Sandro Fernandes: 50 anos de tombamento dos Morros da Urca e do Pão de Açúcar e o quanto avançamos até aqui

O colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre os avanços após o tombamento do complexo de morros

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Foi aos pés da Guanabara que, em 1565, a cidade do Rio de Janeiro foi fundada. De lá para cá muita coisa mudou, mas as belezas do Rio seguem despertando paixões nos corações de cariocas e visitantes. Há 11 anos, desembarquei na capital fluminense atraído pelas paisagens icônicas deste lugar, como os Morros da Urca e do Pão de Açúcar. O complexo se tornou um dos principais símbolos da Cidade Maravilhosa, e hoje comemora 50 anos de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) por sua importância na composição da paisagem cultural da nossa cidade.

O conjunto ganhou projeção nacional e internacional, se tornando um dos principais destinos turísticos do Brasil e do mundo. Mas o trabalho para alçar os Morros da Urca e Pão de Açúcar a um lugar de destaque na sociedade brasileira começou em 1908, com a Exposição Nacional em comemoração ao primeiro Centenário de Abertura dos Portos. Quatro anos depois, o complexo do Pão de Açúcar ganhava um charmoso bondinho de madeira que transportava cariocas e turistas da Praia Vermelha ao Morro da Urca. Em seguida, era inaugurado o segundo trecho, ligando o Morro da Urca ao Pão de Açúcar.

Apesar da grande relevância para o Rio de Janeiro, o conjunto não possuía um status de preservação compatível com sua importância cênica, histórica e ambiental até a década de 1970. No período, a região passou por uma ação de reflorestamento, impulsionada pelo engenheiro Cristóvão Leite de Castro, que investiu no plantio para substituir o capim colonião, espécie exótica invasora responsável pela propagação de incêndios no principal bioma do Rio de Janeiro: a Mata Atlântica. Com a retirada desse capim, o ciclo de incêndios foi interrompido e a área foi se transformando aos poucos com a nova cobertura vegetal, trazendo de volta também a fauna.

Com o tombamento federal, realizado no dia 8 de agosto de 1973, os Morros da Urca e Pão de Açúcar ganharam o devido reconhecimento legal. Muitos consideram esse momento como um pontapé inicial para transformar o complexo em um Monumento Natural, título concedido pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, em 2006, e que tinha como objetivo garantir espaços verdes e livres para a promoção do lazer em área natural.

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O Parque Bondinho Pão de Açúcar celebra os 50 anos de tombamento deste que se tornou um dos principais pontos turísticos tanto do Rio de Janeiro quanto do Brasil. O parque completa 111 anos de funcionamento contínuo em 2023, tendo recebido, desde a sua fundação, mais de 50 milhões de visitantes.

O Rio de Janeiro é, de fato, “cheia de encantos mil”, como escreveu o compositor André Filho, em 1934. E tem um grande potencial turístico por suas belezas naturais e diversidade cultural. O trabalho em conjunto entre o setor público e privado na preservação dos nossos atrativos turísticos, como os próprios Morros da Urca e do Pão de Açúcar, é fundamental para o desenvolvimento da nossa cidade, por isso é essencial relembrar a importância do tombamento do conjunto dos morros localizado no bairro da Urca, assim como os avanços conquistados desde a iniciativa liderada pelo Iphan.

Sinto-me muito honrado de fazer parte desta trajetória e de ter encontrado a felicidade plena no Rio de Janeiro, uma cidade de natureza exuberante. Por isso, considero tão importante valorizar os espaços verdes, assim como as nossas florestas e a vista à beira-mar É preciso exaltar o privilégio de viver na Cidade Maravilhosa e de poder contar com a beleza única dos Morros da Urca e do Pão de Açúcar.

*Sandro Fernandes é CEO do Parque Bondinho Pão de Açúcar

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