No início do mês de julho, dias 3, 4 e 5, acontece o 1º Seminário Estadual de Fomento à Construção Naval Artesanal, no Auditório Horta Barbosa, no Centro de Tecnologia da UFRJ, na Ilha do Fundão. Os encontros do evento pretendem debater e criar propostas de recuperação da arte naval artesanal, o objetivo principal do projeto Estaleiro Escola da Baía de Guanabara. A segunda turma de aprendizes em construção naval artesanal vai ter sua formatura neste evento.
De acordo com os responsáveis pelo projeto, o objetivo do Estaleiro Escola é fomentar o desenvolvimento da cadeia produtiva da Carpintaria Naval Artesanal através da realização de cursos de capacitação de duas turmas formadas por pescadores artesanais e familiares entre homens, mulheres e jovens das cidades de Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Niterói, Rio de Janeiro e São Gonçalo. É parte do Projeto Educação Ambiental com a interveniência do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), no âmbito do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC Frade) celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF-RJ) e a empresa a PRIO (Chevron Brasil) com a interveniência da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Em 21 Setembro de 2023, o velejador e escritor Amyr Klink foi a personalidade convidada para inaugurar o projeto Estaleiro Escola e pontuou sobre a importância desta cadeia produtiva que tem como base os conhecimentos tradicionais das comunidades pesqueiras do país. Para o 1° Seminário de Fomento à Construção Naval Artesanal foram convidados pescadores e pescadoras artesanais, pesquisadores e apaixonados pela Baía de Guanabara para participarem desse evento que acontece nos dias 03 e 04 de Julho, no Auditório Horta Barbosa – Bloco A – Centro de Tecnologia – UFRJ, e no dia 05 de Julho, no Hangar Náutico da UFRJ, ambos na Ilha do Fundão.
Neste encontro estadual, contaremos com a participação do arquiteto Dalmo Vieira Filho, que foi Presidente-Substituto do IPHAN, entre os anos de 2008 e 2010, e professor concursado, atualmente aposentado, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC. Dalmo Vieira Filho é o idealizador do Museu Nacional do Mar, localizado em São Francisco do Sul (SC). O outro convidado, é o prof. Yuri Walter, engenheiro de Materiais formado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e atualmente professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que tem como seu interesse de pesquisa o design de materiais, particularmente no desenvolvimento de ferramentas e métodos de design, design de pequenas embarcações e construção naval artesanal.
Além da presença do arquiteto Dalmo Vieira Filho e do Prof. Yuri Walter na Palestra “Diálogos da tradição e tecnologias para construção naval artesanal de embarcações de pesca”, que acontece no dia 3 de Julho, a partir das 14h, a programação oferece a Roda de Conversas com Mestres Carpinteiros Navais, com o ambientalista Sérgio Ricardo de Lima e os professores Profº Felipe Addor, diretor do NIDES/UFRJ, e Profº Maurício Nepomuceno, da UFRJ/Macaé. Durante os três dias, acontece a feira de Economia do Mar, com a presença de vários empreendedores sociais, nesse momento de congraçamento da ciência e da prática artesanal milenar da pesca.
Estaleiro Escola da Baía de Guanabara
O projeto Estaleiro Escola está sendo desenvolvido através de uma parceria firmada entre a Associação de Pescadores Livres de Tubiacanga (APELT), o Movimento Baía Viva e o Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES/UFRJ) e apoio da Reitoria da UFRJ, e tem como objetivo a formação de duas turmas em Construção Naval Artesanal, voltados para beneficiar as comunidades pesqueiras de sete municípios da bacia hidrográfica da Baía de Guanabara: Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Niterói, Rio de Janeiro e São Gonçalo.
Os cursos, de extensão, reconhecidos pela Universidade, acontecem no Hangar Náutico da UFRJ, sediado na Ilha do Fundão, que foi construído nos anos 1950 para guardar hidroaviões no período do governo de Getúlio Vargas.
Em 22 de Setembro o primeiro curso começou. Depois de 26 dias de divulgação direta nas comunidades, cerca de 300 inscritos responderam à mobilização. Foram selecionados 40 alunos e alunas. Em Dezembro de 2023, 35 alunos concluíram o curso. O segundo curso começou em fevereiro de 2024, com 30 selecionados para desenvolverem todo o material téorico do primeiro curso mais a construção de dois caicos, os barcos mais utilizados por pescadores artesanais usados por dois ou três pescadores, por vezes à remo. Os certificados de conclusão do curso são emitidos como projetos de extensão pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para os alunos e alunas que obtiverem 80% de frequência às aulas presenciais e virtuais, atividades de intercâmbio e oficinas.
O Subprojeto “Estaleiro Escola da Baía de Guanabara: promovendo a ressurgimento da cadeia produtiva da construção de embarcação pesqueira no Estado do Rio de Janeiro” está sendo desenvolvido através de uma parceria firmada entre a Associação de Pescadores Livres de Tubiacanga (APELT), o Movimento Baía Viva e o Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES/UFRJ) e apoio da Reitoria da UFRJ, e tem por objetivo a formação de duas turmas de Aprendizes em Construção Naval Artesanal, com apoio do FUNBIO, por meio do projeto Educação Ambiental, que é uma medida compensatória estabelecida pelo Termo de Ajustamento de Conduta de responsabilidade da empresa PRIO, conduzido pelo Ministério Público Federal – MPF-RJ.
Serviço:
1° Seminário de Fomento à Construção Naval Artesanal
Dias 03, 04 e 05 de Julho de 2024
Nos dias 03 e 04/07, no Auditório Horta Barbosa – Bloco A – Centro de Tecnologia – UFRJ, e no dia 05/07, Hangar Náutico da UFRJ na Ilha do Fundão, RJ
Mais informações: (21) 96536-6208 (WhatsApp)
Deveriam tentar restaurar o último escaler que ligava o Asilo dos Inválidos da Pátria na Ilha do Bom Jesus (hoje Fundão) ao continente. Esse escaler, pertencente a um bem tombado, foi retirado do Asilo e levado para o polo Náutico da UFRJ na Ilha do Fundão para ter seu casco replicado, porém o professor que executou essa mudança faleceu e o barco histórico ficou ao relento por décadas nas cercanias do Pólo Náutico, sem que ninguem soubesse sua origem ou o que estava fazendo ali. Cheguei a comunicar o IPHAN sobre a perda que estava em andamento com a degeneração do barco ao ar livre durante décadas sem proteção, mas nada foi feito. Que tentem restaurar esse escaler de casco “trincado” (ripas de madeira sobrepostas) para o bem da história e cultura náutica de nossa cidade. Ainda deve estar na UFRJ.
Muito interessante este seminário para o pescador artesanal