‘Satisfeito, sorri, quando chego ali’: Conheça o corredor turístico de Laranjeiras e Cosme Velho

Uma verdadeira viagem no tempo. O DIÁRIO DO RIO montou um roteiro de visitação por esses dois bairros históricos da cidade

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Foto: Reprodução

Descubra um Rio de Janeiro diferente do roteiro habitual. Nos bairros do Cosme Velho e Laranjeiras, o clima bucólico e a proximidade com a natureza encantam os visitantes, oferecendo uma experiência que parece uma viagem no tempo para o Rio Antigo combinada com o charme de uma cidade do interior. À medida que você explora esses bairros, vai se deparar com uma riqueza de detalhes históricos e arquitetônicos. Desde os imponentes casarões do século XX até os charmosos prédios que datam das décadas de 40 e 50, cada rua revela um passeio no tempo. Os bairros que já foram endereços de grandes figuras do Rio, como Machado de Assis e Portinari, também já foi letra de música, presente de Nando Reis à Cassia Eller. “Laranjeiras, satisfeito sorri, quando chego ali”.

Localizados em um vale, em meio às montanhas de Santa Teresa e a Floresta da Tijuca, o Cosme Velho e Laranjeiras foram refúgios para as famílias da elite carioca no século XIX, que buscavam escapar do agito do Centro da cidade. Hoje, esses bairros mantêm sua aura de exclusividade, enquanto acolhem uma comunidade diversificada que valoriza a simplicidade da vida cotidiana sem abrir mão do conforto e da conveniência.

Por isso, o DIÁRIO DO RIO montou um roteiro de visitação por esses dois bairros históricos da cidade.

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A região não é atendida por uma estação de metrô específica, então quem busca fazer esse passeio na viação canela pode desembarcar na estação de metrô do Largo do Machado.

Parque Guinle

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Os jardins do Palácio das Laranjeiras, originalmente projetados na década de 1920 por Gérard Cochet, foram transformados em um encantador parque. Localizado no final da Rua Gago Coutinho, o parque se estende por 24.750 m2 e apresenta um belo lago, alamedas, gramados e uma variedade de árvores e plantas tropicais. Ao lado do parque, encontra-se um conjunto de prédios de apartamentos projetados por Lúcio Costa, famoso urbanista responsável pelo projeto de Brasília. Esse conjunto arquitetônico recebeu prêmios na I Bienal de Artes de São Paulo em 1951 e é protegido como patrimônio histórico pelo IPHAN desde 1986.


Casas Casadas

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As Casas Casadas, um conjunto residencial neoclássico composto por seis unidades, foram construídas em 1883 pela família Leal. Reconhecidas como um exemplar único de residência multifamiliar do século XIX, foram tombadas pela Prefeitura do Rio em 1994. Em 1996, a Prefeitura adquiriu o imóvel e iniciou sua restauração para transformá-lo em um Centro Cultural. O projeto incluía sediar a Riofilme e o Centro de Referência do Audiovisual da cidade, oferecendo acesso gratuito ao acervo digitalizado de produções brasileiras. O Centro cultural também teria salas de cinema, cabines de projeção, espaços de exposição, livraria, piano-bar e restaurante.


Rua General Glicério

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A rua General Glicério é famosa por sua arquitetura tradicional, além de sediar uma importante feira aos sábados e desfiles de blocos durante o Carnaval. Os conjuntos de edifícios das décadas de 40 e 50 dão todo charme à área, que também é marcada por seus jardins, ruas arborizadas, padarias e delicatessens. Reconhecida como uma das regiões mais seguras da cidade, lembra as ruas das áreas serranas, tornando a área uma das mais valorizadas do bairro. O acesso da rua se dá pela Rua das Laranjeiras.


Rua Pires de Almeida

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A Rua Pires de Almeida é uma verdadeira preciosidade carioca pouco explorada, mas que vem se tornando “modinha” nas redes sociais desde que internautas começaram a postar publicações com sua vista para o Cristo Redentor. Datando de 1927, seu projeto foi um dos primeiros empreendimentos imobiliários de grande porte do Rio. A estreita rua de paralelepípedos abriga 23 edifícios e 158 apartamentos, todos preservados. Com apenas quatro pavimentos, a rua lembra a cidade italiana de Roma. Apesar de ser uma via sem saída, uma cancela na entrada, embora não restrinja o acesso, contribui para a sensação de exclusividade e segurança. Os apartamentos, espaçosos e elegantes, alcançam até 150m² e podem chegar ao valor de R$ 1,5 milhão, refletindo a valorização e o charme singular desta via histórica.


Estação do Corcovado

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Localizada às margens da Rua Cosme Velho, o prédio histórico da estação do bonde que leva ao Corcovado é destino certo de muitos turistas. Certamente, essa é a região mais movimentada do bairro. A Estrada de Ferro do Corcovado foi a primeira ferrovia eletrificada do Brasil. Inaugurada em outubro de 1884 por D. Pedro II, é mais antiga do que o próprio monumento do Cristo Redentor. Foi o trem, durante quatro anos consecutivos, que transportou as peças do monumento


Bica da Rainha

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Ainda na Rua do Cosme Velho, a bica faz parte do corretor histórico do bairro. Foi construída no século XIX a fim de canalizar as águas do Rio Carioca, que tinha fama de ter propriedades curativas. Recebeu o nome Bica da Rainha por homenagear as visitas que a rainha de Portugal, Dona Maria I, fazia ao local. O monumento foi tombado pelo IPHAN como patrimônio histórico no ano de 1938. Desde o século XVIII, o local era procurado por pessoas que acreditavam que as águas que provinham dali tinham o poder de curar males como a anemia. Tal crença despertou a curiosidade da Dona Carlota Joaquina, que passou a frequentar a bica. Carlota teria recomendado o local à sogra, Dona Maria I, que também passou a visitar a região. Por esse motivo, a população apelidou o monumento de Bica da Rainha.


Largo do Boticário

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O Largo do Boticário é um complexo de casarões em estilo neocolonial. Nomeado em homenagem a um boticário famoso, sua história remonta ao século XIX, quando Joaquim Luís da Silva Souto se mudou para lá. Nas décadas de 1920 a 1940, o local ganhou sua característica arquitetônica atual, com a construção de casas neocoloniais por figuras proeminentes como Edmundo Bittencourt e Rodolfo da Siqueira. Há informações de que muitos materiais usados na obra foram retirados do Morro do Castelo, quando foi derrubado e extinto do Centro do Rio. Hoje, o espaço abriga um hostel “hypado” e mantém seu charme histórico, sendo um dos raros locais onde o Rio Carioca corre a céu aberto. Há um bar aberto para não hospedes, que sempre mantém atividades e programações culturais que movimentam as instalações do hotel.


Casa Roberto Marinho

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O Instituto Casa Roberto Marinho é uma homenagem ao empresário, jornalista, fundador da TV Globo e colecionador de arte Roberto Marinho (1904 – 2003). Sua casa, construída em 1939 em estilo neocolonial, abriga um belo jardim projetado por Burle Marx e foi palco de encontros culturais com figuras como Pixinguinha, Dorival Caymmi e Tom Jobim. Após reformas para adaptação, preservou-se sua fachada e grande parte do ambiente externo. Inaugurado em 2018, o Instituto possui um acervo de cerca de 1400 peças, exposições temporárias, café, biblioteca especializada em arte e sala de cinema. Aberto de terça a domingo, das 12h às 18h, o endereço é Rua Cosme Velho, 1105.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Bacana. Sou guia de turismo e nascida e moradora desde sempre na região. Amo caminhar pelo meu bairro e sua história. Aliás acabei de montar um roteiro por aqui englobando estes dois bairros. Coincidência.

  2. Adoreiiiii a materi enaltecendo os bairros. Laranjeiras e Cosme velho são bairros com uma super importância história no desenvolvimento da cidade.
    Sou guia de turismo e faço meus tours por aqui, a galera adora conhecer outra cara da cidade entendendo o contexto histórico a partir das construções e do nosso querido Rio Carioca. Que aliás, foi ele, o responsável de tudo.

  3. Mais uma bela matéria sobre bairros do Rio de janeiro,e além de Carioca da Gema,minha adolescência passei na rua Belizário Távora,que é a primeira a direita da general glicério,sentido de quem entra.
    Mas faltou falar do esquecido bairro das águas férreas,que ficava logo após o Cosme velho e local do ponto final do bonde do mesmo nome.
    Valeu pelo passeio que me trouxe,parte de minha adolescência.
    Obrigado.

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