Após um primeiro dia de desfiles onde as duas últimas campeãs Beija-Flor e Unidos da Tijuca se destacaram, o segundo dia trouxe novas agremiações para a disputa pelo título. Confira:
1ª Escola – Unidos de Vila Isabel
Depois de um desfile muito ruim no ano passado, onde faltaram até mesmo fantasias, a Unidos de Vila Isabel fez uma boa apresentação, com bonitas alegorias e fantasias, evolução correta, harmonia funcionando e uma ótima bateria. Apresentando um enredo sobre as memórias do líder político Miguel Arraes, a escola talvez tenha falado muito sobre Pernambuco e deixado de tratar um pouco mais sobre a vida do homenageado em si, mas teve desempenho que sem dúvida não a fará correr risco de queda como no ano passado.
2ª Escola – Acadêmicos do Salgueiro
Com um excelente samba, o Acadêmicos do Salgueiro falou sobre a malandragem e explodiu na Sapucaí como nenhuma outra escola fez. Além disso, a escola teve bonito visual e terminou o desfile em êxtase com o público. Contudo, as alegorias foram um problema: o primeiro carro alegórico passou apagado e soltou fumaça, alertando os bombeiros. Os demais carros poderiam ser melhores. E o zeppelin inflável que passou flutuando acima da bateria era feio, difícil de compreender para quem não conhece a Ópera do Malandro e não faria falta alguma se não existisse. Esses problemas fazem com que a escola, que levantou e emocionou os componentes e as arquibancadas, possa perder pontos fundamentais na disputa do título no Carnaval perfeccionista de hoje em dia.
3ª Escola – São Clemente
Com um samba alegre e falando sobre os palhaços, a São Clemente fez um desfile leve, divertido e agradável, mas teve problemas nas alegorias: Um carro passou apagado e outro teve grave complicação na movimentação, travando o desfile da escola por alguns minutos, abrindo um buraco no setor e gerando perda certa de pontos em evolução. Por outro lado, o carro dos palhaços confeiteiros foi muito criativo. Em um campeonato de alto nível e decidido nos detalhes, os problemas da São Clemente devem colocar a agremiação nas posições inferiores.
4ª Escola – Portela
A Portela, que já vinha fazendo bons carnavais nos últimos anos, agora teve o acréscimo da criatividade de Paulo Barros. Com um bom samba, alegorias espetaculares, evolução e harmonia impecáveis e bonitas fantasias, além das surpresas características do carnavalesco mais badalado da década, a agremiação fez, em tranquilos 74 minutos, um desfile praticamente sem erros e também animado, estando na disputa pelo título, tanto é que deixou a Avenida com a torcida cantando vitória.
5ª Escola – Imperatriz Leopoldinense
A Imperatriz Leopoldinense conseguiu fazer funcionar o samba mesclado com música sertaneja e fez um desfile animado sobre a vida de Zezé de Camargo e de seu irmão Luciano. A agremiação trouxe belas fantasias, com destaque para as baianas, e boas alegorias, principalmente as iniciais, de linguagem mais lúdica e falando do cenário rural. A Imperatriz tem tudo para retornar no sábado das campeãs.
6ª Escola – Estação Primeira de Mangueira
A Estação Primeira de Mangueira mais uma vez trouxe um enredo homenageando uma personagem emblemática da MPB, como já fez muitas vezes em sua história, dessa vez com Maria Bethânia. Talvez pela grande torcida da tradicional escola, a Mangueira conseguiu empolgar a Sapucaí mesmo sendo a última a se apresentar. Em um desfile sem luxo mas com muita emoção, a agremiação trouxe boas alegorias e fantasias e cometeu poucos erros em harmonia e evolução. Não foi um desfile avassalador, mas a escola pode até voltar no sábado das campeãs.