Uma das principais vias do Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, a rua Marquês de Abrantes corta praticamente todo bairro. Com grande fluxo de pessoas durante todo dia, a região é uma das abastadas de serviços da área, que ainda compreende Laranjeiras, Catete, Glória e até Botafogo.
Um dos destaques da Marquês de Abrantes é a estação de metrô do Flamengo que fica localizada na via. Além disso, sua proximidade com o Aterro do Flamengo, uma das principais áreas de diversão da cidade também atrai muitas pessoas que gostam de um clima agitado, mas com opções de lazer, como caminhadas, passeios de bicicleta e piquiniques.
A Marquês de Abrantes também é um dos trechos mais bem localizados do bairro, próximas a Senador Vergueiro e a Paissandu, outras ruas de grande movimentação no Flamengo.
Mas afinal, quem foi Marquês de Abrantes?
Marquês de Abrantes foi político baiano, nascido em Santo Amaro, em 1796. Recebeu o cognome de “Estadista de dois Impérios”, por sua atuação no Brasil e em Portugal. Recebeu vários títulos de nobreza. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico e presidente da Imperial Academia de Música.
Fez seus primeiros estudos com um tio materno, Miguel de Almeida, e seguiu mais tarde para Coimbra, em Portugal, dar sequência a trajetória acadêmica. Em 1821, formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra.
Carreira política
De volta à Bahia, participou do movimento pela independência, como membro do conselho provisório do governo da província.
Sua atuação parlamentar estendeu-se do primeiro ao segundo reinado. Foi Deputado da primeira Constituinte e em 1823 foi representante da Bahia na Câmara dos Deputados por quatro legislaturas. Foi também Senador do império.
Marques de Abrantes foi Ministro da Fazenda em 1827 e Ministro dos Estrangeiros em 1829. Com a abdicação de D. Pedro I, em 1831, ele retirou-se da política, voltando para a Bahia. Em Santo Amaro, fundou a Sociedade de Agricultura da Bahia.
Escreveu o “Ensaio Sobre o Fabrico do Açúcar”, buscando estimular e modernizar a produção do açúcar, que estava ameaçada pela concorrência estrangeira.
Marquês de Abrantes retornou a política em 1837, quando foi mais uma vez Ministro da Fazenda. Em 1842 foi Ministro das Capacidades.
Em 1843 foi nomeado Conselheiro de Estado. Entre 1844 e 1845 foi diplomata em Paris, Londres e Berlim.
Durante sua segunda gestão como Ministro dos Estrangeiros, conseguiu a revogação pelo Parlamento da Inglaterra, da Lei que proibia o consumo do açúcar brasileiro – a chamada “Questão Christie”:
Em junho de 1861, um navio britânico, o Prince of Wales, naufragou nas costas do Rio Grande do Sul, e o desaparecimento de sua carga deu margens para a exigência de uma indenização do governo brasileiro.
As tensões entre os dois países se agravaram um ano depois, quando foram detidos, dor desordem, três oficiais de outro navio inglês ancorado no Rio de Janeiro.
Em represália, o ministro Christie mandou que a esquadra britânica no Atlântico Sul apreendesse cinco navios brasileiros.
A população do Rio de Janeiro promoveu manifestações de desagrado, até que a questão foi submetida ao arbitramento do rei Leopoldo I da Bélgica. Este deu laudo favorável ao Brasil, que pagou a indenização reclamada.
Como não foram pedidas as desculpas oficiais do Reino Unido, para encerrar o caso, as relações diplomáticas entre os dois países foram interrompidas por iniciativa do Brasil, de 1863.
Até que em 1865, um representante britânico apresentou um pedido de desculpas a D. Pedro II em Uruguaiana, Rio Grande do Sul.
O Marquês de Abrantes foi casado com Maria Carolina de Piedade Pereira Baía, filha do Barão do Meriti, e destacou-se como homem da sociedade, quando ficaram famosas suas recepções em sua residência na praia de Botafogo.
Marquês de Abrantes morreu no Rio de Janeiro, no dia 13 de setembro de 1865.
* Com informações do E-Biografia
Esqueceram de dizer o principal que seria o nome de batismo do marques. Falha inadmissível.