Secretário de Ordem Pública do Rio informou ao MP que Rivaldo Barbosa interferia nas investigações de crimes de bicheiros e milicianos

Carnevale também citou a interferência de Barbosa nas investigações sobre o homicídio do então presidente da Portela e candidato a vereador do Rio, Marcos Falcon, em setembro de 2016

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Brenno Carnevale - Foto: Reprodução

O atual secretário municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro, delegado Brenno Carnevale, disse, em depoimento ao Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MPRJ), que, quando atuava na Delegacia de Homicídios da Capital, entre 2016 e 2018, o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa agia de forma a obstaculizar as investigações relacionadas aos crimes cometidos por bicheiros e milicianos na capital fluminense. A informação está registrada no relatório da Polícia Federal sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Carnevale também falou sobre a interferência de Barbosa nas investigações sobre o homicídio do então presidente da Portela e candidato a vereador do Rio, Marcos Falcon, em setembro de 2016. Segundo o secretário, Rivaldo Barbosa pedia frequentemente para ser informado sobre o caso. Marcelle Guimarães, filha de Falcon, relatou que Brenno Carnevale lhe confidenciou, na época, que Rivaldo pediu para “não mexer em nada e passar diretamente pra ele”. No documento da PF consta a reiteração da informação dada a Marcelle.

“MARCELLE GUIMARÃES VIEIRA SOUZA, filha de MARCOS FALCON, revelou que o delegado responsável pelo caso do assassinato de seu pai, Dr. BRENNO CARNEVALE, externou certo descontentamento com as ingerências praticadas por RIVALDO BARBOSA na investigação, sendo certo que ele teria lhe dito que, diante de novas descobertas sobre o caso, era para “não mexer em nada e passar diretamente para ele”. Dr. BRENNO teria revelado à MARCELLE o sumiço repentino dos procedimentos apuratórios atrelados a FALCON que estavam em sua carga de inquéritos. MARCELLE ressaltou que todos com quem conversava sobre a morte de seu pai, sobretudo policiais, desestimulavam-na a procurar a DH, pois esta delegacia estaria “comprada” e de nada adiantaria o seu empenho”, registrou a Polícia Federal no relatório.

De acordo com secretário de Ordem Pública do Rio, os inquéritos sobre as mortes de Haylton Escafura, filho do bicheiro José Caruzzo Escafura, vulgo Piruinha; e de Geraldo Pereira (ex-PM), também teriam sido alvo de interferência de Rivaldo Barbosa, sendo que o inquérito sobre o ex-PM desapareceu. Brenno disse ainda que outro caso de homicídio foi retirado da sua responsabilidade, mesmo que a sua atribuição fosse investigar a morte de policiais.

“Por fim, destaca-se trecho do depoimento de BRENNO em que ele é veemente ao demonstrar a ineficácia da DHC na resolução de crimes que envolviam autoria de milicianos e contraventores: ‘não se recordando de qualquer homicídio esclarecido que resultasse na prisão ou denúncia contra contraventor ligado ao jogo do bicho’”, complementou a PF.

Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa foram presos pela Polícia Federal, neste domingo (24), como mentores intelectuais do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

De acordo com a investigação da PF, Rivaldo teria planejado o crime, tendo inclusive proibido que a execução fosse realizada nas proximidades da Câmara Municipal, para evitar suspeitas e pressões. O ex-secretário de Segurança, segundo os investigadores, teria recebido uma propina de R$ 400 mil, para impedir que o inquérito avançasse.

Informações: O DIA

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2 COMENTÁRIOS

  1. Paulo Pimenta, Gleise Hoffmann, Lula, Boulos e outros têm que pedir desculpa pra família Bolsonaro. Tá tudo na internet, as insinuações, no caso do primeiro eram afirmações mesmo, de envolvimento de Bolsonaro e sua família. Cadê eles? Eles sabiam que não tinha nada, só queriam ter ganho político-eleitoral com isso. Gente sórdida. Nojo! Ainda querem ser respeitados.

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