Saiba quem foi Jacob Barata, empresário conhecido como ‘Rei dos Ônibus’, falecido nesta quarta-feira

Natural de Belém, no Pará, Jacob Barata trabalhou como cobrador, vendedor de jóias e bancário. Tudo isso antes de construir um império no Rio de Janeiro

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Jacob Barata - Foto: Reprodução

Morreu nesta quarta-feira (27/12), aos 91 anos, Jacob Barata, empresário que ficou famoso no ramo de transportes do Rio de Janeiro. Conhecido como Rei dos Ônibus, ele ostenta uma história de empreendedorismo, passando por uma família polêmica e a construção de um verdadeiro império ao longo das últimas décadas com a expansão de seus negócios.

Jacob estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, há duas semanas e teve falência múltipla dos órgãos. Ele era viúvo. Ele deixa 3 filhos e 9 netos. O empresário também era pai de Daniel, que foi morto após ser sequestrado em 1994.

Natural de Belém, Jacob Barata nasceu em 13 de agosto de 1932. Ele passou a infância na capital do Pará e, onde, segundo o próprio, vivia de comprar e vender galinhas. Aos 18 anos, começou sua carreira no Rio no ramo de transportes. Antes disso, trabalhou carregando panelas de alumínio que um amigo vendia e fazendo cobranças.

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À noite, estudava no Colégio Piedade, onde fez o curso ginasial. Também trabalhou como escriturário em um banco e vendeu joias antes de se tornar empresário do setor de transporte.

Em 1950 começou como motorista da linha Madureira-Irajá na Zona Norte da capital fluminense. Foi quando adquiriu sua primeira lotação, um Chevrolet de dez lugares. Naquela época tornou-se o pioneiro no translado de passageiros da Zona Oeste para o Centro da cidade.

Em 1955, com o fim das permissões para operar os serviços de lotação, abriu, com três sócios, a Viação Elizabeth. Dois anos depois, fundou sua primeira empresa, a Viação Rosane (nome de sua filha).

Jacob Barata foi um dos fundadores do Grupo Guanabara, um dos maiores conglomerados de empresas de ônibus do Brasil, que conta com mais de 30 empresas, principalmente na região metropolitana do Rio de Janeiro. Um banco e concessionárias de veículos comerciais Mercedes Benz também fazem parte do grupo fundado em 1968 e que tem mais de 8 mil funcionários. O empresário chegou a ajudar a financiar a Rede D’or no começo das atividades do grupo.

Polêmicas com o filho

Barata é pai de Jacob Barata Filho, empresário que herdou o de transporte de passageiros que herdou o apelido de Rei dos Ônibus. Em novembro de 2020, Barata Filho foi condenado pela Justiça Federal no Rio de Janeiro a mais de 28 anos de prisão por corrupção.

A condenação foi no âmbito da Operação Ponto Final, que investigou o pagamento de propina a políticos por empresários do setor de transporte público, para obter vantagens no valor das tarifas e outras benesses. No entanto, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região anulou a condenação e remeteu o processo para a Justiça estadual.

Em depoimento à Lava Jato em 2018, Jacob Barata Filho confirmou o pagamento de até R$ 145 milhões em propina ao ex-governador Sérgio Cabral, por meio da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), entre os anos de 2010 e 2016.

Casamento da ‘Dona Baratinha’ tem dinheiro jogado do Copacabana Palace

Em julho de 2013, o luxuoso casamento da neta de Jacob Barata , Beatriz Perissé Barata, com Francisco Feitosa Filho, herdeiro do ex-deputado federal cearense Chiquinho Feitosa, foi alvo de protestos na igreja e na recepção, realizada no hotel Copacabana Palace. Com direito a Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, como padrinho dos noivos.

Naquela ocasião, cerca de 60 manifestantes se reuniram na porta da igreja do Carmo, no Centro do Rio, e vaiaram os noivos e seus convidados. O protesto acontecia por conta das más condições e do valor da passagem dos ônibus que circulavam pela cidade. Um dos cartazes continha a irônica frase: “Dona Baratinha, vá de ônibus para o Copacabana Palace”, numa referência ao local onde foi realizada a festa após a cerimônia na igreja.

Depois da cerimônia na igreja, o grupo de manifestantes se juntou na entrada do Copacabana Palace. Convidados jogaram notas de R$ 20 e até um cinzeiro sobre os manifestantes, foi arremessado, chegando a atingir o estudante Ruan Martins do Nascimento, de 24 anos. Na delegacia, ele reconheceu, por meio de fotos, Daniel Ferreira Barata, de 18 anos, como a pessoa que o feriu com o objeto.

Na época, Daniel, que é sobrinho-neto de Jacob Barata, negou ter atirado o cinzeiro, mas postou nas redes sociais um pedido de desculpas por ter lançado uma aviãozinho feito com uma nota de R$ 20 em direção aos manifestantes. 

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7 COMENTÁRIOS

  1. Toda essa horda de adjetivos e impropérios lançados a essa pessoa faz parte da turminha que só reclama, não trazem solução e querem tudo de graça. Ônibus tem que ter gratuidade idoso, gratuidade estudante e agora gratuidade no dia da eleição. Empresário vai colocar o Ônibus de graça por acaso? Só existe concessão se o ente administrativo autorizar e advinha como o político da essa autorização? Antes de taxar o empresário disso ou daquilo vão lá e tentem fazer melhor. Se não fizer algum arranjo com político duvido que aqueles que criticam o Empresário em questão conseguiriam trabalhar.

    • O empresário interessado em abocanhar o serviço de transporte coletivo financia a campanha do político, que consegue ser eleito. Ao lá chegar, faz EXATAMENTE o que tinha sido determinado pelo empresário financiador. Esse mecanismo vale também para empresários interessados em todos os serviços públicos. Na educação, por exemplo, um dos três irmãos metralha (o mais idoso dos 3), dono do maior grupo de educação privada do país, é um notório financiador de campanha de políticos, inclusive com uma fundação para formação de quadros políticos.

      A quem interessa a privatização do patrimônio público e dos serviços públicos? Ao público? O valor da tarifa dos transportes e dos demais serviços públicos e a péssima qualidade dos serviços é uma vontade do público?

      A iniciativa da privatização/concessão de serviços públicos não parte dos políticos, mas dos empresários financiadores de campanha.

      • Falou tudo Marcel.

        É assim que um Estado funciona. Os políticos são funcionários de pessoas como o Barata. São lacaios de empresários que atendem os negócios deles. Nesse processo, ganham os salários e benesses de um político e principalmente um dinheiro pelas transições e facilitições. Se atinge os objetivos dos empresários, ganham até bônus.

        Quando uma empresa pública que teve anos de investimentos e estudo é privatizada a classe política comemora bastante, já reparou? Parece um ato extraordinário. E é, visto que a empresa vencedora não terá os maiores custos que a infraestrutura inicial e os processos de licença que seriam caríssimos. Os políticos ganham um bônus gordo e os empresários um super lucro certo.

        Sobre o Barata, qualquer carioca que teve que pegar um ônibus dele pra ir trabalhar de manhã e no final do dia pra voltar pra casa sabe a agonia que é. Seus funcionários (motoristas) estressados do lado de um motor quente e barulhento e seus clientes em puro calvário espremidos feito sardinhas.

        • Vou mais longe ainda: TODO E QUALQUER serviço público (ou empresa estatal) só poderia ser privatizado/concedido para a iniciativa privada mediante aprovação da população em plebiscito. O patrimônio PÚBLICO pertence ao PÚBLICO, como o próprio nome já diz, e só o PÚBLICO tem direito de aliená-lo, através de uma consulta…PÚBLICA.

          Se assim fosse, duvido que nesses últimos 30 anos (desde Collor até aqui) uma única estatal teria sido privatizada no Brasil. Mas as maracutaias e os conchavos entre empresários bandidos e seus lacaios políticos passam por cima do povo e ROUBAM seu patrimônio à luz do dia.

          E tem gente DO POVO que acha isso bom!

  2. Um dos maiores monopolistas do Brasil. Gangster da máfia dos ônibus. Um dos responsáveis por botar o pobre pra se lascar em ônibus caindo aos pedaços e quentes.

    Um dos maiores interessados no BRT e totalmente contra o transporte em massa por trens e metrôs.

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