ao mesmo tempo, ouvia que aqui acontecia muitas transformações. Diferentes perspectivas de quem já havia visitado essa terra sagrada.

Percorrendo algumas cidades sagradas, tenho vivido ambos os lados, percebendo claramente os desafios que se manifestam através das rotas escolhidas até os sábios mestres que se apresentam. Independentemente da sua conexão com essa filosofia milenar, de crenças, de fé, ninguém pisa aqui sem sentir algo. Nem que seja olhar apenas pelo aspecto negativo que se trata de uma pura distração para aqueles que não conseguem ver ainda.

A Índia nos movimenta de dentro para fora. E isso pode trazer à tona muitas percepções profundas. Pode trazer incômodos, desconfortos e até mesmo questões físicas como reflexo.

Paz no caos. Literalmente. Mas se formos sensíveis ao ponto de decodificar as mensagens que se apresentam ao longo da viagem, com olhar atento e pleno, seremos capazes de receber de forma consciente as benções que cada olhar, cada mão, cada templo, mestres, Mãe Ganga entre tantos outras manifestações de poder que a Índia nos presentea.

Esse país é um convite para paz interior. É um convite para uma transformação em todas as esferas.

Adianto para vocês que pude sentir claramente a diferença de frequência ao sair da capital – Nova Délhi – e ir para uma cidade espiritual. Já no aeroporto, me senti diferente de antes. Os olhares eram profundos e com uma certa ingenuidade como das crianças.

Lá tive uma experiência transcendental ao me sentar na caverna onde um grande mestre viveu desde o 14 anos meditando e estudando profundamente as escrituras sagradas indianas. Bhagavan Sri Râmana Mahârshi (1879 – 1950), foi um mestre de Advaita Vedanta e um famoso santo do sul da Índia, considerado um dos maiores sábios de todos os tempos.

Sou instrutora de meditação e, para orientar meus alunos, uso técnicas para que eu mesma possa meditar mais profundamente. Aí entrar na caverna da montanha sagrada e me sentar para meditar, entendi o que me falavam do poder do lugar. Não precisei usar nenhuma técnica de meditação, só me sentei e fechei o olho. Em poucos minutos, entrei em meditação profunda. Horas se passaram e parecia apenas minutos. Parece que aquele lugar era como uma antena parabólica que conecta a gente a uma parte tão profunda de nós mesmos nos fazendo entender o misticismo e o sagrado tão almejado pelos buscadores espirituais e por aqueles que buscam por cura, transformação e paz.

Chegamos numa lua cheia e fomos surpreendidos com a volta sagrada que acontece sempre nessa fase da lua em torno da montanha mística Arunachala. Por 14km caminhando e repetindo o poderoso mantra Om Namah Shivaya. Essa austeridade nos traz poderes muito sagrados.

De fato a Índia tem muito a nos oferecer como seres humanos.

Nos próximos textos irei contar um pouco mais de tudo que tenho vivido por aqui.

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Rosane Ventura, especialista em saúde mental, Yoga e Mindfulness, é comprometida em promover bem-estar emocional. Referência em terapias holísticas e práticas ancestrais, fornece orientações para enfrentar desafios do dia a dia e lidera retiros espirituais focados em autoconhecimento.

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