Sérgio Ricardo: Colapso Hídrico em debate no Rio de Janeiro

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Barragem do Rio Guapiaçu

DIÁLOGOS PELO FUTURO DO RIO DE JANEIRO (5a. sessão). Dia: 26 de Setembro, quinta feitlra, de 18h às 21h, no SINPRO (Rua Pedro Lessa, 35 – saída pelo metrô da Cinelândia).

“Agenda de políticas ambiental, saneamento e gestão das águas e de clima para o Rio de Janeiro: os desafios, contradições e potencialidades das atuais políticas públicas num cenário de Emergência Climática global.”

A roda de conversa abordará a “crise” das águas no Rio de Janeiro e o risco de um Colapso Hídrico no Estado do Rio de Janeiro nas próximas décadas, processo que tem sido impulsionado pelas mudanças climáticas (como estiagens e secas), desmatamento das bacias hidrográficas e a poluição crescente nos principais mananciais de abastecimento público, num quadro de déficit sanitário que atinge 70% da população fluminense.

Sobre a “crise” das Águas no Rio de Janeiro: Atualmente, ao menos 3 bacias hidrográficas do estado já são classificadas como em situação de “estresse hídrico”. Por sua vez, o governo federal estima que 60,9 milhões de pessoas no Sudeste do país (nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro) vivem numa situação de riscos de desabastecimento. Durante a crise hídrica de 2014 e 2015 que atingiu fortemente o Sudeste, diversas cidades paulistas sofreram racionamento e rodízio de água: o Sistema Cantareira ficou no ponto morto. No Rio de Janeiro, neste período o governo reduziu o volume de água fornecida aos bairros das periferias urbanas onde moram a população mais pobre (como Santa Cruz na Zona Oeste carioca) para disponibilizar água prioritariamente para o parque industrial como a poluidora siderúrgica TKCSA (atual TERNIUM) que consome sozinha 1,5 bilhão de litros de água por dia, sendo que seu consumo anual é de 570 bilhões de litros de água. A desigualdade hídrica é uma das faces do racismo ambiental brasileiro.

No debate com participação de pesquisadores e movimentos sociais, serão relatadas as lutas pela preservação das florestas urbanas remanescentes, como a de Camboatá (em Deodoro), que está ameaçada pelo desmatamento de 200 mil árvores pela construção do Autódromo pela Prefeitura do Rio, e o Parque de Realengo Verde, que são essenciais para garantir as condições climáticas da cidade. E da floresta do Tinguá, que abastece 400 mil pessoas na Zona Norte carioca, além de Nova Iguaçu e Queimados, para a garantia do abastecimento e a proteção da biodiversidade.

Os impactos da falsa solução da Barragem do Rio Guapiaçu, que ameaça desmatar 10 milhões de árvores da Mata Atlântica, como alternativa ao abastecimento do Leste Metropolitano, também serão discutidos sob seus aspectos socioambientais e econômicos. Participe!

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